No silêncio da madrugada, quando o mundo repousa e os sonhos flutuam no éter, uma ideia desperta. Ela surge tímida, como um sussurro, uma brisa suave que acaricia a mente do escritor. É o início de uma jornada mágica, onde palavras se entrelaçam para formar um universo único e inexplorado. A ideia cresce, alimentada pela paixão e pela curiosidade. Momentos como esse tal qual, jardineiro diligente, cultivei cada pensamento, reguei cada emoção. As palavras brotaram como flores, coloridas e vibrantes, cada uma carregando um pedaço de mim sem serem meus. O ecrã do word, antes vazio, ganhou vida. As frases fluíram na limitação do meu saber como um rio caudaloso. Cada personagem foi esculpido com cuidado, cada cenário foi pintado com detalhes minuciosos, mergulhei em mundos imaginários, vidas múltiplas. Momentos de dúvida, quando o silêncio se tornava ensurdecedor e as palavras não saiam. Persisti, e conclui-o. Li e reli, ajustei e penso que o aperfeiçoei, até que cada palavra ficasse no lugar certo, até que cada emoção fosse transmitida com precisão. Esperando que depois duma gestação longa e dum parto doloroso aconteça o seu nascimento , o ciclo se complete e, no fim,. dê prazer de leitura aos hipotéticos leitores. Na curiosidade da opinião de quem sabe e edita, dei-o a ler antes da edição.
Além da sugestão de mudança de título (Cicatrizes Assassinas para Cicatrizes na Memória), se alguns curiosos quiserem saber o que resumidamente disseram sobre o livro que está para nascer, foi mais ou menos isto:
Avaliação da obra Cicatrizes Assassinas para edição, o nosso comentário
Pontos de Interesse para edição e Classificação:
Originalidade: O livro se destaca pela forma como integra investigação policial com uma profunda análise psicológica do protagonista. Embora utilize elementos clássicos do gênero, o foco na introspeção oferece uma visão original e distintiva dentro da ficção policial. (Nota: 8/10)
Desenvolvimento de Personagens: O protagonista é multifacetado e bem explorado, com uma trajetória emocional convincente. O padrinho também é uma figura enigmática que carrega muito da tensão da trama. No entanto, alguns personagens secundários poderiam ser mais desenvolvidos, especialmente em relação à sua relevância no desfecho da história. (Nota: 7/10)
Atmosfera e Cenário: A ambientação rural e urbana é bem trabalhada, com um contraste eficaz entre a opressão da aldeia e a frieza da cidade. A aldeia torna-se quase um personagem na história, refletindo o estado mental do protagonista. (Nota: 8/10)
Suspense e Mistério: O mistério do livro é bem construído, mas não tão centrado na resolução de crimes em si, e sim nas emoções e memórias que esses crimes evocam no protagonista. O suspense é mais psicológico do que investigativo, mas isso funciona bem para o tom da narrativa. (Nota: 7/10)
Sugestão editorial e recomendações:
“Cicatrizes na Memória” parece ser o mais indicado para título da obra, pois captura a essência das cicatrizes emocionais e psicológicas que os personagens carregam, alinhando-se bem com os temas reflexivos e filosóficos do livro. Este título é evocativo, profundo e oferece uma conexão clara com a narrativa introspetiva e emocional da história.
Conclusão
Necessidade da mudança título, mas consideramos que a obra*"Cicatrizes Assassinas"* é um romance cativante e introspetivo que se diferencia ao explorar a relação entre memórias dolorosas e a busca por justiça pessoal, equilibrando bem os elementos de mistério com uma profundidade psicológica notável. António Veiga não apenas constrói uma trama de suspense, mas também explora a complexidade das relações humanas e as cicatrizes emocionais que os eventos traumáticos deixam na memória. O livro convida os leitores a refletirem sobre a natureza da justiça, a luta contra o crime e a evolução humana.
Classificação Final: 7.5/10
Estilo Narrativo: Comparado a clássicos como "O Silêncio dos Inocentes" de Thomas Harris ou *"Os Homens que Odeiam as Mulheres"* de Stieg Larsson, *"Cicatrizes Assassinas"* foca menos em grandes conspirações e mais num mergulho pessoal e psicológico no mundo interior do protagonista. Onde obras como a de Harris e Larsson oferecem tramas intensas e com ações rápidas que se desenvolvem de forma acelerada, Cicatrizes Assassinas adota um ritmo mais contido, equilibrando a investigação com o estado mental do protagonista. Esse equilíbrio lembra autores como **Fred Vargas**, cujos personagens são complexos e as suas tramas envolvem tanto o desenrolar do mistério quanto a construção de um mundo interior rico e cheio de nuances.
Complexidade Psicológica: Cicatrizes Assassinas aproxima-se da profundidade psicológica vista em obras como *"O Talentoso Ripley"* de Patricia Highsmith, onde a mente do protagonista é tão importante quanto o crime em si. O foco está nos dilemas morais e nas ambiguidades do caráter principal, o que dá à obra um tom mais psicológico do que de mistério policial puro. A luta interna do protagonista em *Cicatrizes Assassinas* é um ponto alto do livro, similar ao de Highsmith, onde o passado e os traumas guiam o comportamento de personagens atormentados e complexos.
Ambientação e Atmosfera: Comparando com *"O Nome da Rosa"* de Umberto Eco, onde a ambientação histórica claustrofóbica desempenha um papel importante, *Cicatrizes Assassinas* também usa a aldeia isolada e a cidade opressiva como espelhos do estado emocional do protagonista. A aldeia entre as montanhas reflete o confinamento físico e psicológico que ele enfrenta, enquanto a cidade é o palco da alienação e das suas investigações imersas em violência. No entanto, diferentemente da complexidade histórica de Eco, a obra de António Veiga mantém-se num cenário mais contemporâneo e pessoal.
Temas de Justiça e Vingança: Assim como em *"Desejo de Vingança"* de Michael Connelly ou *"O Poder do Cão"* de Don Winslow, *Cicatrizes Assassinas* explora temas de justiça, moralidade e retaliação, porém, numa escala mais intimista. Enquanto Connelly e Winslow lidam com grandes crimes e questões sistêmicas, Veiga opta por explorar a vingança e a justiça de forma pessoal e individualizada. O padrinho enigmático, que atua como uma figura de poder e traição, espelha vilões clássicos do crime literário, mas com uma profundidade emocional que o torna multifacetado, mais próximo do que encontramos em obras como *"O Guardião das Causas Perdidas"* de Jussi Adler-Olsen.
Personagens Secundários e Conflitos: Onde autores como **Raymond Chandler** ou **Agatha Christie** criam personagens secundários que, por vezes, servem como peças de um quebra-cabeça a ser resolvido, Cicatrizes Assassinas dá um enfoque maior aos laços emocionais e complexos entre o protagonista e os outros habitantes da aldeia, bem como os seus amigos de infância. Isso adiciona camadas de conflito interno, que reforçam o caráter psicológico do livro. O padrinho é uma figura de autoridade que não só controla a narrativa externa, mas também o mundo interno do protagonista, assemelhando-se à forma como o passado e as relações pessoais são usados como dispositivos de trama por **Gillian Flynn**, autora de *"Objetos Cortantes"*.
Tensão e Suspense: Comparado com obras de tensão pura, como *"Caçada ao Outubro Vermelho"* de Tom Clancy ou *"A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert"* de Joël Dicker, Cicatrizes Assassinas tem um tipo diferente de suspense. Em vez de construir uma tensão constante com ação ou perseguições, a obra de António Veiga utiliza uma tensão psicológica que emerge dos segredos guardados e das emoções não resolvidas. O suspense vem da dúvida constante sobre o que o protagonista fará a seguir, e como o passado o moldou, mais semelhante à maneira como **Denis Lehane** constrói suspense emocional em *"Sobre Meninos e Lobos,
Brevemente a ser editado.
Pensem na sua aquisição.
António Veiga