Soprando ao vento

Há hoje uma tendência sublimatória do mau estar das pessoas em que minimizam a sua existência na expressão: "ao menos há saúde". A vida é mais do que saúde, a própria definição de saúde é polivalente chegando mesmo a ser ambígua. A vida do Homem de facto  é mais que saúde, tanto mais com isso poderíamos editar  silogismos perigosos tais como:  os doentes não têm vida. Curiosamente conheço algumas pessoas doentes ou incapacitadas que irradiam muito mais vida que alguns saudáveis. Por exemplo conheço alguns tetraplégicos ou tetraparéticos muito mais enérgicos que outros com todas as suas capacidades mas sem potencialidades. Um deles esta semana depois duma cirurgia, das muitas realizadas ao longo de anos,  fez uma paragem cardíaca no pos operatório tardio e quando as suas funções vitais se estabilizaram a primeira coisa que perguntou foi quando é que era previsível a sua alta pois tinha muito que fazer e a vida não esperava por ele lá fora onde é uma pessoa dinâmica e inserida socialmente apesar de todas as suas limitações. Admiro-o pela sua coragem e força de vida em que para ele os problemas só têm duas soluções: ou tem solução ou não têm, porém nunca desiste e está sempre na linha da frente para a luta. O problema actual da sociedade é precisamente essas pessoas dão como certo o seu modo de vida e não lutam e os que o perdem não lutam e deixam-se agonizar no desespero ou fatalismo, o marasmo ideológico das pessoas sujeita-se nas vontades dos que sempre decidem. Este marasmo social e o facto duma colega minha ter “postado” no seu faceboock a música “Cavantina”, e outras músicas da nossa adolescência, trouxe-me à memória uma que foi criada no ano do meu nascimento, 1962, O então jovem Bob Dylan, aos 21 anos de idade, compôs a canção “Blowin’ in the Wind”.Na época também tempos conturbados, guerras eclodindo, preconceitos raciais,conflitos sociais, violência, desamor. Mas, também tempos de dinâmica participativa no mundo e  na sociedade com levantamento de perguntas filosóficas. 
A letra da canção é  composta por uma série de perguntas filosóficas, abordando a paz, a guerra, a compaixão, a liberdade... Transformando-se numa canção intemporal. ela continua actual, mesmo passados mais de quarenta anos.   Pois volvidos estes anos quantas estradas um homem precisa percorrer antes que venha a ser chamado de Homem. Será que o Homem dos tempos tempos de hoje ainda tem motivação para percorrer a estrada, ou simplesmente viaja em planos macificados para fugir de si mesmo, correndoatrás de modas ou conquistando um aglomerado de fotos e lembranças esquecendo de conviver com os povos (a gente) que visita. Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar antes que ela possa  repousar na praia, pois as pombas cada vez mais estão fechadas entre as grades duma gaiola ou entre os muros da cidade, desconhecendo os ventos da montanha e a brisa das praias agora fustigadas de poluição e de gentes cansadas em repouso dum ano de trabalho. E por quantas vezes ainda as balas de canhão voarão até que sejam para sempre banidas, que continuam bem tracejantes nos céus de hoje e com interesses muito parecidos e muito poucos a lucrar. 
A resposta como sempre anda no ar,  a resposta está soprando no vento e nós contínuamos a ignorá-la porque agora nem temos sensibilidade para sentirmos o vento, tão perdidos que andamos em nós mesmos e nas “nossas coisas”. Quantos anos deve uma montanha existir. até que se desmanche no mar. Temos o mundo cheio de montanhas cada vez com menos adeptos para as derrubar e escalar, ficando todos no sopé olhando-a como se infinito se tratasse, perdendo a sua liberdade. Pois, quantos anos devem  algumas  pessoas existir até que sejam permitidas a serem livres, e vão ficando todos cada vez mais cegos. E quantas vezes pode um homem virar sua cabeça e fingir que ele simplesmente não vê? Para  Bob Dylan  resposta está soprando no vento...e continua a estar pois continuam actuais as perguntas mas as respostas anda um pouco em cada um de nós ao sabor do vento na maresia dos tempos pois dentro de cada um há uma candeia que o fulgor da vida e a brisa do tempo vai avivando a chama, tal uma simples lembrança duma amiga da juventude, porém pode também ele apagar muitas chamas e o futuro fica muito escuro daí devermos manter sempre a chama para encontrarmos as respostas que o vento tem..
Pensem nisso

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