Olhares


O mundo é bem diferente da forma como o vemos. Pelos efeitos das leis da física e da biofísica a visão é um sentido traiçoeiro. As ilusões óticas sempre foram usadas por mágicos ou falsos Messias. Num processo policromático a visão também nos permite ver muito mais cores que o preto, o branco ou o cinzento. A policromia permite um olhar mais substancial e diverso, talvez por isso as pessoas diferentes na sua tendência usam o arco iris como símbolo. Ver todas as cores é um discernimento e mais-valia quando se olha o mundo que nos rodeia. Mas olhar as formas também depende da apetência de cada um e da capacidade de focar. É estranho parar para pensar e ver que a mesma rua que vemos não é a mesma rua que os outros veem. A forma de ver o mundo está dentro da cabeça de cada um, muda de acordo com as experiências e as ideias de cada um. Podemos não nos dar conta, mas a sociedade e o meio ambiente estão em transformação diária, e vivendo na época da imagem, a virtualidade pode tomar conta da realidade. Se não soubermos ver, olhar e fazer uma reflexão sobre os dados colhidos não saberemos executar. Se apenas copiamos o que vimos seremos uma réplica, nisso a cultura é determinante, pois se não criarmos a nossa forma de festejar estaremos a fazer as festas dos outros, senão criamos as nossas pinturas estamos a fazer as pinturas dos outros. Se quisermos mudar a história não pegamos nos velhos do Restelo e partimos para os descobrimentos. Se quisermos ver as distâncias mais curtas, não temos de fazer carreiros porque eles estrangularão com o aumento das nossas necessidades e não há nada pior para andar que carreiros alargados e pior ainda quando são alargados à pressa. Pois fazer o que seja por interesse ou vingança é uma displicente forma de estar na vida ou defender qualquer projeto. Se quisermos embelezar a paisagem não devemos virar as costas para os cursos de água pois foi por causa deles que os ancestrais criaram e se agregaram em povoados. Tanto mais que de costas voltadas nunca tiraremos o seu proveito nem conseguiremos contemplar a sua beleza. Olhar para o futuro é saber ver e conseguir olhar e não permitir que nos vedem os olhos ou nos ceguem da multiplicidade de cores, porque o arco iris só é possível se tiver todas as cores e a agitação exasperante de todas elas no branco ou a falta de cor por ausência de luz no preto  não são credíveis, muito menos a indefinição do cinza. 

Pensem nisso

Um país para amar

Os portugueses não sabem gerir muito bem as vitórias nem as derrotas. Umas vezes iludidos num sebastianismo utópico, outras agregados ao fado do derrotismo e maledicência do velho do Restelo. esquecemos muitas vezes que sem sermos melhores que ninguém a nossa diferença de ser e estar pode encantar. Talvez tenha sido esse o encanto do Salvador Sobral- numa balada simples e melodiosa na língua que nos une. Fica o vídeo com essa balada numa viagem por terras dum país para amar.

Barulhos


Ouvir é um dos sentidos que nos permite enquadrar no mundo. A falta de audição inviabiliza um entrosamento total no que nos rodeia. Por acharmos importante enquadrarmo-nos na realidade do concelho solicitamos aos organismos e coletividades do concelho reuniões para os ouvir e nos enquadrarmos numa realidade mais assertiva. Encetámos algumas dessas reuniões donde resultaram mais-valias para o nosso conhecimento e programa, como foram o caso da AIREV e do Coração Azul e com certeza as outras que temos agendado também o serão. Fomos ouvir para melhor perceber, longe dos holofotes do populismo ou do barulho da ribalta. O barulho nem sempre está do lado da razão ou da objetividade. A maioria das vezes serve pra distrair, dividir ou mesmo dispersar. No barulho pode-se fazer música mas não passa de arpejos básicos enquadrado num ritmo cadenciado e pobre que apesar de entrar facilmente no ouvido está longe de ser música capaz de enlevar ideias ou objetivos. A música é mais do que isso porque só podemos realmente fazer música se nos debruçarmos sobre a árdua tarefa de saber solfejo. Insistindo num princípio básico de confundir barulho com música corríamos o risco civilizacional da música clássica ser uma simples batida de tambores aborígenes. Não porque eles não sejam importantes mas porque foram esboços do que civilizacionalmente desencadeou a música. O barulho do rufar dos tambores sinaliza festejos mas também propósitos de guerra Perdermo-nos com barulhos é como criar uma tela opaca com uma grande quantidade de etiquetas, conceitos, palavras, julgamentos, imagens que bloqueiam a verdadeira essência e resolução das coisas. Assim o barulho tolhe e condiciona a um autismo cada vez mais ensurdecedor induz a uma primitividade de respostas e são executadas medidas avulsas e decisões precipitadas ou desenquadradas porque não se consegue o silêncio natural para ouvir os outros e compartilhar ideias. Tal tabuleiro de xadrez onde, as peças estão em luta umas com as outras, enquanto o tabuleiro tem apenas o papel de observador e palco de luta. O tabuleiro nada ganha com essa luta, mas as peças que estão em combate, algumas delas vão sendo eliminadas, no fim do jogo o tabuleiro fica mais pobre menos preenchido, até ao próximo jogo onde as peças se reúnem de novo.

Pensem Nisso


António Veiga
 
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