As palavras

las palabras son como puñales
les mots sont comme des dagues
les paroles sono come pugnali
words are like daggers

São como cristal,

as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.


Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.


Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz

e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.



Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?




Eugénio de Andrade


Horizontes diários

Landscapes from my window
C'est ce que je vois de ma fenêtre, mes horizons du quotidien
Paisajes desde mi ventana
Questo è quello che vedo dalla mia finestra
 
As fotos deste post são a minha paisagem do dia a dia:



Hoje subi além do azul dos montes,
A procurar sonhos e alegrias infinitas
perdidos e achados algures na vida
esboçados por estes horizontes...

No céu, perdi o olhar em desalento,
que aos poucos vai crescendo, crescendo...
perdido no tudo e no nada em sustendo,
Planando, suave e manso como um vento...

Entre uma cortina espessa de fumaça
E de toda poluição que a vista embaça
Numa tentativa vã, tenta me alcançar.

Ave que sou, abro as asas entre o nevoeiro
num sopro desfaço amarras de prisioneiro,
para rebelde e livre pela natureza voar

António Veiga, in Poemas completos



Olho o horizonte da minha janela
as imagens não fazem sentido,
nos meus sentidos.
são imagens repetidas
da vida...

Apenas em pequenos instantes,
meu olhar ébrio de vontades
viaja no infinito
em busca do belo
e a beleza mora
aqui tão perto,
 frente à minha janela!...

António Veiga, in Poemas completos


Profitez et venez faire un tour par ici, je serais votre guide!
Venite a visitare il Portogallo questo, sarò la tua guida
Disfrute y vienen a dar un paseo por aquí
Enjoy and come walking through these landscapes
Aproveitem e venham dar uma volta por cá, eu farei companhiia
Pensateci
Think about
Pensez-y
Pensem nisso

Desilusões e desabafos

Épanchements d'un pays et des gens que j'aime, mais avec des politiciens qui me déçoivent
Sfoghi di un paese che amo, ma con i politici che mi delude
Desabafos de un país que amo, pero con los políticos que me defraudó
Outpourings of a country that I love, but with the politicians who let me down
Estou farto. Farto da areia nos olhos, das intrigas políticas, do carnaval dos políticos, do povo representado no Zé povinho e guiado autistamente por Zé Sócrates, dos casos manhosos isto e aquilo, estou farto que toda a gente gaste tinta e tempo a discutir tricas e coisas que não adiantam nada, estou farto de ver atirar com areia nos olhos a pessoas que os deveriam ter bem abertos, caírem nessas esparrelas, produzirem ruído até à exaustão sobre assuntos que provavelmente não interessam, não contam e não adiantam. Quase oiço daqui as gargalhadas de quem vai manobrando a sociedade desta forma tão hábil, a desviar o trânsito para as cenas que interessam ao povo seguidor de novelas e neste momento, começo a temer o cozinhar duma qualquer maioria absoluta. Assim vejo o meu país: um estado primordial, primitivo do mundo: um Caos, uma forma vaga, indefinível, indescritível, rudimentar . Um país onde os poderes instituídos pariram e acarinharam o caos, criando um destino quase negro, preocupando-se em fecundar uma maioria a qualquer preço ou sobre qualquer pretexto.

Neste destino de caos pouco importa se partidários do PS (não são socialistas), afinal eles são sociais democratas e praticam política semelhante à do PSD que se intitula de social democrata quando afinal é liberal. E, entre muitos desses políticos, há alguns que são da mesma escola onde se formaram os clericais fascistas salazar(entos) que governaram Portugal durante quase meio século. Mas..... Com populismo e demagogia, muita mentira verdade parece, mas em liberdade e democracia, terá o Povo o Governo que merece? Concerteza que terá, afinal não foi esse o resultado das eleições, e não estaremos nós numa democracia? O Governo PS tem um programa neo-liberal, ( não importa que seja mau, está no programa votado), protege os capitalistas (toda a gente que votou o sabia, o deveria saber). José Sócrates não é credível , mas o povo deu-lhe os votos, é importante que o mostre a sua incompetência pois talvez assim haja mudanças (ou não) em termos políticos, mas as pessoas não têm coragem para virar à esquerda e já perceberam que o PSD é a mesma coisa com outros nomes e o PP (partido do portas) é mais populista que popular (que apesar de tudo vai convencendo, muitos incautos!) . O exemplo recente era o corte no vencimento dos políticos em nome do país, lançou o repto, a medida não resolve os problemas do país, mas até era um bom exemplo, o primeiro ministro até aceitou e o Paulo Portas ciente que no ouvido das pessoas tinha ficado a "sua intenção de estadista", e silenciou, porque tudo não passou de populismo ou fogo de vista.

O governo Sócrates prepara-se para aplicar um violento plano de austeridade – com o congelamento de salários da Função Pública, a redução do investimento público, privatizações, aumento de impostos, etc. – que terá como consequência o aumento do desemprego e da pobreza no país. Este plano, iniciado com a aprovação do Orçamento do Estado na Assembleia da República, com a ajuda da direita (PSD e CDS-PP). que tão compreensivos foram com a Banca que uma vez mais apresentou lucros de milhões, mas que requer a protecção do estado para conservar os lugares para os políticos desempregados ou sem tacho, mas a nível internacional atribui-se à banca toda a crise actual, mas desta crise apenas me parece que seja uma forma de concentrar o capital em meia dúzia de capitalistas e uma maior desigualdade. Os capitalistas e os seus partidos, concordam, como é lógico, com o plano de austeridade dos governos porque concordam com o seu plano de fazer com que os trabalhadores paguem esta crise de capitalistas.

Sou contra a queda de governos palacianas ou conspirativas, até os governos autistas e déspotas só devem cair com a força e vontade do povo e não por mera conveniência política, uma certeza absoluta é se conviesse à direita e à candidatura do seu presidente em potencial, o governo já teria caído há muito, mas como não lhes convém e até se assumem mais como estadistas do que políticos, desenterrando frases do passado. Onde fica a coerência dos partidos da direita quando Alberto João Jardim, faz as insinuações mais jocosas, ofensivas e muitas das vezes violadoras dum estado democrático? Quantas palavras ofensivas este democrata vomitou nos seus discursos? Poucas vozes no seu partido se têm levantado contra a sua conduta... Talvez a sua candidatura a primeiro ministro tornasse esse país mais igualitário, talvez o interior do país fosse desenvolvido e se fizesse um túnel entre o continente e a Madeira.

Genericamente tudo neste país parece desandar, até a igreja católica, e os católicos Portugueses, que afirmam que a igreja não quer influenciar a sociedade, e que defende a "independência" do Estado, continua a tentar impor uns quaisquer mandamentos em nome do Deus, que têm o direito de acreditar, mas nunca de impor conforme se habituaram no passado e reclamam referendos e movimentos fazendo, alguns, política onde era suposto ser local de oração. É óbvio que no cumprimento das regras democráticas todos têm direito à liberdade de expressão, mas também estão sujeitas às mesmas. Juristas e políticos têm todo o direito de se embrulharem numa animada discussão destinada a decidir se a divulgação de escutas obtidas pelos investigadores no âmbito do caso “Face oculta” viola as leis em vigor sobre a privacidade. Caso o país ainda não se tenha transformado numa mera fotocópia, baça e desfocada, daquilo que o mero senso comum entende ser um regime democrático, o tema não pode ser esquecido e arquivado em duas penadas. É tudo demasiado mau para ser verdade, mas é tudo, também, demasiado preocupante para passar incólume entre as fendas do edifício da Justiça e escapar a um escrutínio que esclareça, em definitivo. Os meios de comunicação dizem que a política é controladora e segregante mas só falam de politica e políticos, porque eles são a matéria-prima da sua actividade, já que estes actores são um filão inesgotável. É um paradoxo ! É o desfasamento entre o real e o virtual, entre o que existe e o que é fabricado, em suma entre o que se diz e o que se passa realmente...
Temos de cair na realidade e como democratas e republicanos preparemo-nos para as presidenciais, onde um candidato alegre, assumindo-se voz duma esquerda, vem "nobremente" ser abafado por um cata-vento político que obviamente nada tem contra os partidos, mas com a sua experiência no terceiro mundo assume-se como presidente incontestável deste país, afinal se o país está doente ele até é médico e com experiência internacional. Os enaltecedores da alegria dum candidato rendem-se à nobreza do outro e às suas virtudes, em autênticas contradições. Mas a vida e a política também são uma contradição ou serão complementaridade onde a regra bionívoca faz sentido, apenas quando tem sentidos que interessem ou simplesmente que não façam sentido.  É por tudo isto que cada vez mais o povo português dá "cavaco" aos desgastados do costume.
Pensem nisso

António Veiga

Fragilidades do tempo - Osteoporose

In osteoporosis prevention of falls is critical and  essential is the type of  food.
La osteoporosis se instala de forma insidiosa y progresa sin síntomas durante años.
Une femme sur trois et un homme sur huit de plus de 50 ans sont touchées par l'ostéoporose.
I primi sintomi di osteoporosi sono: dolore alla schiena, una perdita di altezza, spesso accompagnata da accovacciata in avanti
Hoje dia dos namorados ( mais um dia para o consumismo), vai haver em todos os bloggs das mais variadas dissertações sobre amor, namoro, paixão. Hoje, por pedido de alguns amigos e para uma pessoa que segue este blog è distância e pela qual tenho o maior dos carinhos, vou devanear sobre saúde e em particular uma doença que a afecta e a incapacita para alguns movimentos, fica a informação para todos os que lerem mas em especial para ela. Sem movimento diário e apropriado é impossível mantermo-nos saudáveis. Todos os processos vitais exigem, para serem executados convenientemente, movimento tanto das partes onde acontecem quanto do todo. O sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e outros factores desencadeantes (havendo alguns autores que apontam o excesso de cafeína) estão na origem duma doença esquelética sistémica que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fracturas

Ao olharmos para um osso, este aparece-nos como uma estrutura sólida e inerte. Engano! Na realidade o osso é um tecido vivo, extremamente dinâmico, que se encontra em constante renovação, e isto durante toda a vida. Estima-se, que de dez em dez anos temos um esqueleto novo. No processo de remodelação óssea existem duas fases: uma de reabsorção, seguida de uma outra de formação. Se a quantidade de osso reabsorvido não é inteiramente reposta, então os ossos tornam-se finos e frágeis. Os ossos ficam mais fracos à medida em que vão sendo absorvidos pelos osteoclastos, sem que a produção de osteóide pelos osteoblastos seja capaz de acompanhar a absorção. Interiormente o osso trabecular torna-se menos denso. Por fora o osso cortical perde espessura.

Concretamente os factores de risco podem ser: Não modificáveis (Sexo feminino - uma em cada três mulheres e um em cada oito homens com mais de 50 anos são afectados pela osteoporose; Idade superior a 65 anos; Raças branca ou amarela; História familiar.) e os potencialmente modificáveis (Menopausa precoce; Hipogonadismo; Períodos de amenorreia prolongada; Índice de massa corporal baixo; Imobilização prolongada; Existência de doenças que alterem o metabolismo ósseo, como endocrinopatias, doenças reumáticas crónicas, insuficiência renal ou anorexia nervosa; Utilização de fármacos que provocam diminuição da massa óssea, como corticosteróides, anticonvulsivantes e anticoagulantes, antidepressivos, ansiolíticos e/ou anti-hipertensores)
A osteoporose instala-se insidiosamente e progride sem sinais durante anos. Os primeiros sintomas a surgir são as dores lombares, uma perda de altura muitas vezes acompanhada de postura encurvada para a frente. E surge uma fractura após um traumatismo mínimo!
O diagnóstico precoce faz-se através de uma osteodensitometria de dupla energia radiológica, que permite identificar as categorias e avaliar o risco de fractura.

Existem essencialmente dois tipos de osteoporose o Tipo I - Osteoporose pós-menopáusica que como o nome indica surge habitualmente nas mulheres após a menopausa, e o Tipo II - Osteoporose relacionada com o envelhecimento, que afecta tanto os homens como as mulheres após os 70 anos.
1. A Osteoporose pós-menopáusica surge normalmente nas mulheres alguns anos após a menopausa. Nessa altura os ovários da mulher produzem menos estrogénios, uma hormona sexual feminina. Na ausência de estrogénios, a reabsorção óssea aumenta e perde-se massa óssea de forma generalizada.
2. A Osteoporose relacionada com o envelhecimento a idade avançada apresenta várias preocupações adicionais no que respeita à osteoporose. Os adultos com mais de 70 anos correm o risco adicional de redução da massa óssea pois o pico da densidade óssea dá-se aos 35 anos e vai diminuindo gradualmente. Além disso a capacidade de absorção do cálcio a partir do intestino diminui reduzido a quantidade de cálcio no corpo. Por outro lado a formação óssea é estimulada pelo exercício físico, consequentemente quanto menor for a actividade mais frágil o osso se tornará.

Há diferentes abordagens terapêuticas, consoante a história de fractura e fragilidade, mas normalmente implica tanto medicação como outro tipo de medidas. Os bifosfonatos também são úteis no tratamento da osteoporose. O alendronato reduz a velocidade de reabsorção óssea nas mulheres pós-menopáusicas, aumentando a massa óssea na coluna vertebral e nas ancas, e reduzindo a incidência de fracturas. Não obstante, para assegurar a correcta absorção do alendronato, este deve ser tomado imediatamente depois de despertar juntamente com um copo de água e não se deve ingerir comida ou bebida durante os 30 minutos seguintes. O alendronato e o residronato podem ser tomados uma vez por semana, o ibandronato uma vez por mês e o zoledronato uma vez por ano, este último por via intra-venosa.
Administram-se suplementos de vitamina D e cálcio aos homens que sofrem de osteoporose, especialmente quando os exames mostram que o seu organismo não absorve as quantidades de cálcio adequadas. Os estrogénios não são eficazes nos homens, mas a testosterona é-o, no caso de o valor desta se manter baixo.
As fracturas típicas da osteoporose localizam-se principalmente na coluna vertebral nas ancas e nos punhos, e podem conduzira incapacidades permanentes , perda de autonomia ou, até, serem causa de morte. Em geral, no caso das fracturas da anca, substitui-se toda a anca ou uma parte dela. Um pulso fracturado é engessado ou corrigido cirurgicamente. Quando as vértebras se partem e causam uma dor de costas intensa, usam-se coletes ortopédicos, analgésicos e fisioterapia; contudo, a dor persiste durante muito tempo.


A prevenção baseia-se numa alimentação cuidada e algum exercício físico. Os alimentos mais ricos em cálcio são os produtos lácteos, alguns legumes como as nabiças, couve, espinafres, grelos de couve e miolo de frutos secos como avelãs e amendoas Estima-se que para suprir as necessidades normais em cálcio é necessário ingerir cerca de 800 mg por dia, e cerca de 1200 a 1500 mg por dia para necessidades acrescidas (grávidas mães que amamentam, mulheres na menopausa e crianças em idade escolar. Os melhores tipos de exercícios para quem tem osteoporose são: exercícios com carga: marcha, dança e aeróbica de baixo impacto; exercícios com resistência: usando pesos livres, aparelhos ou fitas de borracha. Na impossibilidade um passeio a pé diário pode servir como um autêntico tónico para a prevenção da osteoporose, mesmo quandio a doença instalada o sedentarismo e a imobilidade são sempre prejudiciais

Na osteoporose a prevenção de quedas é fundamental: Evitar tapetes soltos ou passadeiras espalhadas pelo chão; prestar atenção aos pavimentos escorregadios., usar um calçado confortável, com uma boa base e com e com solas antiderrapantes; mandar instalar na casa de banho barras metálicas junto à banheira, para se poder agarrar; uma boa iluminação ambiente é fundamental, não se levantar durante a noite sem primeiro acender as luzes

Importa saber que existem alguns factores que podem influenciar directamente a absorção do cálcio:

1. Positivamente: A luz do dia, 15 minutos por dia ao ar livre são suficientes para cobrir as necessidades do organismo em vitamina D. Esta vitamina, indispensável para o transporte do cálcio no organismo, é sintetizada à superfície da pele, com a ajuda dos raios ultra violetas. É pois importante dar um pequeno passeio a pé todos os dias; o exercício físico ajuda o cálcio a fixar-se nos ossos reforçando-se assim a respectiva estrutura. Recomenda-se a marcha, o jogging, a ginástica e o ténis.; as hormonas, os estrogénios (hormonas femininas) e os androgénios (hormonas masculinas), estimulam a absorção do cálcio e limitam a respectiva eliminação. Como na menopausa o organismo feminino fabrica menos estrogénios pode ser necessária a prescrição por um médico, a titulo preventivo, de um tratamento hormonal de substituição; a vitamina C aumenta a absorção do cálcio. Convém portanto comer fruta fresca e consumir legumes crus, que têm outras vantagens para a súde e não exclusivamente para a osteoporose, devendo ser um hábito a incutir nas crianças, pois sendo a alimentação um hábito cultural, cedo deve ser iniciado em detrimento das habituais guloseimas.
2. Negativamente: O tabaco, diminui a absorção do cálcio; o alcool, ingestão regular de álcool diminui a absorção do cálcio pelo intestino e aumenta a respectiva eliminação pela urina, a cafeína favorece a eliminação do cálcio, o sal, oconsumo excessivo de sal aumenta a eliminação de cálcio pela urina.
O tempo tempera, mas também corrói, deixando tudo mais frágil e a melhor maneira de ganhar têmpera é começar a fazer uns passeios a pé, pois não só relaxa a mente como tonifica o físico.

Pensem nisso

António Veiga

Acorda Vizela

AWAKENS VIZELA, this intoxicating sleep village of surreal figures and aims broken, promises betrayed obscurantist and procedures;
ACUERDA Vizela, del sueño embriagador de las figuras surrealistas que tiene como objetivo rotos, promesas traicionadas  y procedimiento oscurantistas;
REVÉILLE VIZELA, et punit ceux qui rompent, et que te trompe l'espoir de te posséder, te refuse le plaisir d'être pleine de liberté et d'idées.
RISVEGLIA VIZELA, e punisce chi spezzare, e che si ingannano con la speranza di possedere te, si nega il piacere di essere pieno di libertà e di idee che vi guiderà verso la felicità vera
ACORDA VIZELA, deste inebriante sono povoado de figuras surrealistas e almejos quebrados, promessas traídas e procedimentos obscurantistas;
ACORDA VIZELA, e afasta-te destes putrefactos odores emanados pelo esbracejar desesperado dos que te querem seduzir encarnando-se como salvadores do Nada e messias de coisa alguma;

ACORDA VIZELA e veta dos que renegam a tertúlia, mas se degladiam pelo poder cego embrulhando-se em episódios dantescos e futilidades.

ACORDA VIZELA, e castiga os que te dividem, e os que te enganam na esperança de te possuir barrando-te o prazer de existir plena de liberdade e ideias que te guiem à verdadeira felicidade

ACORDA VIZELA e cultiva-te para que saibas evitar os venenos de quem te sedou com promessas “cumpridas” em cima do apito final, sonhos que claudicam sob o peso da realidade e ameaçam com a inevitabilidade da monotonia incutindo o medo à ruptura e mudança!

Faz deste despertar um hino à verdade, um grito pela independência e força dos desejos e esperanças. Antagoniza, então, através de um simples gesto, e usa como arma o voto



António Veiga

O Rio e a Cidade

Importa a Vizela crescer em torno do rio e das Termas, pois estes são os seus potenciais económicos naturais. Não é emparedando o rio e trazendo zonas habitacionais para as suas margens que se consegue um melhor desenvolvimento, que deve ser sustentado e harmonioso na paisagem. No programa da CDU defendia a criação de uma zona verde e de lazer em todo a extensão das margens do rio, o que permitiria uma requalificação de todo o espaço ribeirinho. Complementarmente defendia-se um maior respeito pelas linhas de água. As linhas de água são sistemas de drenagem natural e elementos da paisagem, em que a presença permanente ou temporária de água leva a um desenvolvimento de sistemas bióticos de grande diversidade muito importantes. Elas têm servido de referência ao homem ao longo dos tempos, mas desde muito cedo que o ser humano tem vindo a intervir nas bacias hidrográficas, não tendo em conta os limites destas zonas.

Ninguém pode negar a função extremamente importante na paisagem dos nossos cursos de água, são eles que conduzem as águas das bacias hidrográficas, nomeadamente do rio Vizela, e têm diversas funções, hidráulica, biofísica, paisagística e económica que Vizela aproveitou para indústria e que agora está descurado. De facto, algumas das actividades industriais do passado, e mesmo no presente, afectaram ou afectam não só o rio Vizela mas também as linhas de água, às quais se associam: A contaminação atmosférica, deposição ácida, urbanização, alguma desflorestação ou remoção da vegetação, a contaminação orgânica e inorgânica. Entenda-se que o rio Vizela é uma fonte de riqueza que urge recuperar, pois dele se pode potenciar múltiplos recursos se conseguir uma adequada despoluição e uma paisagem das suas margens harmoniosa e ecologicamente equilibrada, desses recursos evidencia-se: água, energia, pesca, beleza paisagística pela vegetação aquática e das margens, flora e fauna silvestre associada à presença da linha de água, espaço de lazer, espaço de grande valor paisagista para a inserção de zonas e infra-estruturas desportivas.

Actualmente é preocupação, quer entre cientistas ou políticos, o enquadramento, a requalificação ecológica das zonas ribeirinhas, na conservação dos ecossistemas das margens, importante na regularização da humidade atmosférica e do ar devido à sua intensa evapo-transpiração, permitindo uma melhoria da qualidade de vida das populações. Efectivamente, a protecção das margens com vegetação ripícola é indispensável, o que se deve ao facto desta vegetação assegurar o equilíbrio dos diferentes ecossistemas. Para além desta função, o revestimento vegetal é um factor importante na defesa e conservação do solo, como consequência da protecção que a sua parte aérea exerce na acção directa da chuva e as suas raízes na formação de uma rede de retenção das partículas do solo. Quando se eliminam os elementos vegetais, o sistema entra em desequilíbrio ou em ruptura e a acção dos agentes erosivos agrava-se.

As estratégias de intervenção nas linhas de água devem ter em consideração a profundidade, largura, traçado, velocidade da corrente, declive longitudinal, caudal e dinâmica (erosão, transporte e sedimentação). Se não houver cuidado nas intervenções, o regime hidráulico do curso de água é perturbado e investimentos avultados são autênticos desastres. A requalificação da zona ribeirinha do Vizela deve assentar no princípio da utilização de material vivo, ou seja, a vegetação, que contribui para a protecção dos recursos naturais sem destruir a sua imagem associados a zonas desportivas e de lazer devidamente enquadras, a aproximação de zonas industriais ou urbanísticas independentemente da sua qualidade impedem uma conjugação ecológica e harmoniosa e esse é um erro que se teima em cometer.

Pensem nisso

António Veiga


Verdade dos jornalistas

The product of journalistic activity is usually embodied in more than inform.
Le journalisme d'aujourd'hui peut être déplacé plus rapidement que les événements; des hypothèses et des prévisions sont faites des nouvelles, au probable on le dit toujours comme une verité.
Los periodistas de hoy tienen un papel decisivo en la política e economia sino también social y los "media" son una fuerza de presión en la sociedad los proclamando  en héroes o tiranos de la civilización moderna y un país es mucho más noble si tiene una buena libertad de prensa y de expresión.
Vi è una volontà fervosa di utilizzare il giornalismo come opposizione o l'opposizione dell'opposizione

Pessoalmente penso que o Jornalismo é um dos maiores dinamizadores da conjuntura actual a todos os níveis que na impossibilidade de ter um consenso global de independência deve procurar acima de tudo a veracidade da informação, mas o seu trabalho é condicionado por muitos factores quer extrinsecos quer extrinsecos. Seria impensável e provavelmente fastidioso e obscuro um país com jornalistas amordaçados ou censurados políticamente. A abolição da censura e a liberdade de expressão foi uma das vitórias do 25 de Abril de 1974, voltar atrás seria um retrocesso quase tenebroso. Os jornalistas têm hoje um papel decisivo na conjuntura social mas também política sendo a mediatização uma força premente na sociedade dos tempos modernos tornando-os em heróis ou carrascos na civilização actual, sendo um país mais nobre quanta liberdade de imprensa e expressão tiver. Qualquer jornal, da primeira linha à última, não passa de um tecido de horrores: guerras, crimes, roubos, impudicícias, torturas, crimes das nações, corrupção, uma embriaguez de atrocidade universal, mas para todos os efeitos elas são consequência do comportamento, das interacções e inter-relações das sociedades humanas.
O jornalismo actualmente consegue-se movimentar mais rápido que os acontecimentos e de pressupostos de previsões fazem-se notícias, tudo o que é provável é verdade. Trata-se dum axioma sujeito a adulterações, quantas falsidades se explicam e quantas arranhadelas na verdade se resumem a um não a conhecimento dos factos.Á verdade dos jornalistas não é nem pode ser tomada como absoluta, como todas as verdades só o são até prova em contrário conhecida.  Incontestavelmente foi a imprensa, com a sua maneira superficial e leviana de tudo julgar e decidir, que mais concorreu para dar ao nosso tempo o funesto e já irradicável hábito dos juízos ligeiros, mas a culpa dispersa-se aos já frágeis sistemas judiciais e políticos que eles próprios tentam movimentá-los e manobrá-los à sua conveniência.
Há uma fervosa vontade de usar o jornalismo como uma oposição ou uma oposição da oposição.Em todos os séculos se improvisaram estouvadamente opiniões: em nenhum, porém, como este, essa improvisação impudente se tornou a operação corrente e natural do entendimento, levando a desacreditação de tudo e a julgamentos unilaterais em praça pública ou manipuladores de opinião.É com impressões que formamos as nossas conclusões, para louvar ou condenar em política o facto mais complexo, e onde entram factores múltiplos que mais necessitam de análise, contentamos-nos com um boato escutado a uma esquina.Fabricam-se ou constroem-se notícias em função de algo: das audiências ou interesses.Um dos objectivos primordiais do jornalismo é informar mas a parte que mais cativa é a manipulação das notícias e muitas das vezes nem são os jornalistas que evidenciam esse lado obscuro do jornalismo, a forma de olhar ou ler a notícia pode ser ela uma forma de a corromper, daí que o jornalismo nunca é universal.
Importa sempre invocar falta de liberdade de expressão quando manipuladores vêm goradas as suas intenções e importa limitar a liberdade de imprensa quando se evidenciam manipulações. Mas pior que mau jornalismo é sempre o condicionamento a informar, pois um bom jornalismo pressupõe uma população bem informada e será sempre esse público o melhor filtro e a melhor censura. A censura é uma arma dos fracos de ideias que se impõem pela força da irracionalidade mas censuras violentas tornar credíveis as opiniões que elas atacam, facto que os ditadores acabam por sucumbir. O simples cidadão é conivente com o mau jornalismo basta lembrar-nos dum estudo feito por alunos duma escola de jornalismo que inventaram um evento e pediram testemunhos a transeuntes que nada viram para darem o seu testemunho e 87% das pessoas entrevistadas foram coniventes ou mesmo as que Orson Welles produziu na sua transmissão da Guerra das Mundos.
O produto da actividade jornalística é geralmente materializado em mais que informar. Seria desastroso para um conjunto de figuras sociais rídiculas e mesmo parasitas se determinado tipo de jornalismo deixasse de existir como é o caso do jornalismo cor de rosa e sensacionalista, onde figuras que nada produzem arrastam consigo milhares de páginas, fotos, palavras e textos fundamentados em coisa nenhuma. As técnicas e procedimentos específicos para a actividade de redação, é de todos o mais cobiçado porque aí se pode manipular o "timing" dum facto, mesmo que verídico, cujo objectivo pode ser simplesmente desviar a atenção do essencial ou simplesmente moldar hábitos, convicções ou costumes. O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece normas para a liberdade de expressão e de imprensa, mas em todo o mundo a mesma raramente é respeitada daí o eterno namoro dos políticos e grupos económicos. Também as modas e as correntes condicionam a verdade jornalística e verdades de hoje são emergentes mentiras do amanhã. Pessoalmente, nunca gostei da forma como a Manuela Moura Guedes exercia o jornalismo que para lá de ser extremamente agressivo era algumas das vezes (na minha modesta opinião) facciosa e mais juíz parcial que jornalista. Discordo de qualquer forma de silenciamento, mas a forma como tudo tem sido tratado levanta muitas suspeitas que provavelmente a todos os intervenientes convém esconder e que as vão usando em seu proveito. Os actuais defensores e opositores das escutas e da sua divulgação tomam posições diferentes em função do lado da barricada que se encontram.
Não deixa de ser curioso que algumas pessoas que em tempos crucificavam aquela jornalista como uma má jornalista referem-na agora quase como um modelo de jornalismo manipulados provavelmente neste jogo de interesses. É um caso que deve preocupar o país mas é tendencioso quando querem fazer dele um problema nacional, e uma vez mais quem fica beliscado na sua essência é a justiça portuguesa sendo ela o verdadeiro alvo e protagonista, por um lado por provável conivência ou permissividade, por outro por no seu seio haver corruptores e por último a falta de eficácia ou coerência a todos os níveis da sua hierarquia remetendo o país para a descrença ou permitindo uma ditadura camuflada. Nada é fidedigno, a não ser a dúvida, mais vale pender para a dúvida do que para a certeza nas coisas difíceis de provar e perigosas de crer mas a mesma só é benéfica no sentido global se devidamente isolada e não contínue indefenidamente a transfigurar-se num polvo gigante.

Pensem nisso

António Veiga

Lisboa vista pelas casas das avenidas

Lisbon seen the houses of the avenues.
Les maisons de Lisbonne montrent la ville.
Uno sguardo alle case di Lisbona.
Lisboa vista por sus casas

As casas para lá de monumentos de épocas são o retrato das pessoas, porque a casa dum Homem pode ser o seu castelo o seu palácio, mas algumas das vezes é também a sua prisão e os seus muros escondem ou afastam a realidade, talvez seja por isso que as grandes mansões têm sempre grandes vedações ou muros a circundá-las.  Tal como na vida é preciso sair de casa para melhor apreciá-la; os que se encerram em casa acabam por molestar os seus, por falta de valor para lutar com os de fora. Numa das minhas últimas idas a Lisboa olhei-a pelas paredes das suas casas. Lisboa arrebata-nos o olhar para o rio, imensa paleta onde a cidade se redesenha, deixando para trás o casario. Esta cidade de sobe e desce, num ritmo de telhados, azulejos, pedras, praças e bancos de rua. Ao lançarmos o olhar para as casas sentimos que contam histórias da História, imponentes ou discretas marcam ruas e olham do alto, o trânsito que se atropela, as pessoas que correm ou simplesmente as usufruem. Apagadas entre monumentos, parques ou jardins ficam muitas vezes fora de olhares atentos de quem visita a cidade, mas Fernando Pessoa lançou sobre elas um olhar da sua  poesia. Fica aqui um passeio diferente pela bela cidade que é Lisboa retratado nas casas das suas avenidas, obras arquitectónicas de rara beleza, mas na memória ficam outras casas que ninguém quer ver ou olhar e sombreiam a paisagem Humana duma cidade bonita como Lisboa, e voltar a ela é como regressar ao meu tempo de faculdade e juventude.










Lisboa


Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores...
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.

Se, de noite, deitado mas desperto,
Na lucidez inútil de não poder dormir,
Quero imaginar qualquer coisa

E surge sempre outra (porque há sono,
E, porque há sono, um bocado de sonho),
Quero alongar a vista com que imagino
Por grandes palmares fantásticos,
Mas não vejo mais,

Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que Lisboa com suas casas
De várias cores.

Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.
A força de monótono, é diferente.
E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.

Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores.

Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa









Amo-te Lisboa virada ao Tejo
(Rogério Martins Simões)



Dizem que um dia alguém cantou…
Por amores se perde quem lá voltou.
Que por amores Lisboa se perdeu!
De amores se perde quem lá nasceu.

Dizem que um dia alguém contou.
Que uma moira cativa no Tejo desceu.
Por amores, Lisboa, a moura libertou,
De amores, por Lisboa, a moira morreu.

Juntaram-se os telhados enfeitiçados,
Apertadinhos os dois e entrelaçados,
Num fado castiço, numa rua de Alfama.

E o Tejo, que é velho, beija a Cidade:
 Morre-se de amor em qualquer idade,
Perde-se por Lisboa, quem muito ama!







 
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