Portugueses emigration is not a recent fact but has always been present in the Portuguese society
Le Portugal a toujours été un pays d'émigration
Portugal siempre ha sido un país de emigración
Il Portogallo è sempre stata un paese di emigrazione
Portugal desde sempre foi um país de emigração, só recentemente e após um moderado desenvolvimento económico é que se começou a viver a imigração. Nalguns casos, extremamente injustos com os mesmos, esquecendo a tendência emigratória que Portugal viveu e espalhou sangue Portugues por todos os cantos do mundo. Não só sangue português mas também cultura e o sentir português. Muitos dessas situações que actualmente ainda se vivem foram não só casos de sucesso mas muitos dramas humanos e familiares se viveram e que muitas vezes sublimamos. A análise da emigração portuguesa testemunha as vicissitudes realçando uma vez mais na sua história a relação destas saídas, com o estado de desenvolvimento de Portugal e com a evolução do mercado de mão-de-obra internacional e a actual é o exemplo disso. A existência de variações muito significativas desde o início do século XV, quando da descoberta das Ilhas Atlânticas dos Açores e da Madeira, seguida do povoamento destes territórios. Desde então, é de realçar a enorme saída da população portuguesa para África e para as Índias Orientais e Ocidentais, facto que passou a ser uma constante desde o início do século XVII após a descoberta das minas de ouro e de pedras preciosas no Brasil e o arranque da emigração para estas paragens. Em relação à evolução deste movimento durante a primeira metade do século XX assinalamos o seu incremento até 1914 e uma quebra acentuada no decurso dos anos seguintes em consequência das guerras e da crise económica.O incremento dos movimentos da população no continente europeu sobretudo no período posterior à segunda guerra mundial, constitui um dos sintomas do processo de desenvolvimento e de mudança social que experimentou o velho continente no período de reconstrução e de expansão económica que se seguiu àquele conflito armado. Em relação a esses períodos destaca-se a saída, entre 1955 a 1974, cerca de 2 milhões de portugueses.
As oportunidades de emprego então registadas em toda a Europa ocidental e a proximidade de Portugal a estes países, permitiu que a emigração se tenha espalhado a todo o território afectando especialmente as áreas rurais e menos desenvolvidas do continente português. As razões forma não só de natureza económica relacionadas com o nível de vida, as fracas oportunidades de emprego existentes nas regiões rurais e a incapacidade do tecido produtivo em absorver os contingentes de assalariados e de trabalhadores libertos das actividades agrícolas e de subsistência, contribuíram para acelerar este movimento. Houve um decréscimo nos anos 80 e 90 do século passado e o tipo de emigrantes também mudaram, assim como os destinos. Actualmente começam-se a fazer sentir de novo fenómenos emigratórios alguns deles simulados como a procura de Espanha para trabalho semanal face à proximidade geográfica e para determinadas profissões como o caso daconstrução civil associado ao decréscimo da mesma no nosso país.
A dimensão deste fenómeno nas suas vertentes: emigração legal e emigração clandestina e sua expressão em todos os estratos etários da população, cerca de 5 milhões (metade da população portuguesa no território nacional), sobretudo na população jovem e adulta, confere uma problemática a vários níveis não só o económico, como o cultural, o social e consequentemente o familiar, não foi por mero acaso que às esposas dos emigrantes chamam viúvas de vivos. As repercussões nas famílias é sem dúvida uma vivência defraudada e esquecida neste fenómeno que eu ilustrei em experiência própria num texto pessoal de memórias:
Era uma vez uma casal fruto da vida árdua de caseiros de uma quinta, tudo era muito campestre mas as suas ambições eram goradas pelo caos económico financeiro que as pessoas da sua condição estavam sujeitas e com o nascimento dum filho as coisas tornavam-se tornavam-se mais complicadas nomeadamente a procura de um futuro melhor. Acabam por se arrastar pelo sonho da emigração nomeadamente para França primeira ele. Sai deixando para trás uma família quebrada, e endividada por causa do dinheiro da viagem e do que teve de pagar ao “passador”. Rasgando caminhos desconhecidos além fronteira vai calcorreando a pé até almejar a “terra prometida”: França.
Exaustos de longas caminhadas na noite e da fome acabam por descansar numa quinta e serem apanhados pela Polícia que os deteve e a humilhação de ser preso vai ficar registado como uma mácula no seu passado, ferindo o seu orgulho de Homem honesto e de bem. Depois de uns dias detido é repatriado num comboio de mercadoria, sem esquecer a refeição que lhe fora servida antes da viagem. Ao regressar a Portugal a família recebeu com um marejar de lágrimas misto de alegria e tristeza. Agora o problema agravara-se e teria de ir trabalhar para as minas de volfrâmio onde se pagava mais que o amanhar da terra. Depois de um ano passado, o sonho do “El dourado” francês acaba por lhe valer nova tentativa, a pé e escondidos do mundo vão rasgando a noite em busca desse sonho. Finalmente chegados vão se sujeitando a todo o tipo de trabalhos, o que importava era conseguir os papeis e simultaneamente alimentarem as famílias longínquas que as encontravam entre palavras cheias de erros ortográficos e demandadas em envelopes algumas vezes fechados com um beijo como se o destino desse beijo tivesse também endereço certo. Com a estabilidade dum emprego a saudade da família vai sendo cada vez mais forte e insuportável o cruzar da correspondência já não é suficiente para “matar” saudades. A família parte ao seu encontro, ela de olhos postos no futuro e o pequenito de olhos arrepiados de tantas coisas diferentes de tantas pessoas esquisitas de tantas coisas bonitas. Porém, era difícil esquecer toda aquela lama que rodeava os “batiments”, a terra que os albergava apenas lhe oferecia o sonho porque a realidade que lhe dava era madrasta e as horas eram exíguas para estar com a família porque o trabalho era absorvente. No verão seguinte olhando às condições que tinham resolvem ser melhor para o pequenito ficar com os avós. Foi estranha aquela despedida, ao deixarem o pequenito estacado naquela estação agarrado à mão da avó materna a ver a mãe e o pai envoltos em lágrimas e debruçados sobre a janela do comboio acenando com os braços como que a quererem agarrar-se a um país que teimava em os empurrar para o desconhecido. Hirtamente aquele pequenito não chorou uma só lágrima, apenas naquela noite à escondida de todos foi buscar a foto dos pais que escondeu no seu quarto entre a enxerga de palha que lhe abafou os soluços da ausência da mão de sua mãe sobre o seu cabelo.
Exaustos de longas caminhadas na noite e da fome acabam por descansar numa quinta e serem apanhados pela Polícia que os deteve e a humilhação de ser preso vai ficar registado como uma mácula no seu passado, ferindo o seu orgulho de Homem honesto e de bem. Depois de uns dias detido é repatriado num comboio de mercadoria, sem esquecer a refeição que lhe fora servida antes da viagem. Ao regressar a Portugal a família recebeu com um marejar de lágrimas misto de alegria e tristeza. Agora o problema agravara-se e teria de ir trabalhar para as minas de volfrâmio onde se pagava mais que o amanhar da terra. Depois de um ano passado, o sonho do “El dourado” francês acaba por lhe valer nova tentativa, a pé e escondidos do mundo vão rasgando a noite em busca desse sonho. Finalmente chegados vão se sujeitando a todo o tipo de trabalhos, o que importava era conseguir os papeis e simultaneamente alimentarem as famílias longínquas que as encontravam entre palavras cheias de erros ortográficos e demandadas em envelopes algumas vezes fechados com um beijo como se o destino desse beijo tivesse também endereço certo. Com a estabilidade dum emprego a saudade da família vai sendo cada vez mais forte e insuportável o cruzar da correspondência já não é suficiente para “matar” saudades. A família parte ao seu encontro, ela de olhos postos no futuro e o pequenito de olhos arrepiados de tantas coisas diferentes de tantas pessoas esquisitas de tantas coisas bonitas. Porém, era difícil esquecer toda aquela lama que rodeava os “batiments”, a terra que os albergava apenas lhe oferecia o sonho porque a realidade que lhe dava era madrasta e as horas eram exíguas para estar com a família porque o trabalho era absorvente. No verão seguinte olhando às condições que tinham resolvem ser melhor para o pequenito ficar com os avós. Foi estranha aquela despedida, ao deixarem o pequenito estacado naquela estação agarrado à mão da avó materna a ver a mãe e o pai envoltos em lágrimas e debruçados sobre a janela do comboio acenando com os braços como que a quererem agarrar-se a um país que teimava em os empurrar para o desconhecido. Hirtamente aquele pequenito não chorou uma só lágrima, apenas naquela noite à escondida de todos foi buscar a foto dos pais que escondeu no seu quarto entre a enxerga de palha que lhe abafou os soluços da ausência da mão de sua mãe sobre o seu cabelo.
Porém sonhador brincava com as coisas que o rodeavam e tudo servia par o levar em viagens longínquas, era uma criança que seguia os passos do avô enquanto ele amanhava a terra e aprendeu com aquele homem tisnado pela vida e pelo sol grandes lições de vida, vive a frustração duma inteligência abafada no seu analfabetismo, porém é o ponto de partida para o seu anseio em aprender a ler, sendo ele o seu primeiro professor ao ensinar as letras que tinha decorado numa velha lata de petróleo que jazia a um canto daquela cozinha. Calcorreando os 5Km que o separavam da escola com duas batas cozidas nos dias de mau tempo no bolso para que as mãos não arrefecessem lá ia ele contente nos seus sonhos e ambições, o gozo de ser ele a ler as cartas de seus pais era potenciado com o olhar orgulhoso dos avós que tudo faziam para ele estar bem, nem que fosse um bolo embrulhado num papel pardo que às 2ª e sábado traziam do mercado da Guarda aquando iam fazer as vendas na praça da respectiva cidade.
O Verão havia mais cor porque finalmente a família juntava-se e era bom aquele pequenito sentir a mão da mãe a fazer-lhe mimos no seu cabelo e os olhos a doarem-lhe toda a ternura, era um quadro maravilhoso deveras colorido para ser pintado!
Muitos Portugueses viveram a emigração, não é um tema esgotado pelo tempo porque aos tempos vão imperando com novos el dorados, diferentes é certo mas não podemos deixar de pensar as sua implicações a todos os níveis e não a encaramos de forma brejeira ou fugaz. A emigração Portuguesa talvez continue a ser a ilustração de tempos idos e o gosto dos portugueses conhecerem e explorarem novos mundos, mas como todas as aventuras tem preço, e para lá das vantagens há muitos senões que devem ser bem ponderados ou simplesmente analisados.
Pensem nisso
António Veiga
1 comentários:
MUITOS PARTEM, TALVEZ NEM TODOS POR NECESSIDADE, MAS ALGUNS POR CURIOSIDADE.
MUITAS PESSOAS TEM A ALMA "ANDARILHA". NÃO CONSEGUEM CRIAR RAÍZES, OUTROS AO CONTRÁRIO, TEM RAÍZES FIXAS DEMAIS.
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