O Verão visitou-me o jardim

Summer as taken by assasult my garden, bringing new colours and textures. Because I can't cross the world to meet you, I invite you to a stroll through my garden's trees that dress up for the occasion.

El Verano a vestido mi jardin de nuevos colores y texturas. Como no puedo visitaros os invito a un paseo entre los árboles de mi jardin que se han vestido a rigor para la ocasión.

L'Été a pris d'assaut mon jardin, il l' a vêtu des couleurs et de nouvelles textures. Puisque je ne peux pas vous visitez, je vous invite à une promenade à travers les arbres de mon jardin qui s'ont habillées pour l'occasion.

Estate preso d'assalto il mio giardino, indossando il colore e nuove texture. Vi invito ad una passeggiata tra gli alberi del mio giardino che si vestiva per l'occasione.
No hemisfério norte cumpre-se o desígnio de mais uma ciclicidade da Terra e da sua teimosia em continuar no seu movimento de translação e rotação, certo que inclinada mas, lá vai girando e assim anualmente traz-nos o sol mais quente. O sol desceu pela Primavera, o mundo aquece no sorriso das pessoas que sonham com as férias ou uns momentos à beira mar, a jovialidade acresce neste sentimento e por momentos todos os sentimentos podem acontecer: nascem amores e criam-se sonhos, alguns derretem-se no calor do Verão e quando o frio voltar apenas fica a história de momentos tórridos. Uma vezes mais tímido outras mais luminosos e quente. O nosso "Verão boreal", com início ao 172º dia do ano no calendário gregoriano aconteceu às 11h28 e vai espreguiçar-se até Setembro terminando o seu veraneio quando o Outono quiser levar a miudagem para as escolas. O suor cresce esperando que o trabalho dê descanso, os rostos ganham sorrisos, surgem os artistas de Verão, as festas. As folhas das árvores suplicam uma brisa e um descanso às suas sombras. Os dias entram na noite: pouco importa é Verão, tanto mais que por aqui não há essa exoticidade simplista tropical da Estação seca, das chuvas
Verão também é o encolher da roupa que se esfrega entre cores mais vivas, muita elegância e muita gordura, muita micose e pés inchados que recusam entrar na sapatilha.Mas o principal ponto do verão é a vontade de cheirar o mar ou o campo. É bela a praia cheia de biquínis recheados de corpos bronzeados que quase nos fazem esquecer as boladas dos jogadores de praia, o lixo das merendas dos turistas, os dejectos dos cachorros que  passeiam os donos na ponta da trela. Mas há sempre a água que convida a um banho refrescante, temperada algumas vezes sobre um iceberg escondido algures que gela e que convida a um novo banho de sol, ou a um passeio pela praia com as ondas a bater nos pés e a areia a arranhar as pernas. Podemos contemplar todo aquele mar de gente carregando cadeiras, arcas térmicas, guarda-sóis, raquetes, frango, rissóis, batatas fritas, protectores, toalhas, bolas, baldes, chapéus e alguns até pranchas, para terem a certeza que todo aquele peso os fá acreditar que estão de férias e para ficarem mais convictos besuntam-se, oleiam-se e espoliam-se no chão, até se enterram na areia. Pouco importa são férias e ao contrário do que se diz não é o trabalho que dá saúde mas o que nos mantém vivos é a espera pelas férias, e essas sim é que dão saúde, provando assim que vivemos praticamente só um mês de plena sanidade.
O Verão também tomou de assalto o meu jardim, dando-lhe novas cores e tons. Como não posso ir passear por esse mundo fora ao vosso encontro convido-vos a um passeio pelas árvores do meu jardim que se engalanaram para o Verão. Algumas mais exóticas outras bem mediterrânicas mas passeio-vos entre as que agora brotam flor ou esboçam fruto como dando as bos vindas ao Verão.























No Entardecer dos Dias de Verão

No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão ...
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos ...
Mas graças a Deus que há imperfeição no Mundo
Porque a imperfeição é uma cousa,
E haver gente que erra é original,
E haver gente doente torna o Mundo engraçado.
Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,
E deve haver muita cousa
Para termos muito que ver e ouvir ...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XLI" Heterónimo de Fernando Pessoa
A exoticidade e a luxúria das cores mistura-se na sombra ou nos frutos que se formam


























Enquanto a oliveira abndona a sua flor à procura de fruto, os pessegueiros, os damasqueiros e os ameixoeiros começam a pintá-la de côr, o deonix, a Pawoliana, o jacarandá, o ipé, a eritrina crista gali, a albizia ganham flor o Verão e o tempo vão passando, numa tarde de estio Contemplar a Natureza é sempre um momento de relaxe, as árvores têm o dom de concentrar em si tudo quanto a natureza tem de belo e saboroso e, até um descanso sob um árvore tem outro sabor e talvez suavize tempos de espera de perguntas que fizémos e não temos resposta.
Pensem nisso
 
António Veiga

Inteligências perdidas entre espertos

L'intelligence doit vivifier l'action ; sans elle, l'action est vaine. Mais sans l'action, comme l'intelligence est stérile ! Les vraies conquêtes, les seules qui ne donnent aucun regret, sont celles que l’on fait sur l’ignorance. L’occupation la plus honorable, comme la plus utile pour les nations, c’est de contribuer à l’extension des idées humaines. La vraie puissance de Portugal doit consister désormais à ne pas permettre la recherche de la meilleure des idées. parce qu'on peut avoir une idée aujourd’hui, une meilleure idée demain, mais la meilleure de toutes... jamais !
 The trouble with the world is that the stupid are cocksure and the intelligent full of doubt. I argue in this blog that we are on the edge of change comparable to the rise of human life on Earth. The precise cause of this change is the imminent creation by technology of entities with greater than human intelligence.
Si è così profondi, ormai, che non si vede più niente. A forza di andare in profondità, si è sprofondati. Soltanto l'intelligenza, l'intelligenza che è anche «leggerezza», che sa essere «leggera», può sperare di risalire alla superficialità, alla banalità.
La inteligencia no es una ventaja, es una carga... pero tienes que intentar que esa carga se convierta en tu arma.Un arma que destruye la ignorancia en su estado de descomposición

Porque havia tanta gente que não acreditava na selecção e que vaticinava o maior desaire e agora tecem os maiores elogios, não vou falar da selecção pois deixarei o futebol para esses instáveis e incoerentes críticos, serenamente tal como aqui já o expressei vou acreditar na vitória mas se isso não acontecer a vida está para lá do campeonato do mundo. O importante é acreditar e não deixar de lutar até ao limite das forças, é isso que se pede talvez sob um nacionalismo bacoco mas que vale pelo que vale. Os portugueses são talvez o povo que mais maltrata os portugueses e só dão algum valor quando o elogio vem de fora. Recentemente a morte dum grande representante da cultura portuguesa é exemplo disso. José Saramago foi um escritor que foi capaz de elevar a cultura portuguesa ao seu mais alto nível, mas no seu país nunca lhe teria sido dado o justo valor se não tivesse ganho um prémio Nobel, pois verdadeiramente só a partir daí passou a ter alguma visibilidade em Portugal como escritor e agente da cultura Lusa. Como um levantar do chão, embora tímido, tal não era a cegueira, apenas viam nele um herege comunista. A igreja católica, contrariamente ao seu credo nunca lhe perdoou pela sua leitura da Bíblia, do Evangelho e da própria religião. Enquanto o féretro arrefecia chamou-o de populista entre outros adjectivos pouco dignificantes para quem prega harmonia e paz. Saramago ao contrário da igreja não era estático, crescia com a idade e coerente com a sua história de vida. A igreja católica contínua fechada sobre si mesma e tardiamente assume os seus pecados e os seus erros de história como a inquisição, o fechar de olhos no holocausto ou à pedofilia, talvez ela como instituição viva num pecado aglomerante que a cega e a impede de viver em comunhão com o Deus que professa. Saramago foi um Homem de contrastes, controverso mas indubitavelmente um Homem inteligente que sentia o mundo duma forma peculiar mas sentida, e que saiu da mediocridade mesmo quando alguns medíocres assim teimavam em o catalogar.

Em Portugal a inteligência tem um lugar muito reservado e restrito em detrimento da esperteza, pois esta permite o atropelo e consequentemente o benefício de alguém em prejuízo de outro mas que preferencialmente dê lucro, enquanto que a inteligência é sempre a capacidade de transformar ou criar em busca de conhecimento, arte, técnica para complemento ou benefício de algo ou de alguém. Embora esta seja uma visão simplista de inteligência mas de certa forma é isso tipo de inteligência que faz crescer as sociedades. A inteligência ao contrário da esperteza assenta no altruísmo e na partilha. O homem não se ocupa em conhecer, em saber, simplesmente porque tem dons cognoscitivos, inteligência,  mas ao contrário porque não tem outro remédio que intentar conhecer, saber, mobilizar essa inteligência para alcançar o objectivo de viver em sociedade, embora esta utilização limitada sirva muito mal esse menester. Se a inteligência humana fosse de verdade o que a palavra indica - capacidade de se adaptar a novas situações, CRIANDO - o homem teria imediatamente entendido tudo e estaria sem nenhum problema, sem lide penosa pela frente. A função própria da inteligência exige uma liberdade total, implicando o direito a tudo negar e nenhuma dominação. Sempre que ela usurpa um comando, há excesso de individualismo. Sempre que se encontra tolhida, há uma colectividade opressiva, ou várias.
Um dos Homens mais inteligentes que conheci e com o qual convivi, foi o meu avô materno, homem dócil, reflexivo e afável com uma capacidade de raciocínio e memória muito acima da média que o levava mais além dos Homens do seu tempo. Tinha um senão, viveu num país que abafava o povo na ignorância, no analfabetismo, uma ditadura de silêncios potenciando a resignação e passividade ou o “nacional-espertismo” e a emigração dos mais arrojados. Analfabeto, por imposição dos tempos, aprendeu por sua criação a inventar uma escrita sua para gerir os trabalhadores e fazer o rol de pagamentos. Aprendeu com o empirismo da vida os erros que a agricultura portuguesa na data tinha e que ainda hoje se discutem e não se avança. Sempre aberto ao conhecimento vaticinava que a agricultura só poderia ir longe quando os agricultores soubessem tanto da terra como os doutores da ciência e que isso implicaria conhecimentos numa escola. Defendia que as crianças deviam ter tempo para brincar e não ser usadas como instrumento de trabalho, pois o trabalho deveria ser pedagógico orientado, o trabalho era um complemento nunca o sustento, pois o lugar das crianças era a escola, por isso na sua quinta (onde era feitor, nunca foi proprietário) nunca as empregou. Os Homens do seu tempo riam-se, não acreditavam, tal qual como agora se riam da selecção antes de ter ganho. Gostava de contemplar o mundo e do procurar entender, reflecti-a sobre ele, sendo crítico com os injustos, acreditava que nada dava direito ao Homem de maltratar a esposa, defendia que educar não era usar castigos indefinidamente mas fazer compreender, dialogar.
Era um líder que se impunha pacificamente e que eu adorava seguir, nos momentos que partilhámos aprendi muito; quando eu falava, ele fazia-me crer que estava a aprender comigo (pois eu até andava na escola e sabia ler), quando realmente era ele que me ensinava. Em todos os seus actos ele procurava uma razão, um motivo, aguçava-me a curiosidade para eu procurar saber, incentivava-me a criar, da mesma forma o fazia com os que se relacionavam com ele, pois ele acreditava que a riqueza do Homem consistia em partilhar. Aos seus empregados incutia-lhes o gosto pelo que faziam, defendia que deveriam ter direitos, preocupava-se que estivessem bem acomodados, ensinava-lhe e incutia-lhe hábitos de higiene. Era um Homem que acreditava em Deus mas dizia que os padres eram Homens, e a sua crítica encerrava-se nesses termos. Lembro-me dum dia sob uma árvore, sentados numa pedra, enquanto pastoreávamos as ovelhas, interpôs-se a um comentário meu que referia que os seres humanos são maus por natureza. Ele na suavidade da palavra afirmou que acreditava que os Homens eram todos bons, apenas os ventos da vida lhe mudavam a face, tal qual como as folhas da árvore, e apontando fez-me notar que brisa que corria por entre as folhas da árvore iam evidenciando ora o lado mais lustroso das folhas ora o lado inferior com menos brilho.
Acreditava que os homens, que fossem seres imóveis, incapazes de qualquer movimento, seriam menos poderosos do que um único metro quadrado de terra. Acreditava que as riquezas pessoais eram vaidades, efémeras na ela injustiça que ostentavam. Gostava de cantar, de poesia, de música mesmo aquela que dava na rádio e chamavam clássica, pouco sabendo de arte fascinava-o tal como o saber. Quando era pequeno o padre da freguesia incentivou os seus pais a levarem-no para a escola porque ele aprendia depressa demais a catequese, nunca chegou a ir porque não havia dinheiro para isso, sempre o lamentou, porém sem nunca ter sentado um banco de escola foi um mestre escola, lamento eu agora nem sempre ter tido a inteligência e o discernimento de aprender, compreender e reter as suas inúmeras lições, pois da simplicidade das suas palavras exponenciavam teorias bem complexas. Nunca enriqueceu com a sua inteligência, mas enriqueceu intelectualmente muitos que com ele se cruzaram que duma forma afectuosa queria sempre aprender ensinando.

Actualmente a relutância de partilhar saberes dissemina-se facilmente mas isolamento social das pessoas, condiciona que as elites no cúmulo da sua sapiência ceguem na redundância cíclica  dos seus saberes, artes e ensurdecem-se na sua música ou discursos procurando uma especialização do pormenor e uma perfeição absoluta  tão restrita que acabam por serem cultos ignorantes do mundo e da realidade em que vivem, é  quando se desmembra essa barreira que a intelectualidade, a arte e as ciências alvitram na sua essência: criar e inovar, mas  elas só têm sentido quando desmontadas da sua complexidade se tornam acessíveis ou compreensíveis da maioria, porque isso também é um acto de inteligência que alguns conseguem transmitir ou empresários dinâmicos que conseguem adaptar e potenciar na sua empresa inovando.
É importante compreender-se que a inteligência pode ser um dom mas a vontade de aprender deveria ser uma necessidade pessoal e social, a formação é uma forma de tornar a vida menos aborrecida e mais digna, e deverá ser sempre uma preocupação maior dum estado democrático a educação e a cultura em toda as suas vertentes e um pricipio essencial à igualdade. Contrariamente, o grupo dos espertos,  tudo dominam e como seres superiores na sua evocação, a sua inteligência é a continuidade da ignorância que vêem e blasfemam, dos que estão à sua volta, não mais do que o espelho da sua segregação, raramente criam ou inovam, porque passam muito tempo no auto-elogio e a alimentar a autoestima com bens materiais de preferência opulentos para lhe evidenciarem brilho de estrelas, por vezes cadentes, ficam-se no grau dos intelectuais (pseudo de apelido), normalmente plagiantes, ou meros executantes, funcionários “exemplares” que esbarram permanentemente no muro do derrotismo do colega, no colo do superior (chefe) pelo “bufismo” ou simplesmente empresários que para não pagar impostos compram um apartamento na praia ou mudam de carro em nome da empresa esquecendo capitalizar na inovação. São o senso comum na sua vertente mais pobre e insana mas de uma maneira geral acomodado e bem sucedido.
Pensem nisso

António Veiga

Mundial tentação de ganhar

La Coupe du Monde a commencé et le Portugal se rapproche de la victoire
La Copa Mundial comenzó y Portugal está más cerca de la victoria
La Coppa del Mondo è iniziata e il Portogallo è più vicino alla vittoria
The World Cup began and Portugal is closer to victory

Os comentários sobre a ida de Portugal ao mundial, todos já vaticinam o pior dos cenários, porque não querem cair na tentação de jubilar com vitórias antecipadas, mas lá no fundo acreditam. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Então se queremos que Portugal ganhe ou vá à Final saibamos ceder a essa tentação mas como todas as tentações por vezes deixam um amargo de boca mas o delírio de a ter é a parte mais saborosa da tentação. Se lhe resistirmos, já somos perdedores antecipados pois os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro, aí onde as vitórias e os pecados acontecem. Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a cada sonho, o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos os males da humanidade e ingressaríamos no idealismo, se ele existisse. Mas até o mais corajoso homem tem medo de si próprio. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. Os Portugueses são sem dúvida o povo que mais se auto-flagela e procura na negatividade a sua existência. Primeiro julga-se como o povo mais atrasado degladia os sucessos com uma nuvem cinzenta que lhe ofusca a visão, exorcisemo-nos e sonhemos alcançar o que nem a lógica ou pensamento não alcança e apesar de vivermos numa crise parida pelos que dela benificiam e sejam os de sempre a vivê-la por alucinantes momentos sintamos este novo ópio do povo que é o futebol e almejemos a vitória de peito aberto sem medo de sermos pequenos.
Pensem nisso

Talvez me surprenda

Maybe the world would be better if we believed that it is our only home and our unique heritage
Forse capiamo meglio il mondo se conoscessimo l'amore
Le monde est un miroir de nous-mêmes, nous devons sauver l'image que l'on y réfléchit
Tal vez fueron mejores en el mundo si había equilibrio




Talvez
o mundo fosse melhor
se o vissemos
de maneira diferente
Talvez
o mundo fosse melhor
se o soubessemos
entender
Talvez
nós fossemos melhores no mundo
se nos olhassemos melhor
Talvez
nós fossemos melhores no mundo
se nos entendessemos melhor

Talvez!

A água
o vento
o sol
clamem
mas ningém ouve
os sons apagam-se
a vida
ganha valor
perde sentido!

Tudo vale
tudo tem valor
mas perde o significado
Tudo acontece
meticulosamente
num caos!
Tudo se sabe
mas a ignorância
enraiza-se
Tudo se mede
se avalia
se monitoriza
onde tudo
vai desaparecendo!

Epopeias
impérios
civilizações
conquistas
descobertas
progresso
mas ...

Talvez
o mundo fosse melhor
se o vissemos
se o sentissemos
o defendessemos
o respeitassemos
o compartilhassemos
de maneira diferente!

Que bom viver
nesse Mundo de:
sonho
utopia
alegria
harmonia
sentimento
imaginação
sensação
surpresa!

Talvez
o mundo fosse uma bola colorida
se nós não fossemos tão quadrados
Talvez
o mundo fosse melhor
se não estivessemos sempre a vendê-lo
Talvez
nós fossemos melhores no mundo
se tivessemos equilibrio
Talvez
nós fossemos melhores no mundo
se não nos vendessemos tanto!
Talvez
o mundo fosse melhor
se acreditassemos
que ele é a nossa única casa
e a nossa única herança a legar!

Talvez
o mundo fosse melhor
se nos surpreendessemos
Surpresas
tão indomáveis
 fulgurosas
surprendentes
onde alguns entram
num mundo de sonho
Outros
em queda
procuram na razão
 inversa dos tempos
a ilusão
a Utopia
e as meias surpresas
vazias de conteúdo
falta-lhe um sorriso
um olhar
pés
para andar
num vestido sem vestir
serão telas
dum mundo
sonhado
com data certa
para chegar
num nascer de outono
onde o silêncio
mora
as palavras
perdem-se
vencidas
do cansaço  
na velocidade
proporcional
do quadrado
das distâncias!

Talvez
eu me surprenda e acredite!
Talvez!
Entre tantos
Só eu!

António Veiga, 2010

Tempos de crise

.........
Volvidos meses das eleições impera perguntar o que ganhou o concelho com a nova arquitectura política. É óbvio que depressa os políticos da terra farão habilmente referências à crise internacional para justificar possíveis fracassos, pois  a verdadeira crise deixou de ser a crise económica para ser a essência de todos as premissas goradas. A habilidade específica do político consiste em saber que paixões pode com maior facilidade despertar e como evitar, que sejam nocivas a ele próprio e aos seus aliados. Na política como na moeda há uma lei de Gresham; o homem que visa a objectivos mais profícuos será expulso, excepto naqueles raros momentos  em que o idealismo se conjuga com um poderoso movimento de paixão interesseira. Além disso, como os políticos estão divididos em grupos rivais, visam a dividir o todo, a menos que tenham a sorte de a unir na guerra contra outra e aí, será possível ver extremos conciliarem-se numa força una. Vivem à custa do «ruído e da fúria, que nada significam». Dificilmente deixaremos de ser pequenos se continuarmos a agir e pensar com pequenez. Clamar soluções e não ouvir sugestões incorre-se num autismo cego e circunscrito, como tal tacanho nos horizontes.
Após as eleições houve até ímpetos de boa vontade e prováveis vontades de ouvir de cooperar porém diluíram-se nos labores do dia a dia ou na circunscrições do poder ou da oposição. Terá o executivo rumado de acordo com o seu programa? Terá a oposição ganho com a sua oposição instituída? Todos pareciam conhecer a solução para que as termas, porém nem a oposição com assento nem  o executivo foram capazes duma resposta, talvez fosse a hora de ambos unirem esforços e fazerem aquilo que Vizela necessita e tem reais potencialidades e assim, dinamizar um nicho de mercado em franco desenvolvimento e que um aparecimento tardio vai colher apenas lucros residuais. O facto é que nunca houve um entendimento concreto na matéria e uma das sugestões mais viáveis apresentadas, foi PCP – Vizela,  pondo termo a diálogos sob uma ameaça permanente de serem surdos.  Actualmente, vai sendo apontada, por alguns, como uma solução possível, porque as que se auguram mais parecem manobras especulativas e de diversão num abrir e fechar de portas que reais soluções. Mas, a crise também dá para o justificar,  pois há crise na coragem do PS, da Coligação ou do BE para fazer pressão nos grupos parlamentares dos seus partidos, talvez com o medo de beliscar interesses de alguém ou será que em termos ideológicos a dinamização de potencialidades económicas duma zona fere susceptibilidades ideológicas desses partidos? Os deputados eleitos por Braga esqueceram-se que as gentes de Vizela contribuíram para a sua eleição? Haverá entre eles muitas justificações mas não passam de perda de tempo pois, as desculpas, as reservas, a própria modéstia, bem reguladas, não são senão artes de ostentação e Vizela necessita mais que isso. Necessita de um intercidades fazer  paragem na cidade, pois isso implicará também dinamismo económico. Mas todos os partidos se acomodaram, será que algum partido sabia qual era o número de passageiros que entravam em Vizela? Sabem quais são as justificações para que esse combóio não faça paragem? Será que esses partidos se acomodam e não sabem dinamizar, justificar e reivindicar o progresso que tanto clamam? Estarão esses partidos tão circunscritos que não se apercebem do elementar? Cada vez mais as pessoas sentem distanciamento da causa pública e cada vez menos lutam pelos seus direitos, mas alguns partidos lutam mais por lugares de cadeira que pela sua terra. É o medo da crise dirão alguns, mas será que a crise impõe o executivo não ouça a oposição e a oposição castrar permanentemente as iniciativas do executivo? 
Quanto mais aquecem as discussões de planos de pormenor como as do poço quente mais arrefece a crença das pessoas nos políticos, uma vez mais se divide quando imperava conjugar opiniões. A inteligência de um líder consiste em executar não apenas a sua opinião mas a concertação da mesma complementada com as que se lhe contrapõem pois dessa forma vingará de uma forma mais sólida e consensual. Não será limitante para a oposição funcionar  apenas como crítica correndo o risco de ser uma força de bloqueio ou uma estrutura cisante? Será que Vizela beneficía com este virar de costas permanentes da oposição e do executivo? Mas afinal o que os divide, se no plano ideológico são cada vez mais parecidos? Talvez a grande divisão entre eles sejam os adjectivos com que cada um deles denomina o outro. Mas com certeza encontrarão justificações na crise e o impasse manter-se-á e a decisão será muito pouco abrangente e talvez nem seja a mais adequada! Eu referi este cenário enquanto candidato, talvez a eleição dum elemento do PCP tivesse mudado o cenário. Mas, cumpriu-se a democracia e uma das vantagens é que é sempre possível a mudança, embora as pessoas a clamem mas depois se resignem e conformem com inalterabilidade cumprindo-se a lei da inércia. Pois a projecção e a ostentação, o tudo que inebria na campanha, passa a detalhe ou a pormenor, e por muitas soluções que sejam apresentadas a cegueira, a falta de vontade, a falta de interesse ou a presunção tendem a esquecê-las numa simples palmadinha amistosa para de facto ficar tudo na mesma pois o desconhecido é para os aventureiros, é por isso que o futuro é uma aventura, mas isso também não deixa de ser um pormenor.

Pensem nisso

A voz do poeta

We live in such eufivos have to forget that the best of life is giving and sharing
L'enfant que est en moi me fait comprendre que le rêve touche à la vie, pas simplement comme ayant mais sans doute donnant.
Il culmine di un sogno la vita no è avere tutto, ma dare molto.
Dar sólo pueden los vencedores y tener es la debilidad de los vencidos


Às vezes pensamos
que já não há princesas e donzelas
que os principes encantados
e dragões efusivos
se desvaneceram
e se diluíram no tempo!
cansados ou deíludidos
tememos o sonho,
apagamos a nossa infância,
a nossa inocência.
Deveras intelectualizados,
informados e concretos
cobramos vitórias
com medo da loucura
e escusamos o devaneio
o sonho
a fantasia.
Alimentamos
monstros sagrados
do consumismo
projectamos neles
apenas o ter e o receber,
quando o apogeu da vida
é partilhar,
Dar!
Porque aí começa a existência
nas dádivas de quem cria
na partilha
de quem ama.
Dar
só os vitoriosos
conseguem !
Ter
é a fraqueza
dos vencidos!
O destino ergue-nos
para lá do horizonte.
caminhamos como sombras
reluzentes,
gigantes,
temerosas
e frias.
Fugimos de nós mesmos,
convencemo-nos dos nossos aplausos.
Quantas vezes
partimos para a corrida
e nos estagnamos na partida,
fazendo dela
a nossa meta?!...
Quantas vezes o repetimos?
Quantas vezes tememos o mundo,
e nos refugiamos
na nossa privacidade?
Porque uma pessoa
só é ela prrópria
quando ninguém está a olhar!
Identidades solitárias
de vidas sem rumo.
Mas eu quero
mais que ser eu!
Quero a vida
num apogeu,
por isso entre dádivas
eu sonho!
E, sonho
porque a criança
que há em mim
desperta
a voz de
poeta!...



António Veiga, in Poemas Completos

Cidade do Tejo e de olhos no mar



Lisbon is a cosmopolitan city where it's always nice to come back, the landscape by people or by Fado.
Lisbona è una città degli arrivi misti e la sua bellezza rimane nei ricordi di chi si sentiva
Lisboa es una ciudad de partidas su belleza permanece en la memoria de aquellos que la sentían.
Lisbonne de sept petites montagnes en face du Tage avec ses yeux sur la mer, ses oreilles dans le Fado et  son odeur de sardines fraîches grillées sur charbon de bois

Sem grande inspiração para a escrita fica a proposta duma viagem pela  cidade das 7 colinas em mais um passeio fotográfico. Uma cidade cosmopolita em toda a sua história. Local de partidas e chegadas, encontros e desencontros, tendo iniciado a sua história há muito tempo atrás e onde segundo rezam as lendas Ulisses se passeou. Para alguns Lisboa é o sinónimo da descoordenação administrativa do país não só centrando poderes mas assimilando dividendos dum país que a tem como capital. Errado pensam aqueles que dizem que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem, pois Lisboa é parte integrante do todo, pois sem o resto a sua existência estaria indubitavelmente empobrecida. Longe das rivalidades provincias/capital ou norte/sul Lisboa é uma cidade bonita, à qual um amigo meu nórdica dizia que não compreendia porque não era um destino de eleição como cidade romântica e de romantismo. Por isso venham daí sós ou acompanhados e vagueiem pelas ruas de Lisboa, namorem-na e namorem, ou simplesmente sintam-a em toda a sua História, a cidade virada ao tejo e com os olhos no mar donde recorda o apogeu das suas gentes, no fim fiquem um pouco mais e ouçam Dulce pontes e a sua lágrima, um fado: o fado de Lisboa





















































Para que possam entender melhor a música está legendada em inglês. Espero que gostem, como eu!



 
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