Em passadas curtas
calcorreio
lentamente
sombras ténues
do quarto
no frio da noite.
Invades-me a memória
florescem movimentos intensos
algures perdido
no teu olhar...
Esta impaciência
do tempo, em esperar por ti
culminaria no teu regresso...
Ouço passos
no silêncio
da tua ausência.
São pasos distantes
tenues
porém firmes.
Acelaram-me o coração
numa taquicárdia
de desassossego,
numa ansiedade
de desejo!
Passeio o olhar
pela porta.
Saudade para te reencontrar !
Páro
enquanto
adivinho
o sorriso
da tua chegada!
Calam-se os passos
Silêncio...
Memórias
da suavidade do teu sorriso
no afago da tua pele reacendo
o aroma rubro
o sabor das tuas palavras
vejo o doce mel
do abrir
dos teus lábios:
turbilhão de imagens...
Os passos retomam,
recomeçam,
cadencias estimulantes,
cada vez mais fortes.
determinados ,
ensurdecedores.
Reacende-se
a certerza do teu regresoo
no ritmo dos passos.
Espero por ti!
De novo o silêncio.
Parado,
interrompo
e calo os meus
próprios passos:
Passadas
para o teu regresso...
Num desatino
páro de pensar:
devaneios.
Esta paragem no tempo
esgota-se no som
perdido e apagado
dos teus passos
Abraço
as sombras do quarto
Contemplo
os fantasmas
dos meus passos
porque..
São os meus passos,
os passos da nossa distância,
os traidores
no silêncio da noite.
António Veiga, in Poemas Completos
1 comentários:
A wonderful poem of intensity, passion and a sense of longing dear Antonio, great writing.
xoxoxo Amigo Juan, una dedicatoria preciosa!
Un fuerte abrazo
xoxoxo ♡
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