Aquilo que nós
vivemos e o que estamos vivendo, faz parte do processo de construção da nossa
história, ou seja, é nossa cultura. Cultura é inclusão, é uma porta de entrada
para que tenhamos uma sociedade mais justa, mais humana. O mundo da cultura é
amplo e ilimitado. Através dele é possível chegar a lugares inimagináveis e
alcançar objetivos abstratos. Sonhar é um ato necessário para o ser, porém,
para sonhar é preciso inspiração, criatividade e claro, motivação. Ter acesso à
cultura é primordial para o crescimento duma região. Por isso, quanto mais
políticas públicas forem criadas para que as comunidades mais carentes tenham
acesso a arte, música e demais manifestações artísticas, maior será o resultado
positivo destas ações. A arte é uma das maneiras mais eficazes para
manifestação de novas tendências e até mesmo para criar conceitos e inserir
novas maneiras de abrir a perceção do ser, em relação ao mundo, a vida, ao amor
e também as relações humanas. E conhecer a cultura conviver com a cultura ajuda
na formação de ideias e projetos, enriquece e preserva a identidade de cada um,
ou melhor ainda, salvaguarda-a. Numa época em que é preciso criar e inovar,
todas as ideias devem ser acarinhadas e estudadas, nunca perdidas ou
descartadas isso só é possível quando à vontade de diálogo. Como afirma o
moralista Marquês de Vauvenargues: "Aqueles que desprezam e ignoram não
são grandes homens e muito muito menos potenciais líderes."
Os políticos no
concelho, interessados no seu ranking eleitoral, mais notório nos maiores
partidos, descartam e anulam as ideias dos outros afirmam numa absoluta
prepotência que o seu projeto é o mais válido e solitários na sua convicção não
veem sequer os erros estruturais os mesmos têm, ou por outros supostos motivos
obscuros ignoram-nos. As ideias gladiam-se como num campo magnético produzido
por linhas aéreas de transmissão de energia em que a catenária descrita pela
linha de transmissão influencia diretamente nos níveis de campo magnético na
área próxima a linha de transmissão mas o objetivo é anularem-se. No entanto
não apagam outras que por si só já se anteciparam, mas que por serem paridas
doutra prole foram simplesmente ignoradas. Satura-se a política do supérfluo. Nega-se
o debate para a autopromoção. O eleitorado cansa-se mas acomoda-se onde houver
mais barulho ou cores. Os mais resignados e desinformados dirão que ainda não
se criaram as circunstâncias, puro engano, as circunstâncias são o dilema,
sempre novo, ante o qual temos de decidir.Com a aproximação das eleições
(quaisquer eleições) dissemina-se a frase: “nem lá vou”, frequentemente seguida
de “são todos iguais”. Muitas dessas pessoas pensam que ir votar é um favor que
fazem aos políticos. Puro engano, esta pesporrência é um entendimento enviesado
do ato eleitoral e tem tanto de triste como de eloquente por ser o retrato do
estado de direito que vivemos, onde a liberdade de agir é um direito. Mas a ação
também tem as suas consequências e é quando surgem que todos querem ajuda ou
sacudir a água do capote e são engolidos no sistema sem darem conta.
A política é
demasiado nobre e determinante das nossas vidas para que se deixe cair na
vulgaridade e perca o interesse das pessoas, e não é a política de espetáculos incandescentes
mas minimalistas de cultura. Visto que todos fogem a um debate conjunto e não
querem fazer da política um lugar de debate, tertúlia, confronto de ideias,
onde se poderia associar cultura. Precisa-se inovar. É preciso acreditar numa
orientação política diferente. É preciso ter rumo, haver premissas fulcrais.
Tal como o concelho precisa virar-se para o rio e as termas, a criação da marca
Vizela deve nascer um nicho de cultura que defina, determine e inove a
identidade. Isso tudo é possível nascer através do contato com todas as formas
de expressões artísticas. Precisa-se criar a necessidade da cultura e
fomentá-la e financiá-la mas também encruzilhá-la com as diferentes forças
vivas e culturais de Vizela. Dar vida à cultura para ela dar vida ao concelho
duma forma abrangente e ativa, será uma condição sine qua no para colher frutos
profícuos e atrativos. Um povo sem arte e sem cultura é um povo que não existe.
Portanto, a cultura é também um fator crucial no desenvolvimento de qualquer
região e não pode ser um parente pobre. É através dela que encontramos várias
expressões artísticas, fulcros científicos, correntes ideológicas ou filosóficas,
presentes na homologação dos indivíduos e grupos sociais.
Porque somos
diferentes e acreditamos que a diferença faz a mudança- A diferença pode
acontecer num simples sarau de poesia encenada, modesto é certo, mas que pode
abrir a janela ao pensamento e ao sentimento de todos os que quiserem ir, sem
terem que ficar cativos de compromissos ou serem assediados. A arte não gosta
de ser assediada nem tão pouco bajulada. A poesia é a voz do coração organizada
na razão que pode ser mais abrangente se o teatro as encenar. A CDU vai
organizar no próximo domingo dia 30 de julho um Sarau de Poesia encenada pelo
grupo de teatro da licenciatura de teatro da Universidade do Minho. O mesmo
decorrerá na sala da casa de povo de Vizela pelas 21 horas. Afinal somos todos
Vizelenses e todos juntos podemos car continuidade à identidade que herdámos
mas também criar uma identidade mais forte e coesa para o futuro está lançada a
nossa ponte numa Vizela para todos duma Vizela para sempre onde contará
sobretudo dignificar Vizela e os Vizelenses.
O espetáculo,
incidirá em poesias de vários autores lusófonos que convidarão a um passeio
pelo imaginário, pensamento e sentimento. A CDU convida assim todos os
Vizelenses que queiram assistir a esse sarau de poesia independentemente da sua
convicção política, afinal a arte pode ser agregadora de todos os vizelenses e
da alma vizelense. Este humilde
espetáculo valerá mais pela inovação e agregação dos Vizelenses e terá tanta
mais importância quanto essa mensagem for assimilada.
A porta fica assim
aberta para todos porque o povo deve ter sempre a porta da cultura aberta, por
isso no domingo dia de descanso à noite na casa de povo serão bem-vindos.
Pensem nisso