Conversas da Treta

          La speranza è una palestra mentale, che ci fa credere nel compimento di un desiderio.
Hope is a mental fitness, which makes us believe in the fulfillment of a wish.
L'espoir est une forme mentale, qui nous fait croire à l'accomplissement d'un désir.
La esperanza es una aptitud mental que nos hace creer en el cumplimiento de un deseo.

Portugal hoje fica mais pobre com a morte do actor António Feio, não irei fazer conversa da treta se disser que também herdámos uma mensagem de coragem e esperança dum grande Homem, que com uma sorte nula num final de vida, sempre esteve em contraluz. Morreu hoje um grande Homem mas prevalece a sua obra e mensagem, é inglório elogiar quem parte, porque a verdadeira homenagem presta-se em vida, tal como ele dizia: nunca deixar nada para dizer e perceber que a vida tem sentido quando nos ajudamos uns aos outros, a nossa realização nos outros, em todos os outros, torna-nos totalmente vários, e essa cumplicidade faz-nos sentir mais pessoas e a não perder a esperança.

A esperança constitui uma aptidão mental, que nos faz crer na realização de um desejo. Podemos desejar uma coisa sem que a esperemos. Toda gente deseja a fortuna, muito poucos a esperam, porém todos os dias reactivam forças, muitas das vezes para lutar por algo que sabem nunca alcançar. O Homem deverá ter em conta sempre o seu lado emocional e contrabalançá-lo com o lado irracional pois a razão tem como um dos objectivos descobrir a causa primitiva dos fenómenos, mas o usufruto em sociedade de todo o saber permite uma sociedade mais equilibrada.

Numa época em que o lado material e economicista impera, as doenças assimilam alguma da sua etiologia em causa psíquica, pois a exigência permanente de se ter de ser o melhor impõe um sentimento de reetracção permanente, estando assim o Homem arredado da sua verdadeira essência como animal social que é, levando a uma espécie de degradação não sendo promovido a homem mas despromovido a animal. As tertúlias soam a vazio, ficam conversas da treta, há que defenda que para obter êxito no mundo temos de parecer loucos e sermos espertos. António Feio soube ilustrar isso nas suas conversas que parecendo perdidas e sem nexo era uma forma inteligente de crítica desta nossa forma de vivermos.
Pensem nisso

António Veiga

Olhares da praia

The sea where life begins and the dream is packed
La mer où la vie commence et le rêve est emballé
El mar, donde comienza la vida y donde el sueño vive
Il mare dove la vita comincia e il sogno vita

Imensamente pequeno

tendo no horizonte o mar

onde jazem sonhos e segredos,

criam-se imensidões de distências,

levadas em Eolos

franzidos em Neptuno!

Na pequenez da existência

pouso o olhar

num infinito mensurável,

ecoam vozes de Saturno

apagadas nas ondas dos desejos

serenando a calmia

de mares turbulentos

ficando eu

passivamente na praia

perdido em sentimentos

não fora o mar...


António Veiga, in Poemas completos








Erros

The errors of elected to turn away a portion of the population is a heavy punishment for the same population
Los errores de los elegidos que apartan una porción de la población es un duro castigo para la misma población.
Les erreurs des élus qui se tournent le dos à une partie de la population est une sanction lourde pour la même population
Gli errori di funzionari eletti che voltano le spalle a una parte della popolazione è una sanzione pesante per la stessa popolazione
A Democracia continua a ser o regime que melhor serve os interesses dum povo. é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo. Porém não é inócuo de erros. Todos de uma forma ou de outra os sentimos, os apontamos mas dificilmente os corrigimos. Ao apercebermo-nos dos erros e mantê-los há uma "mea culpa". Isso só confirma que podemos ver o nosso destino, mas somos incapazes de o mudar. Apercebermo-nos dos erros é reconhecer o destino, e a nossa incapacidade para os corrigirmos é a força do destino, pois uma democracia não se esgota nas eleições nem nos eleitos. A democracia não pressupõe eleitos que apenas se bajulam a si p´roprios e ao seu bando em detrimento dos interesses da população que os elegeu, quer os que foram seus seguidores e os outros que não os elegeram, pois a sua acção deve ser universal e não uma forma de bloqueio selectiva. Apercebermo-nos dos erros de eleitos que viram as costas a uma parte da população é um castigo pesado para a própria população, que por andar demasiado ocupada no espírito de sobrevivência fica alheia. Para os eleitos pode ser muito mais fácil considerarem-se bons e culparem os outros encontrando consolação na ilusão da vitória sobre o destino, mas essa é a forma simplista de não executar e ser incompetente. Porque apenas os incompententes ou corruptos temem ser controlados e criam todos os entraves para não o serem mas a democracia salvaguarda com mecanismos próprios e, o que nós esperamos da democracia portuguesa são essas salvaguardas que algumas vezes são demasiado morosas. A verdade impõe-nos o dever de reconhecer a nossa limitação, ao passo que o erro os lisonjeia dando a entender que, de uma forma ou de outra, não estão sujeitos a limites. Quando se põe em causa a democracia, há a considerar que a sua falta de funcionamento não é culpa da democracia mas dos intervenientes, pois não esqueçamos que as democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas uniformes e cegos. As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.

Pesem nisso
 
António Veiga

Formigas Errantes

Les fourmis sont donc les êtres les plus agressifs et les plus cruels de la planète. Cependant, chacun voit en leur société une réussite, un succès, une sorte de modèle d'organisation qui donnerait la suprématie au caractère social. Dans ce cas, on peut considérer que les fourmis auraient exploré tout le domaine du caractère collectif et de l'altruisme sauf les fourmis errants ou guêpes on en vient à se demander comment cela peut être possible quand on voit la violence et les techniques qu'elles sont capables de mettre en œuvre...
Ants are social insects yours colonies are sometimes described as superorganisms because the ants appear to operate as a unified entity, collectively working together to support the colony, in its human communities resemble ant communities. Some species attack and take over neighbouring ant colonies. Others are less expansionist but just as aggressive; they invade colonies to steal eggs or larvae, which they either eat or raise as workers/slaves.
Le formiche sono, insieme alle api, i più noti fra gli insetti sociali. La loro organizzazione è ben nota e molto efficiente. La struttura delle colonie e la loro organizzazione sociale può variare da specie a specie.
Una de las características más notables de las hormigas es su conducta social pero ciertas especies invadan hormigueros de otras especies matando a su reina y esclavizando a las obreras.
Impera uma necessidade absoluta do homem se inserir e promover o seu equilíbrio com a natureza. Na natureza é fácil verificar, em buscas mais atentas, os comportamentos sociais do Homem e mesmo até os individuais. Nessas observações existem algumas comunidades que merecem destaque, como é o caso das formigas que representam de certa forma uma sociedade perfeita e com algumas semelhanças à humana. Sempre admirei as formigas, sua organização, a divisão de tarefas por castas, sua limpeza e eficiência. O termo “eu” social é conferido aos animais que apresentam as sociedades mais complexas, ou seja, aqueles que compartilham três características: uma sobreposição de gerações num mesmo ninho, o cuidado cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias), esta organização natural é mais forte que todas as correntes do pensamento, crenças ou fé – o equilíbrio. Diante das grandes tragédias, fora das forças que controlamos, o homem é só uma formiguinha perdida e sem nome, alguns apenas da formiga herdam o facto de estarem tão baixos que passam a vida a rastejar ou tal como as formigas a sua evolução foi tão sem carácter que não evoluindo se mantiveram autênticas vespas. Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico.

A diferença entre formigas é surpreendente. Embora nem todas as espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o berçário, onde são tratadas as larvas, etc, o que exige um enorme planeamento e uma sociedade deveras organizada. A função da reprodução é realizada pela rainha e pelos machos. A reprodução é feita pelo voo nupcial. A rainha vive dentro do formigueiro, é maior que as restantes formigas, perde as asas depois de fecundada e durante toda a sua vida põe ovos. Os machos aparecem apenas quando é necessário fecundar uma nova rainha, o que acontece durante um voo em que participam milhares de fêmeas e machos alados; depois da fecundação, os machos não são autorizados a entrar no formigueiro e geralmente morrem rapidamente. O maior indivíduo de uma espécie de formiga asiática é 500 vezes mais pesado que o menor. Se entre os seres humanos houvesse a mesma diferença de peso, o adulto mais leve teria só 300 gramas, e o mais pesado, 152 quilos. Podemos encontrar em função da espécie tipos diferentes de sociedade. Uma sociedade extremamente organizada, que não possui nenhum tipo de liderança. Parece impossível? Não nesse mundo das formigas. Mas a descoberta dos cientistas prova que, embora colônias de insetos sociais frequentemente sejam citadas como prova de que sociedades possam ser baseadas em igualdade e cooperação, elas não são tão utópicas quanto parecem. "Quando estudamos insectos sociais como formigas e abelhas, com freqüência é o aspecto cooperativo de sua sociedade que aparece primeiro", Em certas espécies, as obreiras que realizam as diferentes funções estão também divididas em castas. Normalmente, as que se ocupam da defesa – ou para o ataque, uma vez que algumas espécies são predadoras de animais que podem ser maiores que elas – têm as peças bucais extremamente grandes e fortes.

Outras espécies organizam-se em pequenos grupos com objectivos organizacionais de destruição. Essa espécie de formigas normalmente têm o seu apoio logístico nos formigueiros que vão ludibriando e a que recorrem esporadicamente, mas a sua actuação é feita por machos que elegem fêmeas normalmente estéreis, para não perderem tempo com a prol, e que eles nas suas costas incentivam a destruir outras comunidades que mesmo sem ameaçarem o seu formigueiro eles incentivam para a sua destruição pelo simples gozo territorial, estando sempre presentes e liderando o ataque das fêmeas eles apenas se preocupam por se passear e ocupar o espaço que as suas fêmeas vão conquistando. Quando perdidos do seu formigueiro de origem elegem outro que minam, simulam construções e atacam normalmente impondo-se duma forma quase cândida mas sempre na perspectiva de se auto abastecerem e terem um ponto de apoio. Pertencentes ao mundo dos insectos sociais cada um cumpre o seu papel, e o seu é destruir aos poucos a potencialidade do formigueiro até os esgotarem em benefício próprio. Tendo as formigas formas de informação e troca de códigos eles adulteram-nos, dificultam-nos ou omitem-nos transformando-se numa autêntica praga ao formigueiro, pois normalmente duas formigas se encontram, tocam as antenas e as feromonas que estiverem presentes fornecem informação sobre o estado de alimentação de cada uma, o que pode levar à trofalaxia, ou seja, uma delas regurgita a comida para a outra estas não o fazem, interferindo também com a rainha que produz uma feromona especial que indica às obreiras quando devem começar a criar novas rainhas. Autênticos cata-ventos de formigueiros vão experimentando-os todos apenas numa sociedade errante em busca apenas de território e espaço conquistado. Alguns autores definem este tipo de formigas como a formiga errante outros definem-na como formiga camaleão ou formiga vespa. Porém a natureza salvaguarda as obreiras porque quando os equilíbrios são rompidos surge a catástrofe, a miséria, a doença. As obreiras ganharão novo espaço pelo trabalho os semeadores do caos perecem nele ou simplesmente implementam-no noutro formigueiro prolífero, por isso a natureza lhe impôs a esterilidade a esses cata-ventos errantes de formigueiros que nunca acasalam porque sabem que isso os conduziria à morte.
Impera não as confundir com as formigas assassinas que têm a tendência de atacar animais muito maiores que elas, quer para se alimentarem, quer para se defenderem. É raro atacarem o homem, mas podem dar picadas muito dolorosas e, se forem em grandes números, podem causar dano permanente ou matar por alergia grave. Estas, assumidamente não se disfarçam e vivem numa comunidade organizada, que por vezes as formigas errantes conseguem destabilizar. Uma espécie semelhante às errantes são algumas espécies, como A formiga da Amazónia (por exemplo, Polyergus rufescens), têm semelhanças com as errantes porque atacam outros formigueiros, roubam as ovos e criam-nos como obreiras – como escravos, tornaram-se totalmente dependentes destes escravos. Mas estas espécies de formigas: as errantes, as assassinas ou as da amazónia são as que têm as sociedades menos organizadas entre todas as outras espécies a quem normalmente atribuímos modelos organizativos de sociedade.

Imaginando a nossa sociedade inspirando-se num formigueiro, no seu funcionamento, tanto que muitas vezes ao observarmos as pessoas, os carros, do alto de edifícios, ou de qualquer outro lugar alto e, pelo menos no caminhar das pessoas ou no andar dos carros vê-se uma certa organização, uns cedendo espaço, outros ocupando, pessoas e carros fluindo e seguindo o fluxo, mas de uns tempos para cá a organização tem-se desorganizado de tal forma que há muitos conflitos, encontrões, batidas, quebra de hierarquias, serviços ineficientes! Teremos nós imiscuídos na nossa sociedade "formigas errantes" que em lugar da defesa de interesses da comunidade apenas procuram espaço para evidenciarem o terreno conquistado? Talvez seja o boicote do crescimento da comunidade resultado do rasto de destruição abrir que essas formigas deixam quando as deixam voar e mostrar o seu lado involuto o vesperino. Talvez seja também essa a nossa semelhança com as formigas. Por isso mudem de rumo que já lá vem outro carreiro!

Pensem nisso

E, para apreciarem fica o poema e a música do grande Zeca Afonso:

A formiga no carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido cantrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas àguas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

José Afonso

Dormências

Some political forces work in politics to block the development through personal wars and seldomly hide in a coward anonymity.
Certaines forces politiques travaillent dans la politique pour bloquer le développement à cause des guerres personnelles et parfois se cachent dans l'anonymat lâche.
Alcune forze politiche stanno bloccando lo sviluppo delle guerre personali e, talvolta, nascondono in vile anonimato.
El trabajo de los electos es el de promover el desarrollo de su tierra, se espera  la colaboración en lugar de bloqueo.

A Crise de políticas coerentes dos políticos justifica o tempo recorde (e de conveniência eleitoral) com que alcatroam atabalhoadamente todo o concelho numa semana, gastando dinheiro dos contribuintes e, demoram meses a reparar um dos buracos em plena via cujo valor é irrisório comparativamente, mas potencialmente um atentado à segurança rodoviária, talvez porque se fundamente na capacidade de esquecer dos portugueses nas próximas eleições. É por estas vias sinuosas, tortuosas e remendadas que os Vizelenses vão sendo guiados e conduzidos, onde o silêncio vai mostrando a resignação e o desinteresse dos munícipes e uma inércia activa da oposição eleita. Ninguém fala nos gastos exagerados da VIM, da sinalização e sua manutenção ou da falta de civismo com o património público, discute-se apenas para se discutir na maioria dos casos o executivo contradiz para evidenciar o poder das suas “ideias”!
Estudar pormenores do rio e zona ribeirinha deveria ser consensual e a menos agressiva possível, com área de lazer e estruturas contextualizadas, mas não teria isso de intervir com múltiplos interesses já instituídos? Haverá coragem para isso? Farão os remedeios uma projecção integrada de futuro? Talvez se insurjam vozes de "velhos do restelo" em que uma zona lúdica junto ao rio não seja uma boa aposta porque a maioria das pessoas já nem passa férias em Vizela mas sim no exterior. Mesmo a ser verdade não será este um silogismo errado, pois as pessoas gozam um mês de férias, mas vivem os outros 11 em Vizela. E, não seria isso uma forma de cativar forasteiros e dinamizar o comércio de Vizela? Não seria tempo de a câmara organizar, apoiar um evento cultural no sentido de Vizela se impor no mapa, como fizeram pequenas aldeias ou vilas do país?

Todos concordam que o Tratado de Aliança é património histórico, dia 3 de Julho celebrou-se o aniversário antecipado apesar dos boicotes dos que querem a sua terra no marasmo, não seria tempo de o tirar do baú e tirar dividendos socioculturais e consequentemente económicos, em vez de recusar contactos para os estabelecer escusando-se que apenas lhe falta que alguém vá à torre de Londres buscar a cópia. Será que a crise é tão grave que impede o executivo de mandar ir um seu representante em voos low coast (ida e volta cerca de 100 Euros) para trazer e expor uma cópia do tratado e criar um programa cultural? Não será no mínimo abusivo da Junta servir de boicote a eventos culturais duma associação cultural da mesma terra?
Seria exaustiva esta crónica em continuar a abordar o quanto a crise que se imiscui entre o executivo e a oposição e talvez Vizela fique a perder como por exemplo o atraso do orçamento, do PDM, do parque industrial, das acessibilidades e a mobilidade, etc.. Coisas que a crise castra e a imaginação e o empenho podem fecundar, pois com imaginação até um eunuco pode ser o mais viril dos varões. Passivamente Vizela vai assistindo a este degladiar do executivo e oposição: talvez o tempo no seu passar apague este perder de tempo e traga tempos de mudança, recusada nas anteriores eleições. O tempo é a dimensão da mudança. Sem percepção da mudança, não há e não pode haver percepção do tempo. E as diferentes atitudes para com o tempo são corolários de diferentes atitudes para com a mudança. Enquanto isso ficam as minhas palavras que por não lhe ter sido dado a possibilidade de serem ouvidas como oposição com voz, têm aqui contexto e talvez apenas lidas por curiosos ou corajosos que teimam em perceber e a aceitar a diferença na razão proporcional da velocidade das ideias e vontade de as executar e na razão inversa da incapacidade de cooperar e maldizer. Não deixam de ser palavras, tal como as da demagogia e presunção também o são, mas não esqueçamos que é na nossa capacidade de comunicar que as grandes obras da humanidade ganharam forma e na natureza as partículas depois de agitadas tendem sempre para a estabilidade ao contrário das crises., senão a dormência das atitudes levará a um estado de sopor.

Pensem nisso

António Veiga

Árvores perfeições da natureza

The tree are masterpieces of nature, my passion for them led to my love of art of bonsai.
El árbol son obras maestras de la naturaleza, mi pasión por los árboles llevó a mi amor por el arte del bonsai.
L'albero è un capolavoro della natura, la mia passione per gli alberi hanno portato al mio amore per l'arte del bonsai.
Les arbres sont des chefs-d'œuvre de la nature, ma passion pour les arbres a conduit à mon amour de l'art du bonsaï.

Uma das minhas paixões são as árvores pelo que representam em termos de beleza, pela sua imponência e utilidade, sendo obras de arte absolutas da natureza, que nos podem levar à meditação, ultrapassando o lado meramente botânico e as considerarmos como plantas permanentementes lenhosas em particular o caule lenhoso do tipo tronco, que forma ramos bem acima do nível do solo e terem raiz pivotante, portanto as árvores têm grande variedade de formas de copa, folha, flor, fruto, estruturas reprodutivas, tipo de madeira, que são inclusive usados na identificação da espécie. O reino vegetal abrange mais de 95% dos seres vivos da Terra, e as árvores são os seus membros de maior porte. As árvores e as florestas são essenciais à vida humana: libertam oxigénio, moderam as temperaturas, fixam o solo e impedem a erosão. A madeira, os ramos, as folhas, os frutos, a seiva, as flores, tudo aproveita o homem, incluindo a capacidade que as árvores têm de acalmar e inspirar o espírito humano com a harmonia das suas formas e e frescura da sua sombra, convidando à meditação. A importância das árvores na vida e civilização do Homem é tal que todas as culturas afirmam como sinal de maturidade e sabedoria a plantação de pelo menos uma árvore, sendo quase umaconsiderado como um dos objectivos de vida.
A meditação sobre qualquer tema, quando é positiva e autêntica, afasta inevitavelmente o meditador da opinião recebida ou já aí existente, do que com mais graves razões que quanto agora suponham, merece chamar-se «opinião pública» ou «vulgaridade». Todo o esforço intelectual que com rigor o seja afasta-nos solitários do senso comum, e, por rotas recônditas que precisamente o nosso esforço descobre, conduz-nos a lugares retirados, situa-nos sobre pensamentos insólitos. Um pensamento separado da rota mental que a ele conduz, insulano e escarpado, é uma abstracção no pior sentido da palavra, e, por esse motivo, é ininteligível.
As árvores estiveram sempre ao lado da evolução do Homem, mas por seu lado na sua evolução o Homem sistematicamente abateu-as. Plantar uma árvore é um gesto de protecção ambiental. O meu avô costumava dizer que uma érvore crescia à sombra de que a plantava. Gostaria de ter uma área de terreno onde fizesse a minha pequena mata ou floresta, mas na impossibilidade, limito-me a ter múltiplas árvores em miniatura na milenar técnica de bonsai. O crescente interesse pelo bonsai é partilhado com a crescente atenção dada às artes orientais nos últimos anos. Apesar de parecer um hobby extremamente exótico, o cultivo de árvores em miniatura não é por si só muito mais complexo do que a jardinagem comum aplicada a plantas em vasos. A diferença básica é o cuidado para reproduzir as características de uma árvore de porte muito maior, e aí reside a dificuldade. Mais do que cuidadosa poda e adubação, é preciso também muita paciência e alguma habilidade artística. espero que apreciem alguns dos meus exemplares entre dois poemas de árvores.








Árvores



Árvores negras que falais ao meu ouvido,
Folhas que não dormis, cheias de febre,
Que adeus é este adeus que m despede
E este pedido sem fim que o vento perde
E esta voz que implora, implora sempre
Sem que ninguém lhe tenha respondido?



Sophia de Mello Breyner Andresen








A uma árvore



Ah!, árvore diante da minha janela, somos parentes,
pois nada pedes a um amigo a não ser isto:
encostares-te à janela e espreitar para dentro
e ver-me andar por ali! Benção que é suficiente
para mim, que decidi ficar por detrás do caixilho,
cheia das minhas pequenas tragédias e grotescos desgostos,
para me encostar à janela e espreitar lá para fora,
admirando as infinitésimas folhas.



Marianne Moore






 
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