Today's society is not aware that even the right to cry want to rob the poor.
La sociedad de hoy no es consciente de que incluso el derecho a llorar quiere robar a los pobres.
La società di oggi non è a conoscenza che anche il diritto di piangere vogliono derubare ai poveri.
Na lúgubre casa
envolta de suor e fome,
olhas a miséria
que tens vergonha de mostrar...
Vês os teus filhos
abafados no desânimo
e paridos na angústia de serem
apenas mais um incidente.
Falas de direitos
que tu desconheces
mas que aprendeste a falar.
Sofres o desespero
dum dia de desemprego,
dum dia de desemprego,
sentes na carne
a exploração dum dia sem trabalho.
Liga-te à vida
a vontade e o amanhã!
Tropeças no dia a dia
no lixo da sociedade.
De olhar fixo caminhas
em busca do nada.
Blasfemas, criticas,
palavras de ordem,
descargas do teu íntimo,
párias de sentido
perdidas e desgastadas
por não serem atendidas
entendidas ou ouvidas.
Quando paras e pensas
o teu olhar ganha
forma e sentimento!
Sentes vontade imensa de chorar
que é o suspiro de quem sofre,
o desabafo dos esquecidos.
Num ímpeto escondes-te
numa coragem sofrida,
embora o teu íntimo te diga
que um Homem:
também tem direito a chorar...
Mas, convém não parecer
mais desgraçado que a desgraça!
António Veiga, in Poemas Completos
4 comentários:
Maravilhoso poema!!! Lirismo contundente e exasperante... do jeito que gosto.
PARABÉNS!!!!
Lou
COUCOU l'ami - je t'envoie de gros bisous
cathy
Que linda poesia! Como dói a injustiça social! E como nos fere a impotência diante de tantas necessidades. Parabéns, mais uma vez atingiu minha alma...
très beau poème...!
bises
Isabel
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