Olhares na memória . Lançamento de livro


Disse José Luís Peixoto que: "Os livros, esses animais sem pernas, mas com olhar, observam-nos mansos desde as prateleiras. Nós esquecemo-nos deles, habituamo-nos ao seu silêncio, mas eles não se esquecem de nós, não fazem uma pausa mínima na sua vigia, sentinelas até daquilo que não se vê. Desde as estantes ou pousados sem ordem sobre a mesa, os livros conseguem distinguir o que somos sem qualquer expressão porque eles sabem, eles existem sobretudo nesse nível transparente, nessa dimensão sussurrada. Os livros sabem mais do que nós mas, sem defesa, estão à nossa mercê. Podemos atirá-los à parede, podemos atirá-los ao ar, folhas a restolhar, ar, ar, e vê-los cair, duros e sérios, no chão."

O gosto de brincar com as palavras incitou-me ao arrojo e ousadia de dar a passada, que espero as minhas pernas alcancem e, editei um segundo livro, que teve genericamente boas críticas. Uma editora acreditou neste meu projecto e vai fazer o lançamento em março 2018, simultaneamente, em Portugal, no Brasil e nos PALOP's, com possibilidade de ser editado em outras línguas. Em virtude a editora, não ter nenhum evento programado, para a região, excepcionalmente, autorizou-me fazer uma edição de autor em Dezembro 2017, limitada e numerada, sem autorização de venda em livrarias, cujas apresentações do mesmo estão confinada à minha região de residência e trabalho.

È um livro, tipo romance,  que representa o trabalho de alguns anos e cujo propósito central é fazer um retrato social de Portugal nos últimos 50 anos, o livro é também um hino à amizade e eu sou fiel às minhas amizades, porque afinal é ela que está na base de todos os afectos, 

Será uma apresentação intimista associada a um pequeno evento cultural. mais importante que a compra eventual do livro é uma tertúlia envolvente e saudável. Gostaria, assim, de confirmar a honra da tua presença, num dos eventos ou nos que achares pertinente- 

O livro não é de leitura corrida ou imediata, é uma antítese do habitual, é descritivo, meditativo, não diz nada de novo mas diz muita coisa baseada no que toda gente já pensou ou disse, afinal baseia-se em palavras já inventadas nesta língua que nos une e nós tão maltratamos e a análise dos país que somos pelo país que fizemos.

Os eventos são 3:
Dia 2 de Dezembro na Fundação Jorge Antunes Vizela às 17h30
Dia 5 Dezembro no Teatro S. Mamede Guimarães às 21 horas
Dia 7 Dezembro no auditorio do Hospital Senhora da Oliveira Guimarães.

Depois só depois de Março quando a editora lançar a nível nacional, quer numa quer noutra leiam-no, divulguem-no e falem ou escrevam sobre ele, Porque afinal como também diz José Luís Peixoto "(...) Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas. "

Pensem e divulguem isso

António Veiga

Novelas Eleitorais


Seguindo exemplos doutras campanhas que neste período eleitoral alimentam novelas trágico-dramáticas dou o meu humilde contributo novelístico numa versão mais ecológica. Sujeitando-me a crítica, honestamente confesso que gosto muito de borboletas, não só pela extravagância e venustidade das suas cores mas também, por tudo aquilo que representam, servindo até de exemplo para teorias complexas como a do caos, fundamentando que o seu elegante bater de asas pode desencadear tornados a milhares de quilómetros pelas correntes de ar cujo esvoaçar provoca. A teoria do caos, uma das leis fulcrais dum todo como o Universo, está presente na essência de quase tudo o que nos rodeia. Na sua complexidade a ideia central consiste que a mais pequena mudança pode espoletar um evento capaz de desencadear consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro, sendo as mesmas praticamente imprevisíveis. Embora pareça assustador, mas tudo o que acontece na vida tem repercussões ininteligíveis no futuro, tal como pode determinar o bater de asas duma borboleta à distância ou no futuro. Estes pequenos seres cujo ciclo de vida também pode inspirar o fatalismo iminente duma mutação contínua,  que pleiteia com transformações radicais desde a fase de pré larva ao magnânimo bater de asas do imago. 

Desta leitura conclui-se que nada é inconsequente num universo em permanente mutação, esta análise estende-se assim a tudo até mesmo à política, não significando que na política há borboletas, pelo menos em Vizela este tipo de insetos é escamoteado e disperso por zangões, vespas ou mesmo besouros, Se nos mantivermos a falar deste tipo de insectos que pululam em Vizela,  (vespas, besouros, e zangões) como predadores suma colmeia comum está sempre presente uma laboriosa abelha melífera que nada prejudica a conjuntura. Imaginem só, se juntássemos a cada par daqueles primeiros insetos, uma simples abelha melífera numa fórmula matemática de 2-2-2-1. Teríamos os pares daqueles três primeiros austeros e convictos insetos em qualquer acção conjuntura uma intervenção entre si mais doce e um zumbindo mais melodioso. De certeza que todo o universo dos insetos olharia para aquela composição duma forma mais assertiva pois os resultados finais indubitavelmente seriam muito mais produtivos para a comunidade. Por outro lado não se corria o risco de viver numa maioria com ruído dos zangões, e por outro os ferrões das possantes vespas ou  a praga dos besouros eram menos incómodo e nefasto à comunidade, porque maiorias são sempre perigosas e os políticos sabem isso por isso andam sempre a pedi-las para as usar, totalitariamente, como armas sem serem incomodados.  Esta poderia ser uma novela de campanha se cada inseto tivesse explanado objetivamente as suas ideias mas tal não aconteceu face ao desentendimento dos insetos maiores, onde nem os mosquitos quiseram estar presentes. Face à ausência de personagens, achei conveniente ilustrar toda a vontade que a abelha melífera tinha.

Obviamente não será inconsequente o rumor que se criou nesta campanha autárquica e com certeza desencadeará tumultos gravosos no futuro, porque toda a ação desencadeia uma resposta (salvaguardando outras teorias que não sejam exclusivamente behavioristas). Primeiro porque se não houver discernimento para entender que os intervenientes  que previamente clamam vitória sejam eles  (in)dependentes, socialistas ou social democratas; segundo porque são todos gatos do mesmo saco e logo que sintam uma abertura  correm cegamente à procura duma cadeira de poder cuja tendência intrínseca os impele  para se servirem dele ao contrários das borboletas cujas crisálidas quando se libertam do casulo transforma-se sóbria e elegante da perfeição da natureza como é o imago ou o exemplo da obreira abelha que indefinidamente continuará a trabalhar para a colmeia comunitária.
Como abelhas obreiras e sem o ruído comum a outos insetos de grande porte a CDU com centenas de contactos com instituições associações e com a população, criou um rumo a seguir tal qual a abelha que pelo sol calcula o caminho da colmeia e esse rumo foi: um desenvolvimento do concelho centrado o rio, nas termas e a promoção da marca Vizela para dignificar Vizela e os Vizelenses. Levantámos os problemas que se arrastam há 19 anos:
1.     Falta de prioridades na gestão do orçamento que criou uma e inadequada ação, tropelia e desorientação dos rumos do concelho condicionando uma desigualdade e assimetria no desenvolvimento do município
2.     Uma ausência de políticas ambientais eficientes, com atropelos permanentes em particular com o rio e cursos de água;
3.     Na cidade e zona urbana uma ausência de medidas de efetiva requalificação urbana e ambiental, com prédios a degradarem-se;
4.     A completa negligência e falta de preocupação pelas freguesias periféricas e suas mais sentidas carências;
5.     Um total desprezo para com os problemas sociais com medidas de fachada e sem uma ação sagaz para o atenuamento das causas;
6.     Opções, ao nível dos investimentos, em obras perfeitamente desenquadradas de uma estratégia de desenvolvimento, em geral dispendiosas e de duvidosa prioridade como a estrada famosa estrada paralela à nacional, ao mesmo tempo que se negligenciam as funções sociais como a Educação e a Acção Social dirigidas às crianças e aos idosos;
7.     Uma gestão marcada pelo exercício do poder na clausura dos gabinetes e em birras de poder que originou movimentos independentes.

Nesta campanha caracterizada pelos cinco d´s: Disparidade de meios, deploráveis ações, distorções de verdade, demagogia e despesismo inaceitável; fizemos o que os nossos meios permitiram e na objetividade de ideias não fomos inferiores aos outros, sempre rumámos na dianteira. Somos com uma humilde equipa sem as doutidades que outros ostentam (com resultados práticos pouco visíveis), pois fomos os primeiros a fazer o programa, assente no acrónimo: DISCUTA (Desenvolvimento, Economia, Emprego Identidade, Inovação, Marca Vizela e gestão municipal Serviço social e Saúde Cultura, educação,  desporto e associativismo Urbanismo, Obras públicas, PatrimónioTransportes, Acessibilidades  Ambiente, Ordenamento e Recursos Naturais) 

Em cada uma das alíneas apresentámos soluções fundamentadas. Sabemos que algumas delas podem e devem ter conclusão em mais de que um mandato. A título de exemplo é faccioso e pouco sério dizer que se vai despoluir o rio logo quando chegarem à liderança como se já não houvesse um plano e uma hierarquia de intervenções por organismos diferentes, mas esses procedimentos não pareceram ser interessantes e discutíveis pelos que já clamam vitória antecipada. (talvez não tenham tempo para ensaiarem hinos de vitória). Poucos quiseram falar das termas, das soluções para as mesmas, nós CDU estivemos horas a falar com o diretor do Centro Tesal Termas de Vizela  e quisemos o contraditório da câmara que apesar de o garantir nunca o cedeu, outros que antes negociaram esgotaram os interesses deixaram desinteressadamente de  falar,  simplesmente palpitam por alto para todos ouvirem e ninguém perceber.  Perante a importância histórica do Tratado de Aliança e o perfeito enquadramento no contexto internacional e nacional da atualidade propomos um conjunto de medidas que se estendem muito mais que as apresentadas no nosso programa. Estivemos no terreno efetivamente a trabalhar sem o ruído dos holofotes ou a cegueira do fumo de porcos de espeto ou autocarros londrinos que esqueceram celebrar o dia do tratado de aliança, fomos movidos apenas pelo interesse da terra sem andar a mendigar votos, oferecer contrapartidas, aproveitar-se de eventos ou simplesmente a perturbar o sossego de quem está. Os votos que a CDU alcançar não são propriedade exclusiva dos que votarem nela, porém os eleitos serão representantes de todos e descansem os que não votarem em nós que pautaremos também pela sua dignidade. Nunca esmoreceremos porque somos sementes e mesmo que nos tentem tapar germinaremos com mais força, tal qual abelha que labora convictamente por uma causa comu. Não comprámos, nem iludimos ninguém, porque também não estamos à venda.

E cuidado: pela boca morre o peixe assim como todo o animal que vai para abate é bem sevado antes da matança, nalgumas espécies há quem diga que a carne fica mais tenra se lhe derem música. Mais do que nunca Vizela, no atual quadro de quezília política com consequências futuras, precisa duma voz conciliadora como a CDU que represente o povo e as classes trabalhadoras e seja uma força centrípeta e nunca centrífuga no concelho, sem hostilidades mas pelo empenho à causa de Vizela e dos Vizelenses, onde a presença dum vereador fará a diferença Desenganem-se aqueles que dizem que votam nas autárquicas apenas na pessoa, o importante é votar num projeto e estar-se atento como sentinela da sua execução. No dia 2 de Outubro não se falarão em pessoas, apenas no que cada partido conseguiu no escrutínio das urnas, porque dos independentes, como não têm contas a dar a não ser ao espelho, ficarão dependentes doutros e dispersarão para lugares que lhe convenham. Quem quer que vença não pode esquecer um pensamento de José Mujica;  “O poder não muda as pessoas, só revela quem são verdadeiramente.”
Pensem nisso
António Veiga

A cultura, o parente pobre da política.




Aquilo que nós vivemos e o que estamos vivendo, faz parte do processo de construção da nossa história, ou seja, é nossa cultura. Cultura é inclusão, é uma porta de entrada para que tenhamos uma sociedade mais justa, mais humana. O mundo da cultura é amplo e ilimitado. Através dele é possível chegar a lugares inimagináveis e alcançar objetivos abstratos. Sonhar é um ato necessário para o ser, porém, para sonhar é preciso inspiração, criatividade e claro, motivação. Ter acesso à cultura é primordial para o crescimento duma região. Por isso, quanto mais políticas públicas forem criadas para que as comunidades mais carentes tenham acesso a arte, música e demais manifestações artísticas, maior será o resultado positivo destas ações. A arte é uma das maneiras mais eficazes para manifestação de novas tendências e até mesmo para criar conceitos e inserir novas maneiras de abrir a perceção do ser, em relação ao mundo, a vida, ao amor e também as relações humanas. E conhecer a cultura conviver com a cultura ajuda na formação de ideias e projetos, enriquece e preserva a identidade de cada um, ou melhor ainda, salvaguarda-a. Numa época em que é preciso criar e inovar, todas as ideias devem ser acarinhadas e estudadas, nunca perdidas ou descartadas isso só é possível quando à vontade de diálogo. Como afirma o moralista Marquês de Vauvenargues: "Aqueles que desprezam e ignoram não são grandes homens e muito muito menos potenciais líderes."
Os políticos no concelho, interessados no seu ranking eleitoral, mais notório nos maiores partidos, descartam e anulam as ideias dos outros afirmam numa absoluta prepotência que o seu projeto é o mais válido e solitários na sua convicção não veem sequer os erros estruturais os mesmos têm, ou por outros supostos motivos obscuros ignoram-nos. As ideias gladiam-se como num campo magnético produzido por linhas aéreas de transmissão de energia em que a catenária descrita pela linha de transmissão influencia diretamente nos níveis de campo magnético na área próxima a linha de transmissão mas o objetivo é anularem-se. No entanto não apagam outras que por si só já se anteciparam, mas que por serem paridas doutra prole foram simplesmente ignoradas. Satura-se a política do supérfluo. Nega-se o debate para a autopromoção. O eleitorado cansa-se mas acomoda-se onde houver mais barulho ou cores. Os mais resignados e desinformados dirão que ainda não se criaram as circunstâncias, puro engano, as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de decidir.Com a aproximação das eleições (quaisquer eleições) dissemina-se a frase: “nem lá vou”, frequentemente seguida de “são todos iguais”. Muitas dessas pessoas pensam que ir votar é um favor que fazem aos políticos. Puro engano, esta pesporrência é um entendimento enviesado do ato eleitoral e tem tanto de triste como de eloquente por ser o retrato do estado de direito que vivemos, onde a liberdade de agir é um direito. Mas a ação também tem as suas consequências e é quando surgem que todos querem ajuda ou sacudir a água do capote e são engolidos no sistema sem darem conta.

A política é demasiado nobre e determinante das nossas vidas para que se deixe cair na vulgaridade e perca o interesse das pessoas, e não é a política de espetáculos incandescentes mas minimalistas de cultura. Visto que todos fogem a um debate conjunto e não querem fazer da política um lugar de debate, tertúlia, confronto de ideias, onde se poderia associar cultura. Precisa-se inovar. É preciso acreditar numa orientação política diferente. É preciso ter rumo, haver premissas fulcrais. Tal como o concelho precisa virar-se para o rio e as termas, a criação da marca Vizela deve nascer um nicho de cultura que defina, determine e inove a identidade. Isso tudo é possível nascer através do contato com todas as formas de expressões artísticas. Precisa-se criar a necessidade da cultura e fomentá-la e financiá-la mas também encruzilhá-la com as diferentes forças vivas e culturais de Vizela. Dar vida à cultura para ela dar vida ao concelho duma forma abrangente e ativa, será uma condição sine qua no para colher frutos profícuos e atrativos. Um povo sem arte e sem cultura é um povo que não existe. Portanto, a cultura é também um fator crucial no desenvolvimento de qualquer região e não pode ser um parente pobre. É através dela que encontramos várias expressões artísticas, fulcros científicos, correntes ideológicas ou filosóficas, presentes na homologação dos indivíduos e grupos sociais.

Porque somos diferentes e acreditamos que a diferença faz a mudança- A diferença pode acontecer num simples sarau de poesia encenada, modesto é certo, mas que pode abrir a janela ao pensamento e ao sentimento de todos os que quiserem ir, sem terem que ficar cativos de compromissos ou serem assediados. A arte não gosta de ser assediada nem tão pouco bajulada. A poesia é a voz do coração organizada na razão que pode ser mais abrangente se o teatro as encenar. A CDU vai organizar no próximo domingo dia 30 de julho um Sarau de Poesia encenada pelo grupo de teatro da licenciatura de teatro da Universidade do Minho. O mesmo decorrerá na sala da casa de povo de Vizela pelas 21 horas. Afinal somos todos Vizelenses e todos juntos podemos car continuidade à identidade que herdámos mas também criar uma identidade mais forte e coesa para o futuro está lançada a nossa ponte numa Vizela para todos duma Vizela para sempre onde contará sobretudo dignificar Vizela e os Vizelenses.
O espetáculo, incidirá em poesias de vários autores lusófonos que convidarão a um passeio pelo imaginário, pensamento e sentimento. A CDU convida assim todos os Vizelenses que queiram assistir a esse sarau de poesia independentemente da sua convicção política, afinal a arte pode ser agregadora de todos os vizelenses e da alma vizelense.  Este humilde espetáculo valerá mais pela inovação e agregação dos Vizelenses e terá tanta mais importância quanto essa mensagem for assimilada.

A porta fica assim aberta para todos porque o povo deve ter sempre a porta da cultura aberta, por isso no domingo dia de descanso à noite na casa de povo serão bem-vindos.

Pensem nisso


Tiranias democratas



As democracias são até hoje a melhor forma de entregar o poder, porque até à data não se inventou nenhuma outra forma mais abrangente para o fazer. No entanto pode ser , na sua essência perigoso, na medida em que a entrega do poder a uma maioria corre-se o risco de uma ditadura de maiorias. Dessa forma, o poder e os eleitos, tornam-se mais frágeis e manipuláveis por interesses e compadrios, que com a sua força e influência económica, pessoal ou social. Uma democracia é tanto mais englobante e dinâmica quanto mais for participativa por projetos diferentes desde que haja compromisso claro com as reais necessidades ao que se propõem. A atribuição de poderes de decisão a partidos ou forças cuja representatividade é menor permite aportar um conjunto de mais-valias à mesa de decisões tornando audível a voz de minorias. Maquiavel via a democracia como o exercício do poder plural da república, por sua vez uma forma de governo na qual o poder é coletivo. Decididamente a democracia não é para autistas que refutam o debate e não se completam nas diferentes vontades. Há atualmente uma confusão muito grande a respeito do que é a democracia na sua essência. Cabe ressaltar que a “ditadura da maioria”, como a que se viveu em Vizela nestes últimos 19 anos, é parte de um discurso defendido por alguns membros de elites, de grupos que se colocam como opressores de camadas minoritárias da população. A maioria, que todos os partidos agarrados ao poder e aos interesses clamam, é uma organização castradora que unilateralmente consegue definir à luz dos seus propósitos o que é justo ou injusto, certo ou errado. Dessa forma fomenta-se uma democracia que se condena, viabiliza-se uma ditadura eleita prepotente, abafando e absorvendo propostas ou projetos  que venham doutras ideias. Assim, a democracia fica convertida em autoritarismo, como um instrumento de dominação, na visão destes “superiores” que patrocinados e impulsionados por interesses obscuros tentam minimizar outros projetos. Muitos deles passam nessas democracias e quando ameaçados ou com os propósitos atingidos continuam à distância a manipular dissimuladamente. Para o poder emanar do povo, há que se considerar duas premissas: que todos aqueles que compõem o povo sejam livres e iguais. Devem ser livres para agir e se manifestar, sempre respeitando a liberdade do outro, o qual, sendo igual, terá igual liberdade e igual valor na arena de debate público. Como pode ser-se igual quando outros se refutam à frontalidade e escondem-se no marketing e no oportunismo de influência. Mas acreditem, democracia não é isso, democracia é ouvir e dar voz aos que não conseguem falar tão alto, ou que nem sequer podem falar. Para que possam ser ouvidos também, de forma a darem um parecer, mesmo que contrário ao que grande parte da população quer e precisa. Democracia não é apelo à maioria, muito menos “ditadura”. Por isso é assustador e de mau presságio declarações de candidatos que afirmam que no dia depois das eleições só farão acordos pontuais contrariando a figura visível dum sempre em pé numa vénia constante aos que passam, apenas para lhes caçar o voto, pois não se constroem pontes de costas voltadas pois o azimute direcional á antagónico e focado em horizontes opostos. Diálogo e compromisso coletivo são valores inerentes à democracia e como tal essenciais, caso não se acredite nisso teremos o próximo presidente na câmara fechado no seu gabinete a fermentar decisões dos que o empurraram para o poder. Aí os sempre em pé serão marionetes e o povo durante quatro anos assistirá ao espetáculo deja vu onde perde representatividade, por isso desacredita e definha na cumplicidade do seu voto, o ato mais nobre da democracia.
Pensem nisso

Clarificar as águas poluídas


Uma cidade e um concelho não podem crescer de costas voltados para as suas ancestrais mas vivas potencialidades. É importante por razões históricas mas também de desenvolvimento sustentado e enquadrado o crescimento de Vizela nas Termas e no rio. Isso obriga a uma visão holística das intervenções a fazer nomeadamente na despoluição do rio e dinamismo das termas. A despoluição do rio é um processo complexo, que não se resolve com demagogias, e que terá de ser elaborado em várias fases com uma intervenção metódica que passará pela monitorização atualizada dos parâmetros biológicos, químicos e físicos e geográficos do rio. Assim como uma intervenção concertada e reivindicadora devidamente fundamentada junto das instituições intervenientes. Seguir-se-á a requalificação das margens numa primeira fase, depois duma minuciosa identificação das construções ribeirinhas, terrenos e indústrias e respetiva sinalização de pontos de descargas e captação de água com intervenções que preservem o ecossistema e o caudal. Elaboração duma limpeza e reestruturação de toda a zona ribeirinha preparando-a para uma construção dum passeio verde em toda a extensão que permitirá não só uma consequente proximidade das pessoas para junto do rio e elas próprias servirem de dissuasores a poluidores. Esta proximidade das pessoas ao rio permite numa escala progressiva no tempo o aumento de visitantes, criando assim condições e oportunidade para a construção de infra estruturas dinamizadoras do lazer e do desporto centrando em torno do rio algum desses projetos como um nicho de desporto em várias modalidades. Criação dum centro de ciência vivo que à medida que estuda o rio dinamizará a criação de zonas verdes e aquíferas assentes num equilíbrio ecológico e dinamizador de conhecimento permanente das caraterísticas do rio. Propagandear interiormente e exteriormente o rio através de eventos culturais/desportivos/lazer e neles projetar a sua imagem e atrair operadores turísticos para duma forma sustentada apostarem em investimentos ecologicamente não agressivos de investimentos, catalisadores de turismo como seja: bares, restaurantes, piscinas ou mesmo hotéis, entre outros. O aumento dos investimentos na zona ribeirinha em toda a área do concelho permite uma harmonia no crescimento do mesmo e uma proximidade entre as várias freguesias. Numa análise conjunta com os empresários restará uma intervenção hércule, mas não impossível, como seja a mudança de paradigma do tipo de empresas industriais a trabalhar junto ao rio, Todo esta linha de orientação deve crescer racionalmente num espaço efetivo mínimo de dez anos, onde cada passo é dado quando estiver sustentado e assegurado o anterior sem atropelos nem tropeços. Há estudos sobre isso há muito abandonadona por autismo dos políticos de Vizela, não sei  do que se está à espera. Durante anos os que agora clamam despoluição, um pouco perdidos nas orientações, estiveram calados quando a eu com os deputados da CDU na assembleia da república visitaram e apresentaram nesse mesmo órgão propostas. Algumas das vezes os partidos que agora reclamam a despoluição não votaram os diplomas.  Esse talvez seja um ponto fulcral e inicial a resolver, medidas efetivas e não eleitoralistas, Afinal quando a nosso pedido a CDU pediu ao seu deputado para vir ver o rio e levar propostas no sentido de prover a despoluição não era período eleitoral e uma das vezes o povo de Vizela não tinha elegido nenhum dos nossos elementos nos órgãos autárquicos do concelho (Assembleia Municipal e Câmara). Essa é a diferença. Pode servir de silogismo para o futuro porque a despoluição do rio e outros fatores determinantes no concelho exige-se um compromisso comum a todas as forças e associações do concelho bem como da população em geral. Sendo da responsabilidade dos intervenientes diretos e da autarquia informar e incluir um espírito cívico do respeito por uma das maiores riquezas do concelho.

Pensem Nisso

O Repto


O país arde e em insegurança justifica-se do injustificável. O senso comum discute arduamente os eventos porque são frescos e culpa os políticos, mas o tempo apaga as memórias e tudo se cala até à próxima catástrofe ou polémica. Culpabiliza-se os políticos mas a seguir nega-se o entusiasmo do debate porque já não está na moda e orgulhosamente distanciados diz-se que não se gosta de política e dos políticos. Demagogos, alguns, sabem disso e cientes dessa amnésia com política espetáculo suavizam a ira e envolvem-nos nos seus novos projetos com apanágios populistas que encantam na sua irracionalidade. Os mesmos com nomes diferentes ou com caras diferentes fazem de novo festas ao povo e com festas buscam o apoio que uma vez mais servem interesses dos que por trás os movem. Saem à rua e à cidade como caracóis expõem uma pequena parte porque o restante, o cerne, está escondido na casca. O povo, a gente que não gosta de política vota, sem conhecer os projetos só porque lhe agrada as cores da campanha ou o alimentar de quezílias mas, no fim pagam tudo o que consumiram. Pagam sardinhas a preço de Lagosta. Pagam os banquetes que outros se banqueteiam. Depois, revoltados reclamam como treinadores de bancada, cuja voz apenas se torna audível para divulgar a profissão menos digna que eles acreditam que todas as mães dos árbitros têm. Não trazem nada de novo, ofendem por ofender, falam por falar, incitados pelos que têm interesses nesses impropérios. Tudo fica na mesma debaixo desses espetáculos e o país, os concelhos empobrecem enriquecendo os ricos… os do costume. Será que não há massa crítica nas gentes do povo para ouvir e mudar esta ciclicidade? Acredito que sim porque já começa a ficar onerosa para todos nós esta política espetáculo que nos amarra e nos puxa em redundância a crises. Acredito que Vizela nestas eleições faça marca, faça estilo e que todos em conjunto objetivamente apresentem aos eleitores os projetos (justificados e calendarizados) em igualdade e que não seja o marketing publicitário a ganhar eleições mas as ideias, porque esse encosta ao lado dos que têm outros interesses. Porque acredito nisso? Já há parcos sinais doutros que seguem os nossos passos, mas que em conjunto com todos pode ser uma grande passada no objetivo comum que é dignificar Vizela e os Vizelenses. O repto fica lançado. 

Pensem nisso

António Veiga

Olhares


O mundo é bem diferente da forma como o vemos. Pelos efeitos das leis da física e da biofísica a visão é um sentido traiçoeiro. As ilusões óticas sempre foram usadas por mágicos ou falsos Messias. Num processo policromático a visão também nos permite ver muito mais cores que o preto, o branco ou o cinzento. A policromia permite um olhar mais substancial e diverso, talvez por isso as pessoas diferentes na sua tendência usam o arco iris como símbolo. Ver todas as cores é um discernimento e mais-valia quando se olha o mundo que nos rodeia. Mas olhar as formas também depende da apetência de cada um e da capacidade de focar. É estranho parar para pensar e ver que a mesma rua que vemos não é a mesma rua que os outros veem. A forma de ver o mundo está dentro da cabeça de cada um, muda de acordo com as experiências e as ideias de cada um. Podemos não nos dar conta, mas a sociedade e o meio ambiente estão em transformação diária, e vivendo na época da imagem, a virtualidade pode tomar conta da realidade. Se não soubermos ver, olhar e fazer uma reflexão sobre os dados colhidos não saberemos executar. Se apenas copiamos o que vimos seremos uma réplica, nisso a cultura é determinante, pois se não criarmos a nossa forma de festejar estaremos a fazer as festas dos outros, senão criamos as nossas pinturas estamos a fazer as pinturas dos outros. Se quisermos mudar a história não pegamos nos velhos do Restelo e partimos para os descobrimentos. Se quisermos ver as distâncias mais curtas, não temos de fazer carreiros porque eles estrangularão com o aumento das nossas necessidades e não há nada pior para andar que carreiros alargados e pior ainda quando são alargados à pressa. Pois fazer o que seja por interesse ou vingança é uma displicente forma de estar na vida ou defender qualquer projeto. Se quisermos embelezar a paisagem não devemos virar as costas para os cursos de água pois foi por causa deles que os ancestrais criaram e se agregaram em povoados. Tanto mais que de costas voltadas nunca tiraremos o seu proveito nem conseguiremos contemplar a sua beleza. Olhar para o futuro é saber ver e conseguir olhar e não permitir que nos vedem os olhos ou nos ceguem da multiplicidade de cores, porque o arco iris só é possível se tiver todas as cores e a agitação exasperante de todas elas no branco ou a falta de cor por ausência de luz no preto  não são credíveis, muito menos a indefinição do cinza. 

Pensem nisso

Um país para amar

Os portugueses não sabem gerir muito bem as vitórias nem as derrotas. Umas vezes iludidos num sebastianismo utópico, outras agregados ao fado do derrotismo e maledicência do velho do Restelo. esquecemos muitas vezes que sem sermos melhores que ninguém a nossa diferença de ser e estar pode encantar. Talvez tenha sido esse o encanto do Salvador Sobral- numa balada simples e melodiosa na língua que nos une. Fica o vídeo com essa balada numa viagem por terras dum país para amar.

Barulhos


Ouvir é um dos sentidos que nos permite enquadrar no mundo. A falta de audição inviabiliza um entrosamento total no que nos rodeia. Por acharmos importante enquadrarmo-nos na realidade do concelho solicitamos aos organismos e coletividades do concelho reuniões para os ouvir e nos enquadrarmos numa realidade mais assertiva. Encetámos algumas dessas reuniões donde resultaram mais-valias para o nosso conhecimento e programa, como foram o caso da AIREV e do Coração Azul e com certeza as outras que temos agendado também o serão. Fomos ouvir para melhor perceber, longe dos holofotes do populismo ou do barulho da ribalta. O barulho nem sempre está do lado da razão ou da objetividade. A maioria das vezes serve pra distrair, dividir ou mesmo dispersar. No barulho pode-se fazer música mas não passa de arpejos básicos enquadrado num ritmo cadenciado e pobre que apesar de entrar facilmente no ouvido está longe de ser música capaz de enlevar ideias ou objetivos. A música é mais do que isso porque só podemos realmente fazer música se nos debruçarmos sobre a árdua tarefa de saber solfejo. Insistindo num princípio básico de confundir barulho com música corríamos o risco civilizacional da música clássica ser uma simples batida de tambores aborígenes. Não porque eles não sejam importantes mas porque foram esboços do que civilizacionalmente desencadeou a música. O barulho do rufar dos tambores sinaliza festejos mas também propósitos de guerra Perdermo-nos com barulhos é como criar uma tela opaca com uma grande quantidade de etiquetas, conceitos, palavras, julgamentos, imagens que bloqueiam a verdadeira essência e resolução das coisas. Assim o barulho tolhe e condiciona a um autismo cada vez mais ensurdecedor induz a uma primitividade de respostas e são executadas medidas avulsas e decisões precipitadas ou desenquadradas porque não se consegue o silêncio natural para ouvir os outros e compartilhar ideias. Tal tabuleiro de xadrez onde, as peças estão em luta umas com as outras, enquanto o tabuleiro tem apenas o papel de observador e palco de luta. O tabuleiro nada ganha com essa luta, mas as peças que estão em combate, algumas delas vão sendo eliminadas, no fim do jogo o tabuleiro fica mais pobre menos preenchido, até ao próximo jogo onde as peças se reúnem de novo.

Pensem Nisso


António Veiga

Elevar a discussão Política em Vizela




"Consciente da importância de elevar a discussão política em Vizela pretendemos elaborar medidas de intervenção políticas diferentes na campanha das autárquicas. Arredados de discussões infrutíferas, do mediatismo de festividades ou cartazes, iremos propor diferentes iniciativas dirigidas à população em geral tais como sarau de poesia, música jazz, peça de teatro, debate aberto sobre as termas e a importância da hidroterapia na saúde, enaltecendo o bom que há em Vizela.

Programaremos os locais para a sua execução conforme a pertinência do tema a tratar e disponibilidade que nos for dada, sem pensarmos em multidões seremos tantos quantos os que quiserem estar informados do nosso projeto, brevemente apresentaremos o agendamento.

Com objetivo de transformarmos a campanha eleitoral de Vizela abrangente, séria e dirigida aos interesses da população,  pretendemos calendarizar vários eventos e os agendamentos com as diferentes instituições, associações e coletividades existentes no concelho. Por forma a auscultar as reais necessidades do concelho e  as enquadrarmos no programa eleitoral que nos propomos ao eleitorado. Achamos importante auscultar a ACIV, Sociedade Filarmónica Vizelense, Fundação Jorge Antunes,  Futebol Clube de Vizela, Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vizela, Câmara de Vizela e Centro de Saúde. Estes e muitos outros que ousem a cordialidade de nos receber.

Desafiamos também os outros candidatos à organização conjunta de plenários abertos, com o objetivo duma discussão profícua das grandes metas, nas diferentes perspetivas que importam para Vizela como sejam: as acessibilidades, a educação, a saúde, as termas e o orçamento. Dessa forma a visibilidade de todos os projetos seja equitativa e os cidadãos posderiam em consciência optar pelo projeto que lhe parecer mais adequado. Porque todos somos Vizelenses, com vontade de transformar Vizela num local mais digno para viver  e porque Vizela precisa de todos,  esse gesto poderá ser uma forma de mostrar a diferença e unir Vizela e os Vizelenses em prol dum futuro. Não se pode limitar as ideias dum projeto para Vizela a um único debate conjunto ou apresentações individualizadas com ou sem festividades que não incluem verdadeiramente os Vizelenses. O futuro de Vizela precisa ser mais abrangente. Nada há a temer para os que de fato têm um projeto para o concelho, pois os projetos são rascunhos do futuro e serão tanto mais verosímeis e exequíveis quanto mais forem participados."

Pensem nisso
AntónioVeiga
 
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