A espera do sorriso...



No ocaso por acaso
deixei cair um sorriso
num raio dourado do sol,
aproveito e faço-o voar
para salvá-lo da noite,
embalado em tanta luz
efusivo e radiante
acena-me numa despedida
enquanto eu degusto
a beleza do adormecer
da luz do dia.
Subitamente sinto,
o despertar dos sentidos,
saudosistas do sorriso,
remetem-me na infinidade
do tempo e dos tempos.
Acomete-me um enorme vazio
uma existência de nadas.
Mas nada, é tão forte,
nem o brilho da luz,
nem o calor de um sorriso...
apaga esta escuridão.
Nada, absolutamente nada!
Como se nada fosse pouco...
Nada é a proximidade ao infinito
a genesis e o fim de tudo.
é o espaço que medeia
o infinitamente impossível
ao infinitamente possível!
Talvez seja por isso
que neste entardecer da vida
locupleto o peito
dos nadas vividos
esperando que a alvorada
devolva o meu sorriso
mais iluminado e brilhante.


António Veiga,in poemas completos

Flores


Hoje fui colher algumas flores no jardim para compatilhar neste espaço virtual com todos aqueles que como eu gostam de fotografia e acham que as flores sáo o júbilo da beleza da natureza, quase diria que são os orgasmos coloridos das plantas. Este esplendor das flores faz-me lembrar quando era adolescente e aluno do Secundário um texto do Almada Negreiros que saiu num teste de português e que eu adorei, pois é de uma beleza singular dum grande mestre da cultura portuguesa;
"Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor! Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor! "

 Pensem nisso



































 
Home | Gallery | Tutorials | Freebies | About Us | Contact Us

Copyright © 2009 Devaneios de Vida |Designed by Templatemo |Converted to blogger by BloggerThemes.Net

Usage Rights

DesignBlog BloggerTheme comes under a Creative Commons License.This template is free of charge to create a personal blog.You can make changes to the templates to suit your needs.But You must keep the footer links Intact.