A observação produz uma base firme e objectiva que permite uma maior informação ao conhecimento e que ele possa assim ser derivado. O resultado do domínio de uma linguagem teórica serão tão acuradas quanto a teoria utilizada e seus conceitos assim permitir. Ases teorias devem necessariamente preceder a observação para poder se chegar a resultados verificáveis sobre um determinado problema. Foi assim que inicialmente os Homens no período da pré-história iniciaram novas descobertas em função do que iam observando e apreendendo do mundo e do ambiente que os rodeava. É óbvio que uma observação solitária ou uma auto observação pode levar a erros cíclicos, daí a importância não só da experimentação e de todo o percurso científico mas também a troca de dados com outros observadores. É nessa permuta que grandes civilizações complementam saberes em povos ocupados.
Na política foram imperando figuras complementares de controlo, desde: conselheiros, senados, assembleias como figuras capazes de observar e fazer uma análise do poder. Quanto mais complementar for a relação deste último com essas figuras melhor acção tem aquele nas decisões tomadas. Mas, simultaneamente o poder tem uma capacidade alienatória ou de compadrio havendo uma tendência para neutralizar as opiniões de observadores fora do respectivo ciclo. Dificilmente nos podemos ver como transeuntes na rua se estivermos permanentemente à janela e essa normalmente é a postura de poderes que temem a crítica. Os regimes que temem os observadores têm no fundo uma falta de maturidade política ou simplesmente medo que a sua acção governativa seja interpolada ou posta em causa, vivem permanentemente em namoros dissuasores, por falta de discernimento em assumir compromissos. No entanto, um regime é tanto mais democrático quanto maior for a sua capacidade de se complementar nas oposições, provavelmente a descrença na política, tenha a ver com a falta de sentido construtivo em detrimento do interesse partidário, económicos ou outros.
A rejeição do provedor Municipal pelo edil poderá indiciar uma postura defensiva e de medo em ser observado. Era muito importante uma figura independente a servir de mediador do munícipe com a câmara, por muito que esta pretenda criar proximidade com os munícipes dificilmente o conseguirá sem essa figura mediadora. Provavelmente a mesma foi recusada por ter sido apresentada pela oposição e aqui revela-se uma vez mais o domínio da politiquice sobre os reais interesses do concelho. Lamentavelmente com a sua recusa não foram apresentadas alternativas credíveis.
São componentes fundamentais do exercício da democracia a transparência das actividades governamentais devendo a participação dos cidadãos nas decisões relativas ao seu próprio destino ser um direito e uma responsabilidade, mas também uma igualdade de opinião e direitos. A democracia surgiu quando, devido ao facto de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si. A negação de um regime democrático é quando substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes, e esse é uma análise permanente e fulcral a qualquer poder instituído para que não se limite em si mesmo. É também uma condição necessária para o exercício pleno e efectivo da democracia. Com a recusa da figura do provedor municipal essa responsabilidade é empurrada para os vizelenses a quem se lhe pede uma maior participação nos destinos do concelho para fortalecer a democracia, pois a vontade de mudança não se esgota no acto de votar e muito menos na passividade ou indiferença.
Pensem nisso
António Veiga
2 comentários:
Pues sí, es importante que todos los políticos rindan cuentas...
Pero no como los políticos mexicanos, los mejor pagados y cínicos de primera.
Visitei-o hoje e gostei do blogue! Convida à reflexão! Abraço, Maria Ângela Carrascalão
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