Sou...

Who am I?   ¿Quién soy yo?
Qui suis-je?   Chi sono io?

No incunábulo
da minha existência,
algures num retábulo,
espraio olhares no passado
buscando evidência,
revejo a identidade
que resta da idade.

Sou ...
o que fui e não quis
e o que quis e não fui,
do que na vida aflui
do que fiz e não fiz!

Sou...
a contradição do querer,
a esperança do alcançar,
numa mente a bordejar
a saudade a conter,
do efebo que fui
e que o tempo dilui

Sou ...
parte do tudo,
uma sombra sólida,
provida no conteúdo
projectada num sopor
na agonia do supor.

Sou...
fragmentos de vida,
pedaços feitos de nadas,
de horas paradas
na timidez do querer
na força do crer,
nos amores desencontrados
perdidos e não achados,

Sou...
a expetactiva que aguarda,
um caminho incerto no rumo,
embocado na mansarda
numa cela abafada,
numa vida de consumo
em que tudo não vale nada!...

Sou...
as lágrimas da tempestade
com o choro de trovão
vociferando autoridade,
beneplácito de vivências
alimária de sentimentos,
que mesmo nas ausências
entrega o coração.

Sou...
neste carrocel
a letra da palavra
na luta com os saripantas,
que num aranzel
desenha frases
em línguas imaginárias
arrastando-me ignoto
num mundo remoto...


Sou...
o amargo da vida,
o bafejo da sorte,
da chegada e partida
o fraco e o forte.

Sou...
som de madrigais,
entre sorrisos
de Primavera,
perdido em paraísos
alados de cores
num extâse de quimera
potenciam os amores.

Sou...
a voz do coro
dos pássaros
que não cantam
mas existem
que prantam
nos reparos
sem decoro.

Sou...
o Homem que é
carente do tagaté,
do sorriso rasgado
ou do olhar profundo,
do amar e ser amado
na volúpia da sensação
entregue a esse mundo
num enlace da paixão,
tão rubro como um dia de Verão!

Sou...
só, cheio de amigos,
acompanhado de solidão
vou descurando abrigos.
Sou o que existe de mais real
Mas que é feito de ilusão
e ferrabrás no ideal.

Sou ...
a força do sentimento
que coíbe o pensamento
um coração que fala
numa cabeça que cala.

Sou...
a folha dourada
que cai sem retorno
da árvore desnudada
nos frios do Outono

Sou...
o gelo ou o vento
o escuro da noite.
em pleno desalento
com indecência
que apócritos exalam
e me invernizam
a existência!...

Sou...Simplesmente eu!...
gerado no fulgor,
parido na dor,
embalado na vida
que o tempo consome.
Certo da partida
e sem final marcado
Sou: Um simples Homem
cumprindo um fado

António Veiga

9 comentários:

Anónimo disse...

Tu és conhecer das coisas valiosas da vida e diria mais, tu és um poeta!!
abs,
Camila

Atención Primaria Vigo disse...

Joer, que foto tienes de joven, jeje.

Por cierto, en alguna foto no te conozco, jeje. Conozco al de la tercera foto, pero no al de la segunda... jeje.

La 2ª foto es alguna de la campaña política o algo?

scythia disse...

le risposte sono sempre quelle che ci da il nostro cuore.
Grazie mio buon amico per le tue buone parole
as respostas são sempre aqueles que nos dão o nosso coração.
Obrigado, meu bom amigo para as suas boas palavras
ciao!

cathoune disse...

la 1ère photo - toi ? jeune ! tu étais très beau... et tu es un poête,... Tu te poses beaucoup de questions...
c'est compliqué ..dans ta tête
bisous

Talìa Race disse...

En si es cada ser único y se forman de muchas cosas Lo que nos hace especiales, diferentes.

También pregunto, la primera foto eres tú?
Te ves muy bien.

Muchos saludos

Anónimo disse...

Vraiment vous faites preuve d'Humilité QUANT A votre portrait.Je vous trouve très très humain et soucieux de Ce qui entoure.Vous Vous avez une très grande sensibilité et vous êtes très érudit.J et me plaît de lires à venir car ils m Vos 'beaucoup enseignent sur le Portugal.
J e Trouvé vous d'un grand romantisme, et vous me paraissez plein de poésie.
Au plaisir de vous lire à nouveau;
Amicalement à vous, Pascale.

marcia disse...

Tu és!E isso já me basta!
beijo da saudosa amiga,
Marcia

Isabel disse...

merci pour ce beau texte, Antonio! tout en poésie.... :-)
Isabel
http://passionne-de-la-vie.blogspot.com/

Drica disse...

Lendo tão belo poema tomo a liberdade de dizer "somos" tamanha a emoção em mim provocada.
Fostes muito generoso elogiando palavras tão simples de alguém que escreve apenas por necessidade de organizar os próprios pensamentos. Sinto-me lisonjeada. Obrigada.

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