As possibilidades de garantir a saúde com hábitos de vida apropriados e de tratamento da doença têm aumentado com o desenvolvimento da investigação científica e o aperfeiçoamento constante da medicina, permitindo o alargamento da esperança de vida e condições de vida muito melhores, aos quais acresce um sistema de saúde que se implementou após a revolução, embora com alguns reparos à qualidade de serviços porém dando uma resposta mas aos poucos tem-se vindo a degradar com os múltiplos ataques das "reformas" que lhe foram feitas, de facto o Serviço Nacional de Saúde deu uma contribuição fundamental para os grandes avanços nas condições de saúde dos portugueses sendo considerado um dos doze melhores do mundo. Reforça-se na sabedoria popular o adágio que diz: " Nunca brincar com a Saúde!", mas este conselho popular tem sido completamente esquecido pelos políticos que nos últimos anos nos governaram e particularmente este que nos governa na actualidade. A saúde é e deve ser uma preocupação fundamental do ser humano. No quadro das mais diversas necessidades ela aparece como elemento fundamental para a vida e o bem-estar, mas parece que isso deixou de ser preocupação havendo já quadros de alguns partidos a defender que os idosos devem pagar os tratamentos incluindo os de doença crónica como a hemodiálise.
O direito à saúde é um dos direitos essenciais que a Constituição da República Portuguesa consagrou, ao mesmo tempo que definiu como instrumento para a sua concretização a existência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), serviço nacional, público, tudo isto está em causa com a política do Governo PSD e já encetada em governos anteriores. É um facto que o nível de cuidados de saúde a prestar aos utentes tem actualmente um elevado custo carecendo gestão hospitalar e de recursos, gestores quase todos seguidores ou discípulos do governo em exercício, ao que parece nem sempre têm resolvido as contas, os recursos ou a qualidade dos serviços. Chega-se ao cúmulo de dispensar pessoal do quadro médico, técnico, operacional ou de enfermagem e admite-se mais gestores ou administrativos, sem melhorias evidentes para os cuidados prestados. A falta de informação e de educação para a saúde leva a população a provocar um consumismo desenfreado por vezes provocados por alarmismos, ou a recorrer a privadas muitas vezes num conluio e numa promiscuidade oxidante do sistema nacional de saúde levando ao emperro do mesmo. O exercício de quadros médicos em simultâneo na privada e na pública vicia também o sistema com benefício para as privadas que não carecem de quadros próprios alargados, sendo falsas as soluções para a resolução dos problemas de saúde da população. A falta de atenção dada aos cuidados de saúde primários, o fecho de instituições duma forma cega, o aumento das taxas moderadoras, as más gestões hospitalares, uma publicidade contra o público e o sistema nacional de saúde, associados a fenómenos sociais e demográficos vieram a agravar a situação.
Em vez de se apostar no Serviço Nacional de Saúde, na ultrapassagem de insuficiências, no seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, para responder às necessidades das populações, está a proceder à sua destruição e a transformar a saúde numa grande área de negócio ao serviço dos grupos económicos e financeiros. Levando a cabo a privatização e encerramento de serviços, urgências, maternidades, SAP e SADU, afectando as condições de assistência das populações. Depois do aumento das taxas moderadoras, do aumento da comparticipação dos utentes nos medicamentos, vem agora o Governo promover uma nova transferência dos custos da saúde para os utentes, quando os portugueses são daqueles que mais pagam do seu bolso os custos da saúde em toda a Europa. O relatório da chamada Comissão para a Sustentabilidade do Financiamento do SNS, entre outras propostas, adianta um chamado “seguro social”, de facto uma nova contribuição dos utentes. Está em causa a abertura de uma grande área de negócio para os grupos económicos e financeiros à custa do erário público e de mais custos para os utentes. Está em causa o acesso à saúde e o risco, após os grandes progressos no seguimento do 25 de Abril, de entrarmos numa fase de retrocesso.
O direito à saúde a defesa do Serviço Nacional de Saúde é um aspecto essencial da defesa dos direitos e qualidade de vida, e os políticos que nos governam andam mesmo a brincar com a saúde. Qualquer dia em lugar de sermos obrigados a pagar todos os cuidados de saúde aparecerá um político iluminado do governo ou da sua cor a dizer que o país só anda para a frente e cumpre as metas se acabarmos com os doentes pois afinal eles não produzem ou fazem-no mais deficitariamente.
Pela vossa saúde: Pensem nisso
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