Desilusões e desabafos

Épanchements d'un pays et des gens que j'aime, mais avec des politiciens qui me déçoivent
Sfoghi di un paese che amo, ma con i politici che mi delude
Desabafos de un país que amo, pero con los políticos que me defraudó
Outpourings of a country that I love, but with the politicians who let me down
Estou farto. Farto da areia nos olhos, das intrigas políticas, do carnaval dos políticos, do povo representado no Zé povinho e guiado autistamente por Zé Sócrates, dos casos manhosos isto e aquilo, estou farto que toda a gente gaste tinta e tempo a discutir tricas e coisas que não adiantam nada, estou farto de ver atirar com areia nos olhos a pessoas que os deveriam ter bem abertos, caírem nessas esparrelas, produzirem ruído até à exaustão sobre assuntos que provavelmente não interessam, não contam e não adiantam. Quase oiço daqui as gargalhadas de quem vai manobrando a sociedade desta forma tão hábil, a desviar o trânsito para as cenas que interessam ao povo seguidor de novelas e neste momento, começo a temer o cozinhar duma qualquer maioria absoluta. Assim vejo o meu país: um estado primordial, primitivo do mundo: um Caos, uma forma vaga, indefinível, indescritível, rudimentar . Um país onde os poderes instituídos pariram e acarinharam o caos, criando um destino quase negro, preocupando-se em fecundar uma maioria a qualquer preço ou sobre qualquer pretexto.

Neste destino de caos pouco importa se partidários do PS (não são socialistas), afinal eles são sociais democratas e praticam política semelhante à do PSD que se intitula de social democrata quando afinal é liberal. E, entre muitos desses políticos, há alguns que são da mesma escola onde se formaram os clericais fascistas salazar(entos) que governaram Portugal durante quase meio século. Mas..... Com populismo e demagogia, muita mentira verdade parece, mas em liberdade e democracia, terá o Povo o Governo que merece? Concerteza que terá, afinal não foi esse o resultado das eleições, e não estaremos nós numa democracia? O Governo PS tem um programa neo-liberal, ( não importa que seja mau, está no programa votado), protege os capitalistas (toda a gente que votou o sabia, o deveria saber). José Sócrates não é credível , mas o povo deu-lhe os votos, é importante que o mostre a sua incompetência pois talvez assim haja mudanças (ou não) em termos políticos, mas as pessoas não têm coragem para virar à esquerda e já perceberam que o PSD é a mesma coisa com outros nomes e o PP (partido do portas) é mais populista que popular (que apesar de tudo vai convencendo, muitos incautos!) . O exemplo recente era o corte no vencimento dos políticos em nome do país, lançou o repto, a medida não resolve os problemas do país, mas até era um bom exemplo, o primeiro ministro até aceitou e o Paulo Portas ciente que no ouvido das pessoas tinha ficado a "sua intenção de estadista", e silenciou, porque tudo não passou de populismo ou fogo de vista.

O governo Sócrates prepara-se para aplicar um violento plano de austeridade – com o congelamento de salários da Função Pública, a redução do investimento público, privatizações, aumento de impostos, etc. – que terá como consequência o aumento do desemprego e da pobreza no país. Este plano, iniciado com a aprovação do Orçamento do Estado na Assembleia da República, com a ajuda da direita (PSD e CDS-PP). que tão compreensivos foram com a Banca que uma vez mais apresentou lucros de milhões, mas que requer a protecção do estado para conservar os lugares para os políticos desempregados ou sem tacho, mas a nível internacional atribui-se à banca toda a crise actual, mas desta crise apenas me parece que seja uma forma de concentrar o capital em meia dúzia de capitalistas e uma maior desigualdade. Os capitalistas e os seus partidos, concordam, como é lógico, com o plano de austeridade dos governos porque concordam com o seu plano de fazer com que os trabalhadores paguem esta crise de capitalistas.

Sou contra a queda de governos palacianas ou conspirativas, até os governos autistas e déspotas só devem cair com a força e vontade do povo e não por mera conveniência política, uma certeza absoluta é se conviesse à direita e à candidatura do seu presidente em potencial, o governo já teria caído há muito, mas como não lhes convém e até se assumem mais como estadistas do que políticos, desenterrando frases do passado. Onde fica a coerência dos partidos da direita quando Alberto João Jardim, faz as insinuações mais jocosas, ofensivas e muitas das vezes violadoras dum estado democrático? Quantas palavras ofensivas este democrata vomitou nos seus discursos? Poucas vozes no seu partido se têm levantado contra a sua conduta... Talvez a sua candidatura a primeiro ministro tornasse esse país mais igualitário, talvez o interior do país fosse desenvolvido e se fizesse um túnel entre o continente e a Madeira.

Genericamente tudo neste país parece desandar, até a igreja católica, e os católicos Portugueses, que afirmam que a igreja não quer influenciar a sociedade, e que defende a "independência" do Estado, continua a tentar impor uns quaisquer mandamentos em nome do Deus, que têm o direito de acreditar, mas nunca de impor conforme se habituaram no passado e reclamam referendos e movimentos fazendo, alguns, política onde era suposto ser local de oração. É óbvio que no cumprimento das regras democráticas todos têm direito à liberdade de expressão, mas também estão sujeitas às mesmas. Juristas e políticos têm todo o direito de se embrulharem numa animada discussão destinada a decidir se a divulgação de escutas obtidas pelos investigadores no âmbito do caso “Face oculta” viola as leis em vigor sobre a privacidade. Caso o país ainda não se tenha transformado numa mera fotocópia, baça e desfocada, daquilo que o mero senso comum entende ser um regime democrático, o tema não pode ser esquecido e arquivado em duas penadas. É tudo demasiado mau para ser verdade, mas é tudo, também, demasiado preocupante para passar incólume entre as fendas do edifício da Justiça e escapar a um escrutínio que esclareça, em definitivo. Os meios de comunicação dizem que a política é controladora e segregante mas só falam de politica e políticos, porque eles são a matéria-prima da sua actividade, já que estes actores são um filão inesgotável. É um paradoxo ! É o desfasamento entre o real e o virtual, entre o que existe e o que é fabricado, em suma entre o que se diz e o que se passa realmente...
Temos de cair na realidade e como democratas e republicanos preparemo-nos para as presidenciais, onde um candidato alegre, assumindo-se voz duma esquerda, vem "nobremente" ser abafado por um cata-vento político que obviamente nada tem contra os partidos, mas com a sua experiência no terceiro mundo assume-se como presidente incontestável deste país, afinal se o país está doente ele até é médico e com experiência internacional. Os enaltecedores da alegria dum candidato rendem-se à nobreza do outro e às suas virtudes, em autênticas contradições. Mas a vida e a política também são uma contradição ou serão complementaridade onde a regra bionívoca faz sentido, apenas quando tem sentidos que interessem ou simplesmente que não façam sentido.  É por tudo isto que cada vez mais o povo português dá "cavaco" aos desgastados do costume.
Pensem nisso

António Veiga

7 comentários:

Talìa Race disse...

Me gustó mucho el texto.
Sabes? La política es Maquiavelica ...
También en México se harta la gente de pacotilla los políticos que Velan por sólo sus Intereses y el poder que los hace los enloquece y egoísta.

Isabel disse...

Bonjour Antonio,
Je peux constater par ton post que le climat politique du Portugal semble aussi pourri que celui du Québec et du Canada...!! En fait, tu ne trouves pas que c'est vraiment à se questionner si leur stratégie (les hautes sphères du pouvoir...) n'est justement pas de créer un certain dégoût de la chose politique afin que les gens s'en détournent et étourdissent leurs esprits avec de petits bonbons sans saveur et des banalités sans intérêt. Ainsi, ils peuvent mieux faire ce qu'ils veulent. C'est vraiment dommage, car on le sait bien, ce sera toujours le peuple qui en payera le véritable prix...

Amitiés et solidarité du Québec,
Isabel
http://passionne-de-la-vie.blogspot.com/

Sanguinea Fleumatica e Melancolica disse...

Agora um comentário pelo menos pertinente ao teu texto...
Esse teu problema com o tais dirigentes que não dirigem o país,vai além mar...
Cá estamos aqui também com um governo desgovernado,governo para poucos...quando na propaganda dizia que "seria" para todos.
Ainda creio que o povo merecia coisa melhor,mas como pelo visto só eu acreditava no povo... o povo escolheu o que achava bom...e no final das contas?Teve o que merecia...a massa da ignorância levada pela propaganda televisiva guiou um bando de cegos que veem TV ao que estamos enfrentando hoje...o descaso.

Da Amiga,
Aline Dias
(Reinventando-me)

josé manuel faria disse...

Todos os militantes do PCP como os seus ex:militantes sabem que as presidenciais são as mais complicadas para o partido. Apresentam sempre um candidato eleito no Comité Central e esperam para ver o desenvolvimento da "coisa", decidindo pela desistência ou não do seu militante.
Imaginem todos os partidos a raciocinarem deste modo! E ser bonito. Talvez,ou de certeza o PCP irá engolir mais um sapo,por isso não adianta muito martelar no Alegre ou no Nobre. Nessa altura veremos as contradições de uns e de outros.

Unknown disse...

Pues imaginastes muy bien mi querido amigo, como estas? ya te extrañaba por estos rumbos, siempre eres bienvenido...
Un abrazo!

Isa disse...

Gostei bastante deste teu post, Veiga. É mais fácil assim, com belas fotos e palavras poucas mas sentidas.
Tocaste num dos meus pontos fracos, aliás em dois: a poesia e os desafios. Vou já tratar disso!

Beijinhos

Isa

cathoune disse...

tu sais - je suis arrivée à mettre le traducteur de langues - apparemment, ça a marché et j'ai pu enfin comprendre ce que tu disais -
tes textes sont profonds et engagés...
je vois d'après ce que tu racontes, que c'est encore pire au portugal qu'en France...
Nous ici, en France, la vie s'est dégradée, et on vit de moins en moins bien, mais vous apparemment, c'est encore plus grave...
et bien, c'est pas réjouissant, car malheureusement ça ne va pas s'arranger d'un coup de baguette... D'ailleurs, les politiques ne le veulent pas, ils nous tirent vers le bas...
je te fais de gros bisous - bonne soirée cath

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