Tiranias democratas



As democracias são até hoje a melhor forma de entregar o poder, porque até à data não se inventou nenhuma outra forma mais abrangente para o fazer. No entanto pode ser , na sua essência perigoso, na medida em que a entrega do poder a uma maioria corre-se o risco de uma ditadura de maiorias. Dessa forma, o poder e os eleitos, tornam-se mais frágeis e manipuláveis por interesses e compadrios, que com a sua força e influência económica, pessoal ou social. Uma democracia é tanto mais englobante e dinâmica quanto mais for participativa por projetos diferentes desde que haja compromisso claro com as reais necessidades ao que se propõem. A atribuição de poderes de decisão a partidos ou forças cuja representatividade é menor permite aportar um conjunto de mais-valias à mesa de decisões tornando audível a voz de minorias. Maquiavel via a democracia como o exercício do poder plural da república, por sua vez uma forma de governo na qual o poder é coletivo. Decididamente a democracia não é para autistas que refutam o debate e não se completam nas diferentes vontades. Há atualmente uma confusão muito grande a respeito do que é a democracia na sua essência. Cabe ressaltar que a “ditadura da maioria”, como a que se viveu em Vizela nestes últimos 19 anos, é parte de um discurso defendido por alguns membros de elites, de grupos que se colocam como opressores de camadas minoritárias da população. A maioria, que todos os partidos agarrados ao poder e aos interesses clamam, é uma organização castradora que unilateralmente consegue definir à luz dos seus propósitos o que é justo ou injusto, certo ou errado. Dessa forma fomenta-se uma democracia que se condena, viabiliza-se uma ditadura eleita prepotente, abafando e absorvendo propostas ou projetos  que venham doutras ideias. Assim, a democracia fica convertida em autoritarismo, como um instrumento de dominação, na visão destes “superiores” que patrocinados e impulsionados por interesses obscuros tentam minimizar outros projetos. Muitos deles passam nessas democracias e quando ameaçados ou com os propósitos atingidos continuam à distância a manipular dissimuladamente. Para o poder emanar do povo, há que se considerar duas premissas: que todos aqueles que compõem o povo sejam livres e iguais. Devem ser livres para agir e se manifestar, sempre respeitando a liberdade do outro, o qual, sendo igual, terá igual liberdade e igual valor na arena de debate público. Como pode ser-se igual quando outros se refutam à frontalidade e escondem-se no marketing e no oportunismo de influência. Mas acreditem, democracia não é isso, democracia é ouvir e dar voz aos que não conseguem falar tão alto, ou que nem sequer podem falar. Para que possam ser ouvidos também, de forma a darem um parecer, mesmo que contrário ao que grande parte da população quer e precisa. Democracia não é apelo à maioria, muito menos “ditadura”. Por isso é assustador e de mau presságio declarações de candidatos que afirmam que no dia depois das eleições só farão acordos pontuais contrariando a figura visível dum sempre em pé numa vénia constante aos que passam, apenas para lhes caçar o voto, pois não se constroem pontes de costas voltadas pois o azimute direcional á antagónico e focado em horizontes opostos. Diálogo e compromisso coletivo são valores inerentes à democracia e como tal essenciais, caso não se acredite nisso teremos o próximo presidente na câmara fechado no seu gabinete a fermentar decisões dos que o empurraram para o poder. Aí os sempre em pé serão marionetes e o povo durante quatro anos assistirá ao espetáculo deja vu onde perde representatividade, por isso desacredita e definha na cumplicidade do seu voto, o ato mais nobre da democracia.
Pensem nisso

Clarificar as águas poluídas


Uma cidade e um concelho não podem crescer de costas voltados para as suas ancestrais mas vivas potencialidades. É importante por razões históricas mas também de desenvolvimento sustentado e enquadrado o crescimento de Vizela nas Termas e no rio. Isso obriga a uma visão holística das intervenções a fazer nomeadamente na despoluição do rio e dinamismo das termas. A despoluição do rio é um processo complexo, que não se resolve com demagogias, e que terá de ser elaborado em várias fases com uma intervenção metódica que passará pela monitorização atualizada dos parâmetros biológicos, químicos e físicos e geográficos do rio. Assim como uma intervenção concertada e reivindicadora devidamente fundamentada junto das instituições intervenientes. Seguir-se-á a requalificação das margens numa primeira fase, depois duma minuciosa identificação das construções ribeirinhas, terrenos e indústrias e respetiva sinalização de pontos de descargas e captação de água com intervenções que preservem o ecossistema e o caudal. Elaboração duma limpeza e reestruturação de toda a zona ribeirinha preparando-a para uma construção dum passeio verde em toda a extensão que permitirá não só uma consequente proximidade das pessoas para junto do rio e elas próprias servirem de dissuasores a poluidores. Esta proximidade das pessoas ao rio permite numa escala progressiva no tempo o aumento de visitantes, criando assim condições e oportunidade para a construção de infra estruturas dinamizadoras do lazer e do desporto centrando em torno do rio algum desses projetos como um nicho de desporto em várias modalidades. Criação dum centro de ciência vivo que à medida que estuda o rio dinamizará a criação de zonas verdes e aquíferas assentes num equilíbrio ecológico e dinamizador de conhecimento permanente das caraterísticas do rio. Propagandear interiormente e exteriormente o rio através de eventos culturais/desportivos/lazer e neles projetar a sua imagem e atrair operadores turísticos para duma forma sustentada apostarem em investimentos ecologicamente não agressivos de investimentos, catalisadores de turismo como seja: bares, restaurantes, piscinas ou mesmo hotéis, entre outros. O aumento dos investimentos na zona ribeirinha em toda a área do concelho permite uma harmonia no crescimento do mesmo e uma proximidade entre as várias freguesias. Numa análise conjunta com os empresários restará uma intervenção hércule, mas não impossível, como seja a mudança de paradigma do tipo de empresas industriais a trabalhar junto ao rio, Todo esta linha de orientação deve crescer racionalmente num espaço efetivo mínimo de dez anos, onde cada passo é dado quando estiver sustentado e assegurado o anterior sem atropelos nem tropeços. Há estudos sobre isso há muito abandonadona por autismo dos políticos de Vizela, não sei  do que se está à espera. Durante anos os que agora clamam despoluição, um pouco perdidos nas orientações, estiveram calados quando a eu com os deputados da CDU na assembleia da república visitaram e apresentaram nesse mesmo órgão propostas. Algumas das vezes os partidos que agora reclamam a despoluição não votaram os diplomas.  Esse talvez seja um ponto fulcral e inicial a resolver, medidas efetivas e não eleitoralistas, Afinal quando a nosso pedido a CDU pediu ao seu deputado para vir ver o rio e levar propostas no sentido de prover a despoluição não era período eleitoral e uma das vezes o povo de Vizela não tinha elegido nenhum dos nossos elementos nos órgãos autárquicos do concelho (Assembleia Municipal e Câmara). Essa é a diferença. Pode servir de silogismo para o futuro porque a despoluição do rio e outros fatores determinantes no concelho exige-se um compromisso comum a todas as forças e associações do concelho bem como da população em geral. Sendo da responsabilidade dos intervenientes diretos e da autarquia informar e incluir um espírito cívico do respeito por uma das maiores riquezas do concelho.

Pensem Nisso

O Repto


O país arde e em insegurança justifica-se do injustificável. O senso comum discute arduamente os eventos porque são frescos e culpa os políticos, mas o tempo apaga as memórias e tudo se cala até à próxima catástrofe ou polémica. Culpabiliza-se os políticos mas a seguir nega-se o entusiasmo do debate porque já não está na moda e orgulhosamente distanciados diz-se que não se gosta de política e dos políticos. Demagogos, alguns, sabem disso e cientes dessa amnésia com política espetáculo suavizam a ira e envolvem-nos nos seus novos projetos com apanágios populistas que encantam na sua irracionalidade. Os mesmos com nomes diferentes ou com caras diferentes fazem de novo festas ao povo e com festas buscam o apoio que uma vez mais servem interesses dos que por trás os movem. Saem à rua e à cidade como caracóis expõem uma pequena parte porque o restante, o cerne, está escondido na casca. O povo, a gente que não gosta de política vota, sem conhecer os projetos só porque lhe agrada as cores da campanha ou o alimentar de quezílias mas, no fim pagam tudo o que consumiram. Pagam sardinhas a preço de Lagosta. Pagam os banquetes que outros se banqueteiam. Depois, revoltados reclamam como treinadores de bancada, cuja voz apenas se torna audível para divulgar a profissão menos digna que eles acreditam que todas as mães dos árbitros têm. Não trazem nada de novo, ofendem por ofender, falam por falar, incitados pelos que têm interesses nesses impropérios. Tudo fica na mesma debaixo desses espetáculos e o país, os concelhos empobrecem enriquecendo os ricos… os do costume. Será que não há massa crítica nas gentes do povo para ouvir e mudar esta ciclicidade? Acredito que sim porque já começa a ficar onerosa para todos nós esta política espetáculo que nos amarra e nos puxa em redundância a crises. Acredito que Vizela nestas eleições faça marca, faça estilo e que todos em conjunto objetivamente apresentem aos eleitores os projetos (justificados e calendarizados) em igualdade e que não seja o marketing publicitário a ganhar eleições mas as ideias, porque esse encosta ao lado dos que têm outros interesses. Porque acredito nisso? Já há parcos sinais doutros que seguem os nossos passos, mas que em conjunto com todos pode ser uma grande passada no objetivo comum que é dignificar Vizela e os Vizelenses. O repto fica lançado. 

Pensem nisso

António Veiga
 
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