Vagabundo

Este conto (poema) é um pedido de reflexão para o mundo de Hoje e Portugal de agora talvez seja indicado apenas para os mais interessados e indignados porque pode ter matéria susceptível para empedernir os mais insensíveis e conformados, fica o desafio da sua leitura..




Era uma vez.
Certo dia aconteceu!...

Começa o conto,
cruzando terra mar e céu,
encetamos na fantasia.
Vive-se intensamente
epopeias, romances, paixões,
combates, mistérios e aventuras.
Viagens alucinantes
por florestas encantadas,
reinos de magia,
terras de sonho, paraísos.
Convivemos com dragões,
duendes, elfos, sereias, fadas,
ogres, magos, ninfas, génios,
anjos , vampiros, demónios,
gigantes, monstros, ondinas,
reis, príncipes  ou princesas

Adão, jovem  franzino
mas de boa figura,
cabia-lhe o mundo nos olhos.
de sorriso fácil para a vida,
mãos  ásperas do trabalho.
mãos de Adão operário.
No princípio vivia só
num mundo de fantasia
culminar da jovialidade
pulsar irreverente das sensações.
Não longe dali, numa rua acima
vivia Eva, serena e graciosa,
sedutora de aroma suave
diariamente  pela manhã
corria para o emprego
Eva trabalhadora.

Com a ternura dum olhar
cruza na vida de Adão.
Ele colhe-lhe uma flor,
oferece- um sorriso
com juras de Amor eterno
beijou-a, com carinho,
chamando-a, Mulher!
Enlaces de corpos e desejos
vivem doces quimeras
são senhores do paraíso.
O tempo não os separa
porque as horas desprendem-se
do real mundo absurdo.
Norteados pelo sonho
absortos de ilusões
crentes na sua história

Nunca serão príncipe ou princesa
não terão magias de magos ou fadas
mas creem ser felizes para sempre
patrocinados nas mensal cadência
da magreza dos seus salários.
Apaixonados laboram…
exploram-se em afetos
tocam-se de desejo
Adão e Eva
operário e trabalhadora.
Dentro do seu  sonho,
forjado na paixão
floresce um novo ser.
Adão pai e trabalhador
eufórico no seu paraíso.
Eva amamenta de vida,
implode de ternura

O sol acende e brilha
o pão de cada dia,
a calma da noite
no céu sardento de estrelas
embala a felicidade.
Adão operário
Eva trabalhadora
os três adormecem
cingidos num abraço
transpiram  afetos.

O mundo estrompado estremece
o país entontecido vacila,
trovões ensurdecem a razão,
relâmpagos cegam o futuro.
inundados dos detritos da economia
poluídos das decisões políticas
Eva trabalhadora
fica desempregada.
Adão  operário trabalha,
trabalha, exausto trabalha
porque sonha e ama.
Eva mãe, desempregada,
desiludida e cansada
enlevava de ternura o filho.
Adão, operário
trabalha, trabalha, trabalha,
trabalha, trabalha
trabalha,
Adão sem trabalho
desempregado
sem sonhos,
nada…

Adão desempregado,
Eva sem emprego
o paraíso desaba
são expulsos e despejados.
A miséria atormenta,
carentes dos soldos
cansados das portas cerradas.

Eva desempregada
Adão sem emprego.
O filho chora
a fome atormenta
a doença assola.
Adão desempregado
Eva sem emprego,
deprimida,
desiludida,
desgastada,
desesperada,
doente.
Adão sem emprego
Eva desempregada
definhada
peca contra a vida
entrega este páramo existir
no laço duma corda
pendurada.

Adão desempregado
viúvo de paixão
vazio de vida
cheio de nada.
Entrega o filho
para que adote
mais sorte.
Adão sem emprego
vagabundeia com as estrelas
abriga-se na rua
indigente de sonhos
nobre sem abrigo
deambula nas memórias
que lhe sustentam o coração
o Amor a Eva e ao filho,
por momentos é feliz.

Assim termina o conto
que nunca foi conto,
nem sequer foi história
mas notícia de gente sem ventura
sem magos, ninfas.
duendes, sereias, fadas,
príncipes  ou princesas.
Não é fantasia de outrora
mas realidade de agora..

António Veiga, in poemas completos

Paragem de autocarro



O autocarro avança…
envolto na poeira do tempo
rasgando a estrada deserta,
transporta a vida
conduzido por motorista anónimo.
O princípio e o fim da viagem
acontece sempre num terminal
ou interrompida num acidente
outras vezes inesperada avaria.


O autocarro avança…
á procura da próxima paragem,
verdadeira essência do itinerário.
Ladeia abismos, corre serras,
embala planícies, contempla vales
circunda a planura das curvas
que lhe escondem o caminho
encetando um caminho
recto e unidirecional.


O autocarro avança…
nasce o horizonte no sol do destino,
amanhece entre os raios de luz.
O despertar da aurora
prolonga-se no tempo
calcorreando o caminho da vida
na estrada do destino
convergentes e unidos
numa paragem de autocarro.


O autocarro avança…
desabrochar que alcança
num simples sorriso
torna o sentimento iriso
uma conquista de paixão
melodiosa balada de Verão
acordes maiores de sonho,
dedilhados em bisonho
com arpejos de felicidade
em esporádicos desafinos,
autênticos desatinos
tremuras da ternura da voz
causada nas irregularidades
do piso do caminho algoz.

O autocarro avança…
Viagem atribulada, delírios de itinerário,
desgastes do tempo,
obeliscos de paixão,
Sentimentos fortes,
chegadas e partidas
embarques e desembarques
encontros e desencontros
num desfile de lugares e gentes.

O autocarro avança…
partilha de dores e prazeres
alegrias, tristezas, culpas e medos.
O destino toma rumo,
O horizonte afasta-se
O sol caminha
dedilhando o tempo com a lua
num fado anunciado,
nostalgia de memórias


O autocarro avança…
absorve o tempo, engole o caminho.
A paragem de autocarro
dispersa e debanda
cada vez mais distante
perde-se no horizonte
que já não existe,
melancolia de recordações
onde os destinos se cruzam.


O autocarro avança…
carregado de passado
conquista as paisagens de hoje
e indicia o futuro como destino
na razão inversa do tempo,
consentindo todavia
a constante incógnita
se a próxima paragem
será a nossa última!...


António Veiga, in poemas completos

Terror dos répteis

Porque hoje é sexta feira dia 13 falemos de algo que assusta as pessoas. O calor este ano parece estar tímido em surgir e aquecer o Verão para que os banhistas reptilizem deitados ao sol. Os primeiros calores, na generalidade, no reino animal despertam os répteis da sua hibernação, estes vertebrados possuem grande distribuição geográfica no mundo que dominaram e ocuparam a maioria dos habitats animais disponíveis, desde semidesertos e planaltos secos através de pântanos, até ao oceano aberto. Variavam bastante de tamanho, estruturas e hábitos. Desde o Triássico que os répteis frequentam a terra sendo essa a época do seu domínio. A aquisição de uma pele seca e cornificada para evitar a perda de humidade do corpo e a produção de ovos capazes de se desenvolver na terra foram significantes na sua adaptação às variações dos tempos e chegarem aos nossos dias atribuindo-se-lhe um simbolismo muito grande. Desde os primórdios que os répteis são associados ao lado místico e obscuro da vida em particular imputados nas cobras. A cobra é um símbolo universal e complexo. Pode representar morte, destruição, mal, uma essência rastejante de penetração e também veneno. Um dos símbolos que sofre as maiores contradições no que se refere ao seu uso.

Alguns acreditam que personifica o mal, outros, que é forte aliada contra as forças mais poderosas que possam nos atacar. As cobras sofrem o processo da troca de pele e esse é um evento que desperta a curiosidade. Essa característica possibilita associá-la ao rejuvenescimento, algo muito desejado pelo homem em todos os tempos! Mas são muitas as crenças que cercam desse reptil. A ela está associada a imagem do Uroboro, a serpente que morde a própria cauda formando uma circunferência, símbolo de processo, da continuidade, eternidade. A cobra frequentemente aparece na mitologia, no simbolismo da religião ou em cultos e ritos, onde podemos encontrar imagens da serpente do paraíso, da cobra da época de Moisés e das cabeças de serpentes das Górgonas malignas sendo a religião Judaica a primeira em aproximar-se das serpentes por considerá-las o símbolo do mal e a Cristã deu-lhe essa continuidade. São atribuídos a estes animais histórias incríveis de atos bárbaros e cruéis tornando-os assim temidos e tenebrosos.

Cada vez mais as pessoas personificam as vivência imputadas aos répteis, são seres normalmente, anónimos, escondem-se enrolados em si mesmos, rastejam para almejar os seus propósitos, apenas erguendo a cabeça quando atacam e injetam o seu veneno, infelizes não tem vida própria: alimentam-se da vida dos outros e isso parece chegar-lhe. Temendo ambientes que lhe são frios ou hostis mas tentam conquistá-los é por isso que não há cobras na Antártida mas mesmo assim rastejam por todos os lados dissimulando-se anonimamente procurando permanentemente o brilho e o calor, ensombrando a vida dos que se cruzam no seu caminho, futilidade e a hipocrisia domina a sua existência. Pouco sabem, daí o que fazem é essencialmente muito básico porque passam a maior parte da sua vida a especializarem-se a produzir ou inocular o seu veneno e a camuflarem os seus verdadeiros intentos.

Detestam quem sabe, quem faz e domina para a arte de fazer para lá do básico, rodeiam-nos apenas pra se projetarem e os neutralizarem, simulando-se ingénuas e amistosas criaturas. Serpenteiam o poder e a fama, rastejam em busca da sua oportunidade e atacam cobarde e silenciosamente no anonimato. Discordam de tudo e de todos num egocentrismo que projetam nos outros mantendo-se numa ignorância de sentimentos. Acordam de manhã e ao olhar para o espelho enganam-se a si mesmos e a partir daí incidem a sua frustração nos outros. Sempre que sobem um degrau na sua cega ascensão aumentam, a sua altivez tornando-se déspotas ou arrogantes, ficando grudados a essa escalada. A sua cobardia impele-os a refinar ódios sobre quem lhe criar obstáculos, faça sombra ou lhe belisque as suas intenções. Nesta situação podem se associar estrategicamente a inimigos naturais para ganhar impulso no seu rastejar.

Quando se sentem atacados ou perdem o objetivo facilmente mudam de direção contradizendo-se perdendo a dignidade com a maior das facilidades, transfigurando-se em cataventos. A sua arma preferencial é a mentira que pintam e camuflam de verdade para manipularem, criam boatos, ditos intrigas. Tal como as grandes cobras como a jiboia aprendem a circundar os seus pares e vão apertando até conseguirem um estrangulamento e destruição, sem qualquer instinto construtivo. O fanatismo e os ódios de estimação podem cegá-los e o sangue frio aquece de tal forma que acabam por se expor mostrando o se verdadeiro "dark side". Quando derrotados fingem-se mortos, rastejam para os bastidores do cenário e fazem-se de vítimas chorando lágrimas de crocodilo ou fogem cobardemente à procura doutra população alvo. São sempre invejosos, contraditórios dos outros e com os outros os quais incluem nas histórias de alcova que inventam e difundem. Os seus amigos normalmente acabam por ser esfaqueados pelas costas, sendo este o lado preferencial das suas palavras e investidas.

Estes ofídios humanos acabam por se acomodar no poder económico e político sendo este o patamar que mais circundam nem que para isso tenham de inventar ou comprar à la minute licenciaturas, licenças, cargos para influírem em seu proveito, documentos ou qualquer outro material essencial à sua gravitação. Estes répteis em forma de gente por questão de pedigree preferem viver num condomínio fechado, em vistosas revistas, cegamente querem a beleza, à conta de spas e de marcas, com a etiqueta visível, como a língua nos cães certificar a raça. O campo e a agricultura tornam-se num imenso ressort de Turismo de Habitação, as cidades uma festa permanente, entre o coktail party e a rave, e pensam que os Serviços são o único emprego futuro ou com futuro. Agressivos como são atacam no anonimato em qualquer lado, muitas das vezes regurgitam comentários na internet porque sentem esse anonimato mais seguro para camuflar o Xico espertismo. Estes ofídios humanos parasitam e envenenam as nossas aldeias, cidades, país e mundo. vivem na e da vida dos outros por não terem vida própia Na natureza os répteis e as cobras são essenciais ao equilíbrio da natureza como tal devem ser protegidos e salvaguardados na sociedade humana os répteis humanos devem ser exterminados e a forma mais letal é o desprezo, a indiferença e nunca lhe dar qualquer voto.

Pensem nisso

Gerês: o tempo pára a natureza acontece


El Parque Nacional Peneda-Gerês está situado en el noroeste de Portugal y es el único parque nacional de Portugal (si bien hay numerosos parques naturales, paisajes y reservas protegidos por todo el país). Una importante particularidad del paisaje es la constante presencia del agua. Son muy comunes los arroyos y las cataratas en las laderas de los montes y el parque está atravesado por varios ríos.

Le parc national de Peneda-Gerês, royaume de cascades (il y pleut plus de cent jours par an) et de gorges abruptes, mais le cœur sauvage du parc se situe en altitude, avec d'imposantes roches de granite déchiquetées, de landes battues par les vents et de plateaux désertiques parsemés de taches vertes des houx géants.  Il est situé tout au Nord de Portugal.

The Peneda-Gerês National Park  was created on 1971 due to its national and international scientific interest, with the aim to protect the soil, water, flora, fauna, and landscape, while preserving its value to the existent human and natural resources.

Il Parco nazionale di Peneda-Gerês è una delle maggiori attrazioni naturali del Portogallo per la rara e impressionante bellezza paesaggistica e per il valore ecologico. Infatti, oltre a una lussureggiante vegetazione arborea, è presente una ricca fauna selvatica.

Soturno e taciturno parco em esperança, depois da euforia do campeonato Europeu de futebol o país mergulhou de novo na sua realidade e vestiu-se de cinzento, o rubro e verde hibernaram aguardando um novo sonho desperte e culmine.  O simbolismo do verde no desfraldar da bandeira das quinas, ilustra a esperança, agora ténue, no entanto o verde simboliza paz, segurança, esperança em abundância e confiança. O verde é a cor mais harmoniosa de todas, representa as energias da natureza, equilíbrio e recomeço, é com ela que a maioria das árvores indiciam um novo ciclo, é uma cor sempre indiferente e calma, que não se dirige para nenhuma direção, nem encerra qualquer elemento de alegria, tristeza ou paixão. è nesrte sentido que vos convido hoje a mais um "safari fotográfico" por uma das maiores manchas verdes deste pequeno país, sendo um importante destino turístico desde há mais de um século, o Parque Nacional da Peneda-Gerês. é uma marca a defender, preservar e contemplar, onde os povos serranos governaram-se durante séculos por um regime comunalista tradicional, escolhendo cada povoado os seus organismos próprios para zelarem os interesses comuns dos moradores; deste regime subsistem ainda alguns usos relativos à utilização de certas zonas de pastoreio. Uma das maiores riquezas do Gerês, é certamente a sua flora, tem alguns espécimes muito pouco comuns noutras regiões, no entanto a fauna selvagem também é de referenciar (corços, garranos, lobos, aves de rapina).  O Gerês sempre simbolizou a harmonia entre o Homem e a natureza, numa partilha permanente de actividades e sentimentos, das gentes aliada à Natureza das inóspitas montanhas de granito moldadas pelo tempo. As águas correm cristalinas pelos ribeiros e o ar puro envolve a grande diversidade da fauna e da flora proporcionando um movimento contínuo de calma e prazer.O Parque  é considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, sendo o único parque nacional de Portugal.

Neste "safari fotográfico" vamos até ao Norte de Portugal no extremo nordeste do Minho, fronteira com a Galiza, estendendo-nos até Trás-os-Montes, para testemunharmos as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzindo variedade e riqueza do coberto vegetal: matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens, a abundância das águas que alimentam os rios Cávado e Homem.  Não admira por isso que o homem tenha deixado nela sinais da sua presença desde os tempos pré-históricos, reforçando o já notável valor ecológico com valiosos elementos culturais. As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente se encontra em Portugal algo de comparável À sua rara e impressionante beleza paisagística inclui trechos da estrada romana que ligava Braga a Astorga, conhecida como Geira, o passado é também assinalado nos castelos de Castro Laboreiro e do Lindoso, monumentos megalíticos.

Conforme podem ver no decurso do "safari fotográfico", o verde domina em quase toda a paisagem,aqui e ali rasgado pelo azul das águas cristalinas, que harmoniza e equilibra, sem pressas que há tempo. Por estas terras, o tempo parece parar mas nesta calmia a natureza acontece em toda a sua essência numa permanente renovação de esperança e perseverança, talvez seja a necessidade duma renovação desta aldeia global que faça o país vestir-se de verde: fértil de sonhos e esperança.

Pensem nisso


















































 
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