Passos a polirem
a história da calçada,
de olhares cravados
em cada recanto genuíno,
roubam as imagens,
Grafitam as paisagens
que o tempo esculpiu.
Turistas vagueiam na cidade
e espoliam-na de vida.
O pacato burgo engalana-se,
deslumbra-se e adormece
na ilusão do lucro.
Acorda desfigurado,
desgrenhado,
na sua nova artificialidade,
redesenhado...
Solitário e despojado de gente
cinzento perde-se no tempo, agoniza
e, alucinado com os dividendos
suporta a esventração
dos turistas.
E, sonha voltar a ser genuíno,
a terra das suas gentes...
António Veiga