A desarmonia do Homem

The phenomenon War takes place in virtually all societies, from the most archaic to modern, in all civilizations and all ages.
En todos los conflictos armados del siglo XX dio lugar a unos 90 millones de muertes. ¿Valió la pena?
Si les chefs de guerre ont été contraints de manger leurs victimes rapidement ont été dégoûtés et trouveront une solution plus rapide et vraiment humaine.
La vera essenza della guerra è negli uomini, nei loro interessi, le ipotesi e la tirannia, in modo inerente a ciascuno di noi.


Esta é a época do ano em que todos fazem votos de paz e Harmonia no mundo, no entanto o conflito é inerente à sociedade, a violência é uma escolha. Contudo, a violência pode ser evitada se as condições estruturais básicas para a paz existirem. A dicotomia entre paz e guerra é demasiado simplista. Numa tentativa de melhor compreender as dinâmicas pacíficas e violentas da conflitualidade, considera-se preferível adoptar o conceito do continuum de violências, onde as opções pela violência têm intensidade diferenciada, mesmo em contextos de paz formal. O vocábulo guerra deriva do germânico werra — grito de combate —, que dá, no baixo latim, guerra, no francês, guerre, no alemão, wehr, no inglês, war, no espanhol, no português e no italiano, guerra. O fenómeno Guerra dá-se praticamente em todas as sociedades, desde as mais arcaicas às mais modernas, em todas as civilizações e em todas as épocas. Todos sabemos que a espécie humana desde a guerra do fogo nos primórdios da pré história viveu em permanente conflito. No total os conflitos armados do século XX provocaram cerca de 90 milhões de vítimas fatais.

Todos os anos se fazem votos de paz, todas as entidades, todos os povos, mesmo qualquer um de nós. No entanto, não acreditamos que tal aconteça, os mortos de guerra não têm lugar a arrependimento e há um contra-senso que as operações de paz são geridas por estados ou organismos bélicos. É comum no fim de uma Guerra reconhecer-se que é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. Mas, num outro local desponta um novo conflito, ou seja há uma hipocrisia desde sempre em relação às guerras, porque todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres, os homens de poder. Todos os esforços, duma forma global, para estetizar a política convergem para um ponto. Esse ponto é a guerra. A guerra e somente a guerra permite dar um objectivo aos grandes movimentos de massa, preservando as relações de produção existentes, porém só muito poucos saem vencedores e regra geral são sempre os mesmos que menos perdem.


As causas da guerra estão há muito identificadas,: cada homem, cada grupo humano sente-se, com todo o direito, mestre legítimo e possuidor do universo. As motivações são: Etnia e Religião, (desde sempre se cometeram os maiores crimes em nome de Deus e em nome de conveniências houve, e ainda há, épocas em que as entidades religiosas foram despoletadoras, silenciosas ou coniventes, que geraram alguns dos maiores desastres humanitários, e Deus parece ter estado sempre ao lado dos que têm melhor estratégia e melhor artilharia); Política e Economia (César relativamente a este tipo de Guerra disse ajuizadamente: «Com dinheiro e território tem-se soldados e com soldados rouba-se dinheiro e territórios»); Imposição de ideais (ataca-se a cultura de determinado povo ou grupo rival, exterminando seus conhecimentos, suas ideias e opiniões sociais).


Todos os animais lutam mas o ser Humano é um dos poucos animais que duma forma estratégica planeia destruir o seu semelhante, e isso acontece nas mais pequenas coisas da vida, revelando a verdadeira dearmonia do Homem. As maiores incongruências surgem nas tentativas de pacificação e mesmo pacifistas convictos como o Gandhi acabaram por ser “abafados” e sucederem-lhe conflitos activos ou em permanente latência. Mesmo, em revoluções pacíficas como o 25 de Abril, surgem vozes hipócritas dizendo que não atingiu os objectivos porque não houve mortos nem verdadeira ascensão de conflito armado. Normalmente afirmam-no porque sabem da improbabilidade de actualmente isso acontecer ou se tivesse acontecido ou acontecesse, acham-se imunes a serem vítimas. Tentam assim denegrir e justificar os fracassos duma revolução pacífica, um dos momentos mais altos da História Portuguesa, numa postura bélica. Talvez, alguns deles ainda defendem honrosamente a guerra colonial, mas esmiuçados na sua génesis nunca perderam parentes próximos na mesma, ou nunca os conheceram, nem percebem que essa como todas as outras guerras deixaram o país mais pobre, que mais não seja em seres humanos, no entanto ignoram ou querem ignorar.

Certamente têm razão aqueles que definem a guerra como estado primitivo e natural. Enquanto o homem for um animal, viverá por meio de luta e à custa dos outros, temerá e odiará. Quem refere que a Guerra é consequência do nosso lado animal, deveria então assemelhar-se ainda mais e defender que durante todas as guerras fosse exigido canibalismo compulsivo das vítimas, a começar desde o generais aos soldados, talvez tivesse havido menos vítimas em todas as guerras. Se os senhores da guerra fossem obrigadas a comer as suas vítimas rapidamente enjoariam e procurariam uma solução mais célere e verdadeiramente humana Enquanto isso todos os conflitos armados no mundo são massacres entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem mas não se massacram, e que até se reúnem muito civilizadamente, sempre convictos das suas razões e omissos nos seus interesses. A razão não nos diz que a guerra deve desaparecer um dia, mas diz-nos que devemos proceder como se a guerra devesse desaparecer, talvez seja utópico como os votos de paz do ano novo, mas talvez seja possível quando o Homem entender que não é esta sociedade competitiva, agressiva, desigual e segregante a melhor solução de vida para a espécie Humana

A vida, actualmente, é uma guerra permanente, e levado num devaneio de conspiração também estes votos de paz associados ao Ano Novo são uma forma estratega de fazermos as nossas guerras, criando pequenos cercos impelindo prováveis ataques. A verdadeira essência das guerras está nos Homens, nos seus interesses, presunções e tiranias, portanto inerente a cada um de nós. Talvez fosse importante interiorizar isso e percebermos que em cada um de nós há uma declaração de guerra iminente, portanto urge procurarmos pacificarmo-nos a nós próprios e todos estes votos de paz terão mais sentido se estivermos em paz e bem com nós mesmos numa mente pacífica mas, não submissa, pois mentes submissas são espólio de Guerra. E, se a Humanidade quiser atingir algo que preconiza desde sempre mas, nunca conseguiu talvez com uma sociedade mais igualitária e justa consiga o grande desafio do século XXI uma vitória da diplomacia sem vencedores nem vencidos, um pouco como no fim das Guerras mas sem vítimas.

Pensem nisso

e...

Muita Paz para 2010





António Veiga


Voz da poesia


Il y a toujours en nous un enfant rêveur
Una persona è se stessa solo quando nessuno sta guardando
El destino nos eleva más allá del horizonte
The fate lifts us beyond the horizon

Às vezes pensamos
que já não há
princesas e donzelas;
que os príncipes encantados
e dragões efusivos
se desvaneceram
e se diluíram nos tempos.
Cansados ou desiludidos
tememos o sonho,
esquecemos a nossa infância,
a nossa inocência.
Deveras intelectualizados,
informados  e concretos
Cobramos vitórias
com medo da loucura
E escusamos o devaneio ,
o sonho, a fantasia...
O destino ergue-nos
para além do horizonte.
Caminhamos como sombras reluzentes,
Gigantes, temerosas e frias
Fugimos de nós ...
Fugimos de nós mesmos!
Convencemo-nos nos nossos aplausos.
Quantas vezes partimos para a corrida
e nos limitamos a estagnar logo na partida,
fazendo dela a nossa meta...
Quantas vezes o repetimos?...
Quantas vezes tememos o mundo,
exigimos a nossa privacidade?...
Porque uma pessoa só é ela própria
quando ninguém está a olhar!
Por tudo isso eu sonho...
E, sonho na voz de poeta
libertando a criança
que ainda há
em mim !...

Pensem nisso

António Veiga

Feliz Natal



a merry Christmas and a good year ;
feliz Navidad y un buen año;
joyeux Noël et une bonne année;
felice Natale e un buon anno



Feliz Natal a todos os leitores deste blog, faço votos que o continuem a seguir e que nele haja devaneios que interessem. Eu, contínuo aguardando as vossas visitas e os vossos comentários. a todos o meu Bem hajam.

António Veiga

Mudanças nas famílias

The family lives in moments of crisis and change!
La famille doit être comprise comme un phénomène socialement construit et déterminée dans l'espace et dans le temps.

Cuando se rompe una sociedad, que se erige como un residuo final no es el individuo sino la familia.

La famiglia sostiene la virtù e vizi di una società

O Natal é por si só uma festa da família, independentemente da orientação religiosa e neste período exacerba-se  a sua importância social, económica e psicológica. Apesar de a família ser uma instituição universal e em todos existir uma ideia de família, há dificuldade em dar uma definição. A palavra família estabelece associações com outros termos como casamento, filhos, casa ou parentesco, e na realidade esses são elementos que aparecem em muitas definições, mas a família tem evoluído na sua estrutura, dando origem a novas formas de família presentes, hoje em dia, nas sociedades de tipo ocidental, e que em Portugal tem sido tema político-jurídico. A família deve ser entendida como fenómeno produzido/construído e socialmente determinado no espaço e no tempo. Estão visíveis as múltiplas mudanças que a mesma tem sofrido, cuja causas são:



  •  Novos tipos de família


  • mudança de posição da mulher perante o trabalho


  • descobertas cientificas proporcionam às famílias, sobretudo às mulheres, o controlo de fecundidade


  • as mudanças culturais, educacionais e os seus impactos na realidade familiar contemporânea


  • melhor acessos aos cuidados de saúde


  • economicismo dos empregos e etapas consumistas das famílias


  • alterações do ponto de vista jurídico, a associação/dissociação entre casamento e família


  • Condicionamentos jurídicos, políticos, culturais, religiosos


  • Etc.


Os novos tipos de família contrapõe-nos com modelos completamente diferenciados dos tradicionais, cujo objectivo essencial era reprodutor e protector. A autonomia e incursão da mulher no mundo do trabalho permite também alterações significativas à estrutura familiar. A fecundidade tem impactos nos movimentos sócio-demográficos da população mundial, assim como na estrutura familiar. O número médio de pessoas da família tem vindo a diminuir progressivamente. A taxa de natalidade baixou substancialmente e a taxa de fertilidade atingiu o valor mais baixo nos últimos anos. A diminuição do número de filhos por si só alterou a disposição e o funcionamento da família.


O filho único é uma opção cada vez maior dos casais mas é um facto que ele não revolve a vida dos pais; enxerta-se nela. Decora-a e anima-a. Desempenha, de uma maneira incomparavelmente superior, a função que o cão ou o gato desempenham nas casas das pessoas sem filhos, e dão, além disso, ao casal a alegria de se perpetuarem. A eterna desculpa de falta de recursos económicos leva a que se empanturre de coisas e mimos, criando nalguns competitividade mórbida na família pelo respectivo filho/ neto. Instaura-se um certo facilitismo, abundância e imediatismo. Os antigos desconfiavam do imediato. Parecia-lhes pouco e pequeno. Encontravam dentro de si ânsias e desejos que nenhuma coisa daqui seria capaz de satisfazer. Parecia-lhes natural custasse – um sacrifício, que se encontrasse, em plenitude, somente no final do caminho, que estivesse tantas vezes escondido – como os tesouros. Mas nós habituámo-nos a carregar em botões que fazem funcionar mecanismos que realizam – imediatamente e sem esforço da nossa parte – tarefas árduas e demoradas. Não cabe na nossa cabeça que não exista uma forma moderna, rápida e fácil de encontrar a felicidade. É geralmente com o terceiro filho que o peso da paternidade começa a fazer-se sentir, sem a compensação de um prazer proporcionado, porque esse prazer não aumenta apreciavelmente com três filhos em vez de dois, ao passo que o peso continua a aumentar. A alegria de uma família numerosa é uma alegria essencialmente pessoal, que só pode saborear-se quando se possui um certo nível de altruismo.


A família constitui-se quando duas pessoas decidem viverem comum debaixo do mesmo teto com o objectivo de manterem entre si um relacionamento sexual. A maior parte das pessoas constitui família através do casamento, mas nas sociedades contemporâneas tem sido crescente o número daqueles que constitui família através de uma união de facto e não de jura. Em Portugal, o casamento de jure continua a ser a norma e muitos casais que começam a viver em coabitação vêm a casar mais tarde, geralmente por ocasião do nascimento do primeiro filho. O casamento é visto como estando associado a uma maior estabilidade e continua a ter grande importância na população portuguesa. Apesar da maior parte dos casais ter optado pelo casamento, a idade em que este se realiza tem vindo a aumentar, assim como o divórcio. As razões do divórcio não parecem, assim, estar relacionadas com a duração do casamento. Elas têm sido relacionadas principalmente com o aumento da esperança de vida, com a crescente autonomia económica da mulher e com a satisfação no casamento, principalmente a satisfação sexual.



Deve ser dado a cada indivíduo a liberdade e a cobertura jurídica do tipo de família que quer constituir. A liberdade é a grandeza de poder fazer escolhas. Mas, se essas escolhas não tivessem consequências, a nossa liberdade ficaria esvaziada, essas consequências talvez passem por tornar obsoleta a família tal qual sempre existiu. Famílias de lares herméticos; portas trancadas; possessões ciumentas têm os dias contados porque a sociedade precisa dela como elemento aglutinador e catalisador talvez se careça reinventá-la mas, sobretudo compete à sociedade criar novos mecanismos defensores e protectores da família como verdadeiro tesouro e essência da sua existência e continuidade.Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família,


Pensem nisso

António Veiga


Comprar o Natal

Christmas present is confused with consumerism
Consumérisme détruit la fête de Noël
A una cuadra de Navidad y los reyes son más que consumismo
Confondere con i regali di Natale è quello di dimenticare il suo significato come festa della famiglia
Estamos quase no Natal, a festa dos cristãos e com simbolismo no mundo Ocidental como a festa da família, actualmente revelando-se mais como os dias do consumismo, assiste-se a uma crescente afluência aos estabelecimentos comerciais para se efectuarem as compras dos presentes tão característicos da dita quadra! Não é um dar como acto nobre mas é um dar para evidenciar uma nobreza de ter ou querer parecer num absolutismo de posse, o fenómeno da troca de prendas,   como a oferta de brinquedos e  ofertas “descartáveis” é relativamente recente e duma forma sofisticada e recôndita buscou na própria religião explicação para a sua existência, o sentido católico do natal em termos religiosos era a restauração e deificação do ser humano. A mesma não contemplava, reis (?) magos, velhinhos barbudos (transfigurado da imagem dum santo nórdico pelos odores da coca cola) ou um menino Jesus benemérito dos bonzinhos. O Natal é uma época em que tudo se compra e se compra tudo, corremos o risco de alguns mais endinheirados ainda comprarem o Natal e então correremos o risco de ter de apagar o Natal dos calendários e das festas familiares, embora essa privatização me pareça pouco provável, mas a sua transfiguração já aconteceu...


O significado do Natal como festa familiar e religiosa fica muito resumida a um pura orientação capitalista em que a necessidade de consumo impera, com as leis de mercado a tornarem-se mais agressivas e todos nós como cordeiros calcorreamos ruas e lojas a comprar qualquer coisa, e para a qual contribuem as campanhas publicitárias (sobretudo as televisivas) e as empresas comerciais (especialmente as grandes superfícies e as multinacionais do brinquedo).. Este é o mês em que qualquer estabelecimento espera facturar mais do que nos restantes 11, convergindo nesta altura com uma oferta de novidades, cor, luzes e entusiasmo que inebria qualquer um. A sociedade actual perdeu a virtude de saber esperar: tudo tem que ser obtido hoje e agora. Ao mesmo tempo, tem vindo a perder a capacidade de sublimação; ou seja, a capacidade de renunciar no presente, tendo em vista alcançar no futuro algo de superior e, levado à última instância pode ser patológico. O homem actual é uma pessoa permanentemente insatisfeita que vive constantemente na busca de uma célere e falsa alegria. Passear nos centros comerciais e lojas nesta altura do ano, faz pensar que o país vive todo o ano a pensar no Natal, trabalha todo o ano para poupar para o Natal e só pensa durante os outros onze meses no tempo que falta para o Natal.

A globalização e a massificação cria não só riscos de perda da individualidade criando a tendência para dormirmos todos ao mesmo tempo, viajarmos às mesmas horas, trabalharmos nos mesmos horários, tomarmos as refeições ao mesmo tempo (daí os engarrafamentos não só nas estradas como nos estabelecimentos), vermos as noticias à mesma hora e comprarmos prendas na mesma altura do ano. O espírito do “é Natal sempre que um homem quiser” não tem lugar nesta sociedade. Só pode ser Natal quando as multinacionais quiserem.

A verdade é que embora as pessoas pudessem passar sem tudo o que compram, só fazem essas compras porque toda a estrutura social as "obriga" a fazer.  A família e a socialização com outras pessoas, a necessidade de se sentir amado, a necessidade de pertencer a um grupo e ainda a necessidade de evoluir como ser humano e de desenvolver a sua auto-estima, pode ficar nesta quadra limitadas a puras relações comerciais propriamente ditas ou de trocas (prendas) é a expressão de uma sociedade cada vez mais materialista e superficial.

Pensem nisso

António Veiga

Ser Sonhador


Dreaming is the release of the dreamer
Il sognatore reinventa il mondo
Soñar es inventar una vida
Rêver est donner de l'âme à la vie personnelle et collective




Quando o sonho é a nossa ambição
 e o que sonhamos a nossa paixão
Vivemos aquilo que acreditamos
na mesma intensidade como amamos.
Ideias e ideais cruzam-se no eixo da vida,
sublimes e pertinentes enaltecem-se à toa.
Sentimos a vida repleta e tão despida.
Urge o tempo pela vida que voa,
 esquecemos as mágoas, abafamos a ferida.
Escamoteamos as ironias alheias
que despidas e ocas  de sentimento
resvalam na indiferença do nosso alento,
na tenacidade da força das nossas veias.
Não criamos um império opulento,
 criamos a vida, dando-lhe raça!
Atentos e vivazes ao que se passa,
vivemos porque acreditamos...
acreditamos na vida porque sonhamos!
Tão recheada a vida de sonhador
que do nada, faz o pouco e do pouco faz ror,
da tristeza faz sorriso e do sorriso a alegria.
No escuro vemos o que ninguém veria.
Tão difícil ser sonhador,
que ninguém em sonhos queria
 ser este advento de dor,
pelo amor aos ideais que cria.
Ficam as mágoas, celebradas em alegria ,
na dificuldade em se ser sonhador!...


Pensem nisso


António Veiga

Memórias no Tempo

InterRail ... Explore Europe up to one month by train. It's an adventure that mark for life
Découvrir l'Europe par le train (jusqu'à un mois), est un voyage dans les temps
InterRail...Viajes de jovenes en busca de sí mismo
Viaggiare è crescere! Il interrails è un viaggio per l'amicizia!
Hoje apetece-me fazer um devaneio como um pequeno passeio pelo Tempo em direcção ao Futuro trazendo à memória momentos que desejava parar o relógio e saborear. A adolescência é sempre uma das idades onde essas viagens podem ser tenebrosas mas também, como no meu caso, serem gratificantes. Nos finais dos anos 70, princípios dos 80, após ter a oportunidade de viver uma revolução política no meu país, sentia-se mudanças todos os dias, havia no rosto das pessoas um semblante de confiança, e o que muitos clamavam como instabilidade a maioria senti-a como uma nova oportunidade. Respirava-se liberdade e é numa Europa em pleno fervilhar de evoluções que surge a oportunidade de fazer inter-rails.
A permuta de experiências com as comunidades visitadas e com os conhecimentos e amizades conseguidas com jovens de várias nacionalidades permitiram experiências de vida extasiantes, com um aporte de cultura inerente. Era possível atravessar a maioria dos países Europeus à boleia e/ou de inter-rails  com uma mochila às costas, inserido num grupo de desconhecidos que facilmente se tornaram amigos, parceiros e parceiras de jornada. A maioria deles diluíram-se na memória dos tempos outros ainda permanecem como imagens vivas podendo levar este blog ainda mais além que o nosso pensamento permita, como em tempos fizemos. O conforto duma tenda tipo canadiana era suficientemente confortável, vivia-se experiências demasiado absorventes providas de um conjunto de sentimentos com os quais se condimentavam com paixões. Houve momentos que o grupo se conseguia manter com 10 nacionalidades e de uma forma ou doutra comunicar e semear tertúlias acesas que duravam uma noite inteira em torno duma fogueira que se centralizava entre a disposição das tendas.
Lembro-me que nalgumas dessas noites após a recolha temporã dalguns jovens, os verdadeiros resistentes e amantes da noite ( espanhóis, os italianos e os portugueses) foi possível elaborarmos alguns devaneios intelectuais cada um na sua língua materna e perfeitamente perceptíveis e eloquentes para as nossas perspectivas. Comunicar implicava essencialmente a vontade de ouvir e partilhar, por inerência tornava-se fácil compreender. Formávamos assim anualmente uma pequena comunidade de jovens, rapazes e raparigas, de múltiplas nacionalidades que calcorreavam a Europa à procura de novos horizontes mas sobretudo em busca de si próprios. Cada um no seu país servia de anfitrião e atento convidado nos outros países que frequentava.
Todas as experiências contavam pouco importava as origens, a nacionalidade ou a região, interessava sim o espírito de grupo, que em determinadas situações, viveu também graves dificuldades financeiras e houve que apurar o melhor que cada um de nós podia dar em prol de todos. Imperava criatividade, e foi momentos como esses que superei a timidez e dedilhando na viola consegui fazer interpretações de música popular portuguesa acompanhado de um coro de jovens suecos, espanhóis, italianos, holandeses, etc., que muito pouco sabiam da língua lusa, em frente da catedral de Milão, sendo a capa viola o colector do "Cachet" que os transeuntes nos prendavam, mas o suficiente para mais uns dias de sobrevivência. Outras vezes, sobre pequenas telas libertávamos a nossa veia plástica que procurávamos trocar por uns trocados, alguns com grande destreza e outros com menos, no entanto todos com muita vontade, ainda hoje o meu gosto por pintura e pintar tem aí as suas raízes. Conseguíamos com alguma facilidade oferecer e prestar serviços a troco dum soldo ou simplesmente duma dormida.
Foram, sem dúvidas tempos que praticamente desprovidos de consumismo mórbido, no conjunto representou uma mais valia na nossa formação. A perda de tempo nas fronteiras nessa época era algumas vezes uma dor de cabeça, que nos obrigava também ter algum engenho e arte para as suplantar, desafiando clandestinidades. Hoje, com maior abertura de fronteiras talvez seja mais difícil este tipo de vivências, talvez porque as vontades e os desejos sejam outros, os riscos também.
Talvez hoje sentisse de forma diferente porque os tempos são outros e o acumulado de vida é outro. Se há coisa que muda o Homem é o tempo, quer física, biológica, psicológica e socialmente.
Basta olharmos para o nosso passado próximo e sentimos isso, de facto há uma permanente mutação, não nos podemos deter em nenhum momento e o mais efémero é o presente, porque ele não é mais do que uma imagem ou um frame no filme de qualquer vida. Por ser tão imediato quando muitas das vezes nos planta mágoas clamamos e antecipamos o futuro, como para lhe apressar o curso. Quando nos aporta momentos agradáveis sentimos como algo que nos foge, como para o eternizar apontamo-lo como passado. Esta nossa imprudência faz-nos errar nos tempos e muitas vezes impedir de os sentir na sua plenitude em tempo certo ou embarcaremos em tal cegueira ou fatalismo que não se desperta para as cores com que a vida se vai cruzando. Nunca o presente é o nosso fim: o passado e o presente são meios, o fim é o futuro mas, não vivemos, para esperar viver; é inevitável que nunca o iremos conseguir, o passado é mais do que memórias e o futuro é mais que projectos ou fim, o presente não é o fiel da balança mas uma consequência. No entanto o presente é uma reflexão dinâmica das nossas perspectivas de passado e futuro, consequência da nossa adaptação às variáveis do tempo e, é sempre o momento mais fugaz porque pode-se inserir quer no passado quer no futuro, podendo mesmo levar a citá-lo como um momento virtual!

Pensem nisso

António Veiga

Contrariedades



Curiosamente na época em que no hemisfério norte fica mais escurecido, é quando as luzes saem pelas ruas das cidades, vestindo-se das múltiplas cores, brilho e formas. As três grandezas físicas básicas da luz (e de toda a radiação electromagnética) são: brilho (ou amplitude), cor (ou frequência), e polarização (ou ângulo de vibração). Sob este espectáculo de luzes fustigados de chuva e embalado pelos ventos, vai incentivando as pessoas a enfrentar o frio e sair à rua. Ruas também elas afogadas nas águas pluviais e cuja drenagem é insuficiente ou inadequada, talvez sequelas de manobras eleitorais apressadas e que a natureza não se compadece. No reino da Natureza dominam o movimento e o agir, enquanto que aos executivos se exige a aptidão e o querer. A ciclicidade da Natureza manifesta-se necessariamente nos fenómenos. Nos executivos as aptidões, têm que ser postas em exercício por parte da vontade para poderem ganhar forma e devem ter o discernimento de tirar mais valias que lhe sejam propostas, pode ser essa a forma de se tornar mais forte. Lembremo-nos da física como uma das ciências exactas de referência, podemos compreender fenómenos a todas as escalas e com diferentes tipos de organização, que defende em termos básicos que um corpo eleva tanto mais a sua massa quanto maior for a sua capacidade de aglutinar partículas, o mesmo pode ser destruído se entrar em permanente colisão com as partículas que o satelizam e o comportamento geral de um corpo sob a influência gravítica de outro resulta no futuro numa órbita muito diferente, mas bem definida e com maior estabilidade. A ideia do Provedor Municipal, deve ser uma a ser aglutinada pelo executivo, devendo ter como princípio assumido o carácter de não dependência hierárquica relativamente a quem quer que seja, daí que o facto de a sua criação a partir da Assembleia Municipal. Um dos papéis essenciais será uma função pedagógica e de amortecimento entre os munícipes e a Autarquia, pois se é sua obrigação a informação, o diálogo e o auxílio na resolução dos problemas daqueles, devendo a acção daquele enquadrar-se num objectivo da resolução e despiste de quezílias e por nunca numa postura de pró poder ou anti poder, sem referir opinião de opções e decisões políticas dos eleitos. A criação desta figura num gabinete do munícipe seria uma mais valia no concelho, assim haja a vontade e a coragem para a criar para depois haver também a maturidade para a respeitar e ouvir. As mudanças não devem ser eternamente raios de luz no fundo do túnel mas sim a claridade da acção, que parece resultar de bons ou de maus auspícios, aos quais se deve uma grande parte dos louvores e das críticas que se lhes atribui e esta até parece ser uma medida consensual. Menos consensual porque implica solicitar esforços financeiros numa época em que a crise é transversal relativamente a taxas e impostos, cuja proposta apresentada pela câmara cujo objectivo parece ser exclusivamente uma tentativa imediata da angariação máxima possível de receita, ficando descurado medidas de apoio às empresas e às famílias e o combate ao desemprego e com isso contribuir para a retoma económica e para o combate à exclusão social. Os impostos são aquilo que se paga para se ter uma sociedade civilizada e mais justa, mas a sensação dos contribuintes é precisamente inversa. A capacidade de gestão duma autarquia é inversamente proporcional ao peso dos impostos. Em teoria, os recursos arrecadados são revertidos para o bem comum, para investimentos (tais como infra-estruturas: estradas, e com os nossos impostos os arranjos precários das estradas deixou muito a desejar) e custeio de bens e serviços públicos, como saúde, segurança e educação. A Câmara terá de ter sempre em conta que como concelho pequeno não pode limitar a sua subsistência ao impostos mas deve exigir ao poder central uma maior intervenção no sentido de o dinamizar e criar antecipadamente infra-estruturas compatíveis com o desenvolvimento como um parque industrial devidamente atractivo e apelativo para a criação de novas empresas e assim criar mais riqueza havendo mais matéria tributável. A taxação máxima ou no seu limiar não é uma medida dinamizadora nem a mais adequada e concerteza não é a mais aliciante para a implementação de novas empresas e esta impermeabilização das políticas fiscais têm-se revelado sempre insuficientes.

Benjamim  Franklin disse:"Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos ", e essa parece ser uma realidade cada vez maior, tal como a chuva que todos os anos vai alimentando as nascentes e saturando os campos mas simultaneamente corroendo as nossas estradas e “craterizando” as bermas obrigando os peões quase a fazer escalada em lugar de caminhadas. Mas, alegremo-nos porque no concelho vamos ter um novo grupo folclórico, a cultura popular empolga-se curiosamente na mesma freguesia onde as danças de salão tiveram muito poucos apoios, alvitremos que o nome dessa freguesia se projecte e quando a celebração do tratado de aliança possamos receber com pompa e circunstância, muita música e alguma etnografia. É uma forma de mostrar aos possíveis ingleses convidados para a cerimónia que o nosso povo evoluiu apesar de continuar a respeitar fielmente o acordo mais antigo entre dois povos ainda em vigor, e que em momentos da História foram eles que não o cumpriram e até no final do século XIX chegaram a fazer propostas de apoio de anexação ao rei de Espanha se Portugal não abdicasse do mapa cor de rosa. Talvez seja interessante lerem-se crónicas da história inglesa à época do tratado em que definia esta terra lusa como de "...campos cuidados e verdejantes cruzados de nascentes cristalinas e algumas fumegantes que invasores as usaram para a lavagem de males". Esta talvez seja a diferença maior que vão encontrar nestes séculos de História porque dessas já não reza a História, pois o tempo recente acabou de apagá-las, algumas vezes perder tempo em coisas demasiado óbvias ou populistas, priva-nos de descobrir coisas interessantes: contrariedades duma época que nunca tem tempo.

Pensem nisso

António Veiga

O meu semelhante

Vejo no teu olhar a indiferença,

vejo no teu ser o vazio....

tudo parou!

Giras em torno de ti mesmo!

Despido de tudo,

caminhas glamorosamente vestido pela rua

de cabeça pendida de preocupações...

sofres na carne o mundo que constróis.

Sofres no espírito as prisões que crias.

A tua liberdade é necessariamente controlada!

Vives na faustosidade dum mundo sem luz verde.

Vives na escuridão dum mundo electrificado,

tudo se move cadenciadamente,

como peças justas e cansadas

dum motor velho e corroído!

O tempo microscopicamente contado teima a passar.

A beleza das coisas perde-se nesta complexidade.

Perdes-te e empurras-te para esse labirinto!...

Tudo é concreto e científico,

tudo é mensurável.

Os campos são metodicamente envenenados,

os animais são controladamente abatidos e enjaulados!

Tu és cientificamente educado e orientado

e aprendes a lidar com a Natureza

entre quatro paredes.

Contudo, tu: és o resto civilizado

dum clã de “macacos”

que outrora se lançou na aventura :

de sair das florestas e andar a dois pés!


Pensem nisso

António Veiga

Ideias Perdidas

Hoje na assembleia da república onde cerda de 2 centenas e muitos representantes legítímos do povo português trataram-se duma forma indecorosa perdendo tempo com banalidades em vez de o aproveitarem em benefício dos portugueses, tanto mais que o tema hoje falado era a Saúde. Chamar palhaço e passar o tempo a criticar  em surdina é  não só um cenário de falta de educação, como uma afronta aos que os elegeram. Mas, são estes os políticos que o povo quis, não se queixem ou digam agora enganados porque eles estão lá por terem sido eleitos, acredito que haverá outros iluminados obsessivos a defender as suas atitudes...e depois criticam fundamentalistas! Lembro, conforme fiz num blog dum amigo meu, uma quadra dum poeta popular português que se chama António Aleixo, esse sim Homem do Povo com grande inteligência e muita sabedoria pra a época e para a sua cultura (que era naif, simples mas muita):

"Não odiemos aqueles
que aplaudem quem nos condena;
tenhamos só pena deles
porque são dignos de pena."

Quanto à forma prejurativa, como invocaram o nome duns grandes senhores do espectáculo que são os palhaços, que nos remetem para o mais belo imaginário da nossa infância, resta-me o comentário: Perdoai-lhes que eles não sabem o que fazem e dizem. E, deixo aqui outra quadra de António Aleixo:

"Há pessoas muito "altas"
do nome ilustrado e sério,
porque o oiro tapa as faltas
da moral e do critério."

Toda esta forma de estar e fazer política é indigna é deprovida de ideias e orientações é tempo perdido, fica assim o texto meu que o digital de Vizela recentemente publicou:

Numa época em que é preciso inovar todas as ideias devem ser acarinhadas e estudadas, mas nunca perdidas. No entanto, tem sido lugar comum a que as forças partidárias tomem opções díspares para as mesmas em função do seu ranking eleitoral, sendo mais notório nos maiores partidos. Há uma tendência a enaltecer as ideias, como repertório de possibilidades, magníficas, exuberantes, superiores a todas as historicamente conhecidas, principalmente quando projectadas pelos próprios.

O seu formato é maior, transbordou todos os caminhos, princípios, normas e ideais legados pela tradição. São mais ideias que todas as ideias, e por isso mesmo mais perspicazes. Não pode orientar-se no pretérito, e apagam outras que por si só já se anteciparam, mas que por serem paridas doutra prole foram simplesmente ignoradas. Mas esta fatalidade ideológica não pode ser linear. As decisões políticas não podem ser arremessadas para a existência como a bala duma espingarda, cuja trajectória está absolutamente pré-determinada.
Em vez de impor-nos uma trajectória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger uma boa ideia, sem dúvida que a do Provedor Municipal o é, tal como já o fora este ano e há 4 anos noutro programa político, mas que todos silenciaram.
Talvez muitos problemas que agora hibernados toldam vivências no passado, teriam tido outro desfecho se a abertura de horizontes não fosse tangencial aos muros que os cercam. Talvez agora haja a abertura de adoptar ideias concebidas fora do poder, talvez seja um momento de coragem mas poderá ser de presunção se clamar de vitória pelo gosto do protagonismo ou oportunismo político em busca já de dividendos.
Os programas políticos e as suas ideias não se haviam de profligar em prol do interesse comum, em todos eles há detalhes essenciais. Seria possível, não fossem as quezílias de coisa nenhuma. Talvez daqui a uns anos os mesmos que clarividentemente as perfilham poderão achar óbvias outras estrategicamente esquecidas, como há 20 anos se sugeria uma alteração dos circuitos dos autocarros em Tagilde ou mesmo uma caixa multibanco, ou um gabinete do munícipe, entre outras.
Não nos podemos embalar no fado, que as coisas acontecem por fatalidade como o fecho das termas ou o desemprego. Os mais resignados dirão que ainda não se criaram as circunstâncias, puro engano, as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de decidir. É importante assim, que em Vizela se tomem decisões, que impeçam a sua deriva tortuosa com perda de sentido e norte. Talvez quando se orientarem as bússolas políticas nesse rumo se aproveitem boas ideias porque elas vão rareando e algumas perdendo...
Pensem nisso
 
António Veiga

Moda e Beleza a Nu

The difference is a synonym of beauty and beauty is the uniqueness of the different and have all the naked beauty regardless of weight, height, race, because what counts is the one!

La belleza desnuda no son las características de la persona, sino la persona!

La nudité est un art aussi à des personnes avec tous ses défauts et ses vertus, parce que c'est ça la beauté!

La nudità è un arte quando si possono fare belle tutte le caratteristiche delle persone a prescindere dal peso della sua ristrutturazione delle sue dimensioni o età, perché le persone sono belle!

Vivemos numa época que cada vez mais tem consciência da multiplicidade de opiniões e informações mas simultaneamente com maior incapacidade para as assimilar e assumir. Em nome de normas ou tradições enraizadas culturalmente vincula-se opiniões e escamoteia-se a abertura, em falsos puritanismos ou em nome das tendências chegam a optar-se por comportamentos quase primitivos. Assim, dificilmente conseguimos uma identidade própria, as próprias modas e os condicionamentos sociais limitam esses desejos. A normalização de comportamentos incute um conjunto de atitudes que “in natura” dificilmente optaríamos. A moda, com interesses económicos, a vários níveis no decorrer do século passado tirou partido e incutiu a tendência da normalização com o “prêt à porter”, iniciando com os números de roupas mais pretendidos e à medida que algumas dessas empresas foram ganhando mercado diminuíram aos respectivos números em função de modelos esqueléticos, criando-se a imagem que de determinadas marcas optariam pelos magros porque ganhariam um visual mais conseguido e elas eram marcas da moda por serem vestidas por corpos ideais.
Esta tendência teve efeitos dramáticos nalguns modelos, e como a moda induz à imitação foram os adolescentes os mais visados, levando ”in extremis” a situações patológicas graves ou mesmo a morte. Sabe-se hoje, que no pós revolução industrial com o aumento da Tuberculose houve um enaltecimento da gordura porque a mesma patologia estando associada à fome e às más condições de vida, daí que os gordinhos eram tidos como pessoas saudáveis, abastadas e belas. Já no princípio do século passado à medida que a população vai tendo melhores condições sociais surge o problema das doenças cardio vasculares associadas numa grande maioria à obesidade, e surge o enaltecimento d magreza.

Actrizes gordinhas como a Marylin Monroe, não teriam nos tempos actuais, a mesma projecção sensual porque esses padrões estão completamente alterados, ou seja as ideias de beleza mudam-se com os tempos. Os próprios grupos juvenis como forma contestatária contribuíram para a mudança, sendo comum jovens de países desenvolvidos optarem por comportamentos inerentes a tribos aborígenes e que nada têm em comum com o ocidente como o caso do uso e a localização dos piercing, das tatuagens, adornos, etc. A própria moda e os países determinam aquilo a que se chama beleza. A moda é não mais que uma contra moda, podendo ter objectivos contestatários como foi por exemplo a mini -saia ou o corte de cabelo. Com a globalização há como uma tendência para que todos tenham a mesma medida de cintura, o desenho da mesma arcada dental, o mesmo nariz ou o mesmo perímetro mamário assim como formas semelhantes, valoriza-se o visual em detrimento de outras potencialidades humanas não só por razões de saúde mas essencialmente por razões consideradas estéticas e de cópias de modelos mediáticos, como é exemplo o brinco na orelha do Cristiano Ronaldo. Esta generalização estende-se aos mais maduros que recusando a velhice temendo-a e sentindo-se vazios de ideias ou ideais,  consequência deste desmesurante exponenciamento da imagem e de uma sociedade de consumo imediato, procura-se desde dietas milagrosas e irracionais, às cirurgias estéticas mais agressivas e o bisturi passou a ser um acessório da beleza e uma forma quase obrigatória de moldar os corpos.


Mas afinal o que é a beleza, talvez na opinião de muitos pensadores seja o esplendor da ordem, mas não será a beleza uma nova aptidão para nos dar prazer? Não haverá na desordem beleza? Não estarão na génesis de várias genialidades do ser Humano a diferença e mesmo a desordem? Será que os modelos que nos chegam nas revistas e cartazes publicitários devidamente retocadas cirurgicamente, maquilage ou pelo Photoshop são modelos de beleza? Será a imagem o cartão de visita maior dum ser humano quase num apuramento de raça inerente a grandes erros da História? Será natural aceitarmos todas estas fustigações estéticas em nome da beleza, será isso belo ou dignificante? Há pais a pagar implantantes mamários a crianças de 16 anos! Não serão todos os seres humanos mais belos na sua capacidade de criar sem que o corpo não seja o único instrumento? A nudez dum corpo duma pessoa que apresenta os sinais dos tempos não é bela? Negar isso é negarmos a nossa condição de seres vivos? Numa sociedade onde a nudez nos entra por todos os meios pelos olhos dentro, somos capazes de ser muito sépticos com a mesma conseguindo ser mesmo preconceituosos e nalguns países escolásticos, com leis retrógradas e muito punitivas. A nudez foi desde sempre uma aliada das artes e para os gregos na política era sinónimo de honestidade. Talvez na actualidade haja muita facilidade em reduzirmos o que vestimos e muita dificuldade em despir preconceitos e tabus! Seria interessante ouvir o colégio da especialidade de obstetrícia ginecologia em afirmar que o uso continuado de algumas roupas interiores (fios dentais) são potenciadores de infeções  devivido ao inadequado desenho para a anatomia feminina, assim como a qualidade dos tecidos. Há 1,7 milhões de anos, o nosso antepassado, Homo Erectus, lembrou de se proteger das baixas temperaturas com fartas peles de animais. Muito tempo depois o Homem moderno surgia na África e, quando chegou ao velho continente, há 45 mil anos, está muito longe do estereótipo do habitante das cavernas: Até o Homem de Neandertal, que desapareceu há cerca de 30 milhares anos, já exibia nas proximidades de Paris e Milão um certo requinte na vestimenta (talvez seja por isso que ainda hoje têm relevo na moda).


O calor impunha outros costumes no hemisfério sul, que os europeus trataram de modificar logo que desembarcaram. "Que escândalo" clamaram os missionários a suar em bica, e não hesitaram em obrigar as taitianas ou as índias da América a usar um par de cocos nas mamas, no entanto os mestiços proliferaram , embora digam que foram obra priveligiada dos descobridores e colonizadores portugueses. O que se usa serviu desde sempre para mostrar uma posição social, e a vergonha decorre de não se apresentar como os outros, por excesso ou defeito. A nuance do pudor surgiu na Europa, provavelmente por influência das religiões. Estas religiões estabeleceram uma subordinação do corpo à alma. Esta exige todas as atenções; o outro é corruptível e pecaminoso, pelo que será melhor tapá-lo. Em contrapartida, para os habitantes da selva, cobrir as vergonhas não era mais do que a garantia de que os genes eram transmitidos à prole, pois protegia-os das picadas dos insectos e das serpentes. Assim se explica a variedade de tapa-rabos que existe e cuja confecção recorre aos mais diversos materiais.

Na Grécia clássica, também se viam as coisas doutra forma, os Jogos Olímpicos eram disputados sem nada em cima do corpo, em honra dos Deuses, e os Gymnasion (Ginásios) eram locais para se andar nus. A nudez era a forma de mostrar um estado de pureza e sinceridade que, nos tempos de Alexandre Magno, constituía um hábito partilhado por muitas seitas da Índia. No subconsciente asiático, a sexualidade também foi exposta, sem falsos pudores, como se torna visível no Kamasutra ou em templos como o de KJhajurako. Entres o chineses estar nu não era digno de pessoas civilizadas, enquanto que para os japoneses misturam-se nus nos banhos comunitários das povoações mas tapavam completamente todos os centímetros da epiderme.


É quase impossível determinar a forma como nasceram as diferentes atitudes relativamente ao uso de roupas. No Ocidente até finais do século XIX, o mais absoluto puritanismo domina a sociedade, o Vaticano decidiu tapar com folhas todas as partes pudendas das estátuas e pinturas, sendo a frigidez nas mulheres tida como uma virtude. A época Vitiriana introduziui modificações significativas como o uso da tradicional cueca às mulheres e a ceroula nos Homens.

No início do século XX surgem os primeiros movimentos de libertação sexual, é mesmo em 1900; publicado o culto da nudez por Heinrich Pudor para proclamar a beleza do corpo humano. Surgem os primeiros nus integrais nos cabarés parisienses e nas praias do norte da Europa tornou-se popular o topless (mas recentemente a Suécia viveu a polémica do direito das mulheres usarem só monokini nas piscinas públicas); e assim chegámos aos nossos dias em que nada disso nos parece escandaloso mas continuamos a ter pruridos com a nudez integral.

E, numa grande maioria de países as forças de autoridade dão mais destaque à nudez praticada por alguém do que ao uso de protector solar, não deveria se ao contrário? Uma coisa é certa um tumor da pele não tem nada de belo! Mas volvidos estes anos de evolução é compreensível sociologicamente que enquanto seres tribais que somos gostamos de nos adaptar ao grupo, mas teremos nós nascido, sido concebidos ou paridos todos vestidos? Até porque com o aquecimento global do planeta e os países a aceitar e a retroceder nas medidas essenciais ou tratados  talvez no futuro possamos dispensar as roupas, por isso há que encarar a nudez com naturalidade, pois a beleza que seduz poucas vezes coincide com a beleza que faz apaixonar.

A beleza dum ser humano deve avaliar-se não pelas proporções do corpo, mas pelo efeito que estas produzem. A imagem dum ser Humano nua seria menos perigosa do que é uma vestimenta habilmente exibida, que cobre tudo e, ao mesmo tempo, deixa tudo à vista, que esteve na irracional atitude com a estudante no Brasil. O corpo é efectivamente a nossa imagem física, mas nem ele nem a indumentária devem condicionar as nossas noções de interesse e beleza, pois o aparecimento da primeira ruga, dos primeiros quilos a mais, dos cabelos brancos ou da perda deles não são limitadores de interesse antes pelo contrário. Não é o corpo que tem encanto mas a pessoa e se  tem charme, não precisa de mais nada; se não o tem, tudo o resto não serve para muita coisa, citando Saint Exupery: "O essencial é invisível para os olhos",


 Num blog que costumo frequentar a autora citando  diz: “Não sou só carne, só matéria... Sou antes de mais nada e acima de tudo espírito... Não sou só razão... Sou acima de tudo e antes de mais nada sentimento... Assim sou eu...”. Talvez seja esse pensamento que devamos aprofundar e saibamos exigir na diferença não como um defeito na beleza mas uma complementaridade essencial!...
Pensem nisso
António Veiga

Mudanças

The concept of proximity policy: it is a policy based on mutual benefits and obligations.

Actuellement, national et internationalement ont essaye de suivre dans un monde qui ouvre de nouvelles opportunités, mais aussi lancer de nouveaux défis, comme les plus sévères taux de chômage.

Las nuevas tecnologías tienen un papel clave en la cercanía al ciudadano, que está lejos, cada vez más, del activismo político y social

In assenza di progetti sul campo, le politiche sono solo buone intenzioni.


Há oito dias atrás enviei o texto seguinte para publicação no Notícias de Vizela que, concerteza,  por opção ou interesses editoriais não publicou, há que respeitar essa decisão, fica aqui a possibilidade de possíveis interessados o lerem:


Há mudanças em Vizela, e tempos de mudança impõem grandes responsabilidades. Algumas das alterações de postura por parte do município revela pelo menos alguma vontade de mudar. Essa mudança pode não passar de boas intenções se ficar no marasmo do querer fazer e com nada avançar, simultaneamente nos avanços conseguidos há que dinamizá-los, senão não passam de meros gabinetes com alguns lugares cativos. Se não houver projectos no terreno, as políticas não passam de boas intenções. Não se pode deixar de notar logo as feitas na forma do atendimento e da disposição dos móveis no edifício da câmara, onde apresenta maior proximidade com os utentes, aguardando-se assim se a eficácia e a qualidade dos serviços prestados vai ou não ser proporcional. Apenas um reparo, o caixote de lixo para o público é erradamente um bengaleiro (recipiente para guarda chuvas), dever-se-ia pensar mais verde e ecológico e colocar embalagens para depositar lixo de forma diferenciada, partindo da câmara esse exemplo (e o preço até nem é tão exorbitante). Na conjuntura Nacional e Internacional estamos a tentar acompanhar um mundo que abre novas oportunidades, mas que simultaneamente nos coloca perante novas ameaças, como a mais grave o desemprego, cuja tendência actual em nada é favorável. Se quisermos acompanhar o ritmo deste mundo em constante evolução e dar resposta às crescentes responsabilidades globais, temos, enquanto concelho, de adoptar as medidas necessárias. Se quisermos satisfazer as expectativas e esperanças cada vez maiores dos munícipes.


A necessidade de uma nova perspectiva política para as relações com os munícipes, com vista a auscultá-los de perto, fornecer-lhes incentivos, injectando uma nova dinâmica nos processos em curso e desenvolvendo uma parceria aberta e evolutiva. É o conceito de política de proximidade, uma política baseada em benefícios e obrigações mútuas, que representa um contributo importante do edil, criando assim novas esperanças. A esperança é algo de estranho. Tem muito a ver com o crédito ou a confiança que as pessoas depositam. Influencia o modo como encaramos as decisões ou as situações. Como poderá um concelho perspectivar o seu futuro num clima quando lhe falta a orientação ou confiança? A esperança aponta o rumo a seguir, inspirando assim a confiança. Mas o futuro que começa hoje tem de ser atraente e continuado para que a esperança perdure, daí a necessidade de aliciar ao investimento como o avanço de medidas para fixar empresas no concelho. Em complemento destas medidas de proximidade imperava uma apostas devidamente informada e assistida das novas tecnologias, com oferta de serviços on line. As novas tecnologias têm um papel fulcral na proximidade com o cidadão, que se vem afastando, cada vez mais, do activismo político e social. Além da crise económica, vivemos uma crise de valores sem precedentes, com a comunidade política sendo descredibilizada a toda a hora (umas vezes justa outras injustamente) pela nossa população.

A proximidade deve incidir não só no que se depara à vista duma presidência aberta mas também, dinamizar perspectivas de emprego e competências no domínio da acção social, criação e apoio de serviços que asseguram de forma directa num quadro de proximidade física ou relacional, a valorização das pessoas, o seu bem-estar e qualidade de vida, sendo um exemplo a AIREV.



Vizela, deve tentar aliciar as suas gentes mas deve ser um pólo de atracção para os seus vizinhos. Que temos nós para oferecer aos nossos novos vizinhos num futuro próximo? Que perspectivas podemos dar?lhes? São estas as questões a que temos de responder. Vizela será mais rica quando ser vizinho de Vizela significa melhores oportunidades comerciais, num contexto político e económico mais atractivo. Pensará o Edil nisso, permitindo: o fecho das termas, a falta de incentivo turístico e cultural? Será que o monte de S. Bento e o rio ou mesmo a cidade estão devidamente vocacionadas para o efeito? Não bastam presidências abertas para que tudo se resolva, nem com elas se consegue resolver tudo e pode-se correr o risco de não conseguir nada senão perda de tempo e credibilidade. Sabendo o edil que todos vamos estar atentos e toda esta proximidade vai permitir-nos ser suficientes frontais escamoteando manobras de marketing político imbuídas em populismo...

Pensem Nisso

António Veiga

Sonho

The Dream is measurable,
as such subject to limits.

Le rêve est mesurable,
il est soumise à des limites.

El sueño es mensurable,
como tales sujeto a límites.

Il sogno è misurabile,
come tale soggetta a limiti.


O Sonho é mensurável,
como tal sujeito a limites.
Até o limite é visível
nem que seja o limite do infinito,
pois o infinito perde-se em si mesmo,
os sentimentos diluem-se com extremos

com eles tocamos nas estrelas,
se esperarmos pacientemente pela noite,
e nos despirmos de medos e preconceitos.
Todos os vazios serão preenchidos,
nem que nada seja alguma coisa,
porque é fortaleza de carácter
saber tirar a beleza do negro
procurando pontos incandescentes
e fazer luz na escuridão
procurando o belo que ela esconde.
Resignado é aquele
que encandeado no esplendor da luz
vive o tempo ofuscado
com o brilho do arco-íris
e não se apercebe
da multiplicidade de cores
que o cosmo lhe proporciona.
Os seus limites ficam limitados
e a vida vai perdendo cor
para se tornar num cinzento
cada vez mais baço e gélido,
capaz de diluir:
Sonho, Esperança e Alegria..


António Veiga in Poemas Completos


 
Home | Gallery | Tutorials | Freebies | About Us | Contact Us

Copyright © 2009 Devaneios de Vida |Designed by Templatemo |Converted to blogger by BloggerThemes.Net

Usage Rights

DesignBlog BloggerTheme comes under a Creative Commons License.This template is free of charge to create a personal blog.You can make changes to the templates to suit your needs.But You must keep the footer links Intact.