On y va jusqu'à Porto Covo un petit village du littoral qui vive de la pêche et du commerce. Près du village se trouvent deux forteresses de la fin du XVIe siècle, l'une se trouve sur l'île de Pessegueiro, et est aujourd'hui en ruines ; l'autre se trouve sur la côte juste en face. Toutes deux furent construites pour contribuer à la défense et à la surveillance de la zone, qui était supposée devenir un grand port maritime.
Porto Covo es una de las dos freguesias del concelho de Sines. La Isla de Pessegueiro, com su fuerte forma geográficamente parte del territorio de la freguesia de Porto Covo.
Porto Covo è una delle due freguesia nelle quali è suddiviso il distretto di Sines, in Portogallo. Al territorio di Porto Covo appartiene anche l'Ilha do Pessegueiro sul quale sorge un antico forte.
The name "Porto Covo" probably means Port of the covos, where a covo is a kind of fishing net for capturing lobsters and crabs. Near the village there are two fortresses from the end of the sixteenth century, the time of King Filipe I of Portugal (Filipe II of Spain): one in the Island of Pessegueiro, which is now in ruins, and the other in the coast, just in front of it. These were built to contribute to the defense and surveillance of the area, which was supposed to become an important maritime port.
Portugal é um país pequeno, porém tem a possibilidade de numa dezena de quilómetros mudarmos por completo de paisagem, conseguindo num curto espaço de território ter os mais variados habitats, onde tudo é tão perto mas simultaneamnete tão diferente e tão distante. Restam pequenos redutos paradísicos a este país que é atropeladp pela crise, pelo sentido de irresponsabiçidade dos políticos europeus, pela especulação financeira. Este redutos ainda pouco explorados turisticamente e como tal mantém a sua traça original sem grandes adulterações o que lhe confere genuidade, para as quais até os Portugueses residentes têm cegueira. Enquanto isso o país vai voltando à triste sina dos F: Fado, Futebol e Fátima; como se não houvesse nada mais a descobrir ou a acreditar, é um pouco a miséria a querer ser ainda mais miserável. Hoje o meu passeio fotográfico convida-vos a um pequeno passeio rumo ao sul pela Costa Alentejana: Sines e Porto Covo, onde a natureza acontece e duma maneira ponderada até animais selvagens não Europeus conseguem viver sem estarem confinados a um espaço exíguo. Apesar do crescimento urbanístico, esta povoação ainda persiste relativamente intocada no Sudoeste alentejano, ao contrário, por exemplo, da urbe de betão em que se transformou a bela Vila Nova de Milfontes. Quando se chega a Porto Covo, a brancura da Praça Marquês de Pombal e o enquadramento geométrico apanha-nos de surpresa. De um lado, a Igreja da Nossa Senhora da Soledade, do outro o casario que alberga o comércio e as esplanadas. Paredes impecavelmente caiadas, calçadas limpas. Na praia que fica em frente à ilha subsiste outra fortaleza, em parte destruída pelo terramoto de 1775. As duas fortificações testemunham o projecto que Filipe II de Espanha e I de Portugal tinha concebido para um porto marítimo que nunca chegou a ser determinante. No final deixo o poema e o link para ouvirem o Rui Veloso dando projecção a esta zona com a sua melodiosa canção, espero que gostem e, simultaneamente que mantenham estes pequenos paraísos vivos e genuínos sem que o turismo os desvirtualize.
Porto Côvo
Roendo uma laranja na falésia,
Olhando o mundo azul à minha frente.
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente.
Em baixo fogos trémulos nas tendas.
Ao largo as águas brilham como prata.
E a brisa vai contando velhas lendas,
De portos e baías de piratas.
Havia um pessegueiro na ilha,
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui, no lugar de Porto Côvo.
A lua já desceu sobre esta paz,
E brilha sobre todo este luzeiro.
Á volta toda a vida se compraz,
Enquanto um sargo assa no brazeiro.
Ao longe a cidadela de um navio,
Acende-se no mar como um desejo.
Por trás de mim o bafo do destino,
Devolve-me à lembrança do Alentejo.
Havia um pessegueiro na ilha,
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui, no lugar de Porto Côvo.
Roendo uma laranja na falésia,
Olhando à minha frente o azul escuro.
Podia ser um peixe na maré,
Nadando sem passado nem futuro.
Havia um pessegueiro na ilha,
Plantado por um Vizir de Odemira.
Que dizem que por amor se matou novo,
Aqui, no lugar de Porto Côvo.
Música e Interpretado por Rui Veloso, poema de Carlos Tê
Ouçam a música de Rui Veloso, abaixo, enquanto passeio pela falésia e vou escamoteando pensamentos deste país que embora sempre pobre deu mostras de grandeza na sua história, com erros como todos os outros, porém por muito que o queiram puxar para baixo estas paisagens permanecerão e é nossa obrigação preservá-las para lá da nossa história. Pode o país ter um governo perdido, uma oposição sem rumo ou um mundo sem destino mas estes redutos testemunharão o povo que um dia se lançou ao mar à procura de futuro e agora lhe vira as costas.
Pensem nisso
António Veiga
8 comentários:
Que bonito todo...
É normal as pessoas não reconhecerem o seu propio patrimonio.
Eu por exemplo praticamente a minha vida toda morei em cidades patrimonio da humanidade, e ficas acostumado aos monumentos... até hoje em dia, eu passo praticamente os dias todos pelo ponte romano e a famosa "Mezquita de Córdoba" e quasi não me chama a atenção, e sempre está cheia de turistas...
Pessoalmente, acho que o problema não é muito da população, que pode não ter dinheiro para viajar, o simplesmente, preferir ficar na casa a ver a televisão, que disfrutar da beleza do seu país (coisa que não é recomendavel, mas é totalmente aceptavel).
O problema debe ser do Goberno, que não fasse os suficientes esforços para promover a beleza portuguesa em Europa.
Um país tem de aproveitar os seus recursos turisticos, e não só vender aos portugueses e espanhois... tem também de saber venderse aos outros estrangeiros além dos países do sur da Europa...
Muito lindo! Encantador! Presto-lhe aqui a minha homenagem com os versos da minha poetisa preferida:
Languidez
Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes de Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
(Florbela Espanca)
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Lindo final de semana, amigo! intemasvê!
magnifique ! quelle nature spéctaculaire !!! merci pour ces photos !
coucou - du grand Antonio !
C'est splendide - rien d'autre à dire - merveilleux... Tu vois - j'adore - Je voudrais être dans ton paysage - je m'y transporte et j'y reste... C'est tout ce que j'aime...
j'adore ta petite maison avec le toit troué...
j'adore ta fenêtre sur la mer...
et la girafe, qu'est ce qu'elle fait là ?
et toi - je t'ai vu et je t'ai reconnu ?
Tu as du passer de bons moments à flâner...
et à méditer...
je reviendrai demain les regarder mieux ces photos car ce soir il est tard, et je vais aller me coucher.. Je suis en pleine révision pour mon exament... Je n'avais plus internet
depuis presque une semaine (des voyous avaient saccagé des mètres et des mètres de câbles téléphoniques dans mon village, ils avaient coupé toutes les alimentations, pour revendre le cuivre...Je te jure, plus personne n'avait le téléphone, ça a duré 8 jours...
Donc j'étais coupé du monde extérieur...
voilà.... BISOUS à demain cathy
che foto meravigliose... mi è venuta voglia di mare!
wow
super reportage photo Antonio, j'adore!
très belles falaises, et que dire de la mer....
j'ai fais un très beau voyage en passant, de retour maintenant...!
bises du Québec
Isabel
É a mais bela terra de Portugal, Porto Côvo (a terra da minha mãe e onde eu passei os Verões mais fantásticos da minha infância).
Bela viagem.
Um beijo
Isa
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