Paralização dos enfermeiros

Os enfermeiros paralisaram porque os querem estagnar. Quando se fala de greves normalmente associam-se apenas a aumentos salariais, não sendo o caso dos enfermeiros que vêm a sua profissão não ser reconhecida pela qualidade dos serviços prestados e com riscos de perda da sua autonomia. A enfermagem é uma das profissões mais relevantes na prestação dos cuidados de saúde pela efectivação diária dos seus múltiplos e diferenciados desempenhos, em todas as instituições de saúde (e só quem necessitou alguma vez na sua vida de cuidados diferenciados de enfermagem consegue dar a devida relevância ao que acabei de afirmar), temos assistido ao longo da última década a uma tentativa progressiva mas intencional, por parte de variados governos no "Poder", para a diminuição do prestígio destes profissionais, que se revelam dos mais qualificados e preparados a nível internacional. Os enfermeiros sentem-se traídos no enorme esforço em tempo e dinheiro que fizeram ao longo dos anos, traídos na falta de reconhecimento profissional por parte dos órgãos de poder político (e não só), pelo não reconhecimento da sua actividade dentro das instituições, traídos na natural necessidade de ambicionarem melhorar os seus padrões de vida e em muitos casos traídos pelos seus próprios pares. Sabendo que nos últimos anos os profissionais de enfermagem, em geral, foram capazes de fazer um enorme esforço de adaptação aos padrões de exigência de uma sociedade moderna, exigia-se por parte dos órgãos de poder mais consideração e atenção aos problemas desta relevante profissão. Todos os dias ouvimos notáveis deste país a apelar, e bem, à necessidade de formação académica e profissional dos trabalhadores portugueses. Todos os dias os ouvimos falar sobre a importância do "know-how" para os trabalhadores e para as empresas.
Ninguém hoje duvida que uma das profissões que mais esforço fez nos últimos 15 anos para aumentar os seus níveis de formação académica e, consequentemente, aumentar as suas competências profissionais foram os enfermeiros. Nos meios académicos sabe-se que é extremamente vulgar encontrar alunos licenciados em enfermagem nos chamados 2ª e 3º ciclos de estudos superiores. O que revela o profundo interesse destes profissionais na melhoria da sua formação científica e profissional. Como se pode compreender que os enfermeiros portugueses sejam os únicos profissionais que não são remunerados de acordo com o seu nível académico? Alguém consegue responder a esta questão de forma lógica? E, sendo muitos deles Mestres e Doutorados nas melhores Universidades do País e em várias áreas da saúde, como se justifica não fazerem parte dos órgãos de decisão? O preconceito histórico continua enraizado na cultura portuguesa face a esta profissão. Arredados dos centros de decisão e esquecidos pelos media para discutir temas para os quais estão superiormente qualificados, As culturas institucionais de poder, por mero preconceito histórico, continuam de forma sustentada e intencional a querer subjugar estes profissionais sem se terem dado conta que tudo mudou e continuará a mudar à sua volta e os orgãos de informação continuam na atitude de os ignorar.. Têm que conseguir destruir os seus "mitos" relativamente a esta profissão sob pena de ser continuar a perder uma importante base de trabalho no sector da saúde, pois os enfermeiros são profissionais de nível superior da área da saúde, com aptências para exercerem cuidados de qualidade e cargos de responsabilidade na promoção, prevenção e na recuperação da saúde dos indivíduos, dentro de sua comunidade e são pedra essencial e fulcral em qualquer sistema de saúde, porque eles são sempre os profissionais presentes, que mesmo estando em greve continuam a prestar os cuidados mínimos para que não haja prejuízo efectivo para os doentes. 
 
Pensem nisso

Observadores

A observação produz uma base firme e objectiva que permite uma maior informação ao conhecimento e que ele possa assim ser derivado. O resultado do domínio de uma linguagem teórica serão tão acuradas quanto a teoria utilizada e seus conceitos assim permitir. Ases teorias devem necessariamente preceder a observação para poder se chegar a resultados verificáveis sobre um determinado problema. Foi assim que inicialmente os Homens no período da pré-história iniciaram novas descobertas em função do que iam observando e apreendendo do mundo e do ambiente que os rodeava. É óbvio que uma observação solitária ou uma auto observação pode levar a erros cíclicos, daí a importância não só da experimentação e de todo o percurso científico mas também a troca de dados com outros observadores. É nessa permuta que grandes civilizações complementam saberes em povos ocupados.


Na política foram imperando figuras complementares de controlo, desde: conselheiros, senados, assembleias como figuras capazes de observar e fazer uma análise do poder. Quanto mais complementar for a relação deste último com essas figuras melhor acção tem aquele nas decisões tomadas. Mas, simultaneamente o poder tem uma capacidade alienatória ou de compadrio havendo uma tendência para neutralizar as opiniões de observadores fora do respectivo ciclo. Dificilmente nos podemos ver como transeuntes na rua se estivermos permanentemente à janela e essa normalmente é a postura de poderes que temem a crítica. Os regimes que temem os observadores têm no fundo uma falta de maturidade política ou simplesmente medo que a sua acção governativa seja interpolada ou posta em causa, vivem permanentemente em namoros dissuasores, por falta de discernimento em assumir compromissos. No entanto, um regime é tanto mais democrático quanto maior for a sua capacidade de se complementar nas oposições, provavelmente a descrença na política, tenha a ver com a falta de sentido construtivo em detrimento do interesse partidário, económicos ou outros.


A rejeição do provedor Municipal pelo edil poderá indiciar uma postura defensiva e de medo em ser observado. Era muito importante uma figura independente a servir de mediador do munícipe com a câmara, por muito que esta pretenda criar proximidade com os munícipes dificilmente o conseguirá sem essa figura mediadora. Provavelmente a mesma foi recusada por ter sido apresentada pela oposição e aqui revela-se uma vez mais o domínio da politiquice sobre os reais interesses do concelho. Lamentavelmente com a sua recusa não foram apresentadas alternativas credíveis.

São componentes fundamentais do exercício da democracia a transparência das actividades governamentais devendo a participação dos cidadãos nas decisões relativas ao seu próprio destino ser um direito e uma responsabilidade, mas também uma igualdade de opinião e direitos. A democracia surgiu quando, devido ao facto de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si. A negação de um regime democrático é quando substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes, e esse é uma análise permanente e fulcral a qualquer poder instituído para que não se limite em si mesmo. É também uma condição necessária para o exercício pleno e efectivo da democracia. Com a recusa da figura do provedor municipal essa responsabilidade é empurrada para os vizelenses a quem se lhe pede uma maior participação nos destinos do concelho para fortalecer a democracia, pois a vontade de mudança não se esgota no acto de votar e muito menos na passividade ou indiferença.

Pensem nisso

António Veiga

Entardecer da Vida

Taking care of old people is a social responsibility and a duty of all.
Le nostre giornate sono effettivamente numerate dalla nascita, il nostro passaggio attraverso la vita è accompagnato da una sequenza inarrestabile di numeri che compongono la nostra età cronologica. Il vero significato di invecchiamento, devono essere in crescita negli anni.
Le vieillissement de la population qui a vu nous pousse à penser plus en plus besoin d'intervention pour la population active
Envejecimiento a pesar de ser un fenómeno natural con los años y sus cambios físicos y psíqicas sociales se ven de acuerdo a las experiencias de cada individuo.

O decurso da vida é entendido como uma sequência de mudanças regulares desde a infância até à velhice. Os nossos dias são de facto contados desde o nascimento, a nossa passagem pela vida é acompanhada pela implacável sequência de números que perfazem a nossa idade cronológica. O verdadeiro significado de envelhecer, devia ser crescer em anos. O aumento da população idosa que se tem vindo a assistir faz com que pensemos cada vez mais na necessidade de intervenção a nível desta faxa etária. Ainda se assiste a um desprendimento da família em relação ao idoso, talvez numa tentativa de fugir daquilo que se teme: o envelhecimento. Ainda que em muitas sociedades a idade seja factor de prestígio e conhecimento, nas sociedades actuais, em que impera o consumismo e a produtividade, os idosos são colocados à parte, potenciando o seu isolamento.
Apesar de um fenómeno natural, o passar dos anos e as suas alterações físicas, psíqicas e sociais, são encarados de acordo com as vivências de cada indíviduo. Todos sabemos que envelhecemos dioariamente mas todos os dias viramos as costas aos velhos. Fatidicamente aceitamos que uma pessoa envelhece lentamente: primeiro envelhece o seu gosto pela vida e pelas pessoas, pouco a pouco torna-se tudo tão real, conhece o sginificado das coisas, tudo se repete tão terrível e fastidiosamente, envelhece o corpo; nem tudo ao mesmo tempo, primeiro envelhecem os olhos, ou as pernas, o estômago, ou o coração, a seguir, de repente, começa a envelhecer a alma: acaba o desejo de prazer, nada mais resta que as recordações, ou a vaidade; é então que se envelhece de verdade, fatal e definitivamente. Ao acordar já não se sabe porque e para que acordou. Uma pessoa envelhece assim, por partes.
Durante toda a História da Humanidade a velhice era um reduto dos mais fortes ou mais recatados pela posição social que ocupavam, e por conseguinte era lhe dado um papel de destaque por lhe serem associadas características como: experiência, mestria e sabedoria. Assim, o respeito pelos idosos e o seu acariinhamento era imposto cultural e socialmente duma forma natural. Na sua grande maioria eram autónomos e quando adoeciam os cuidados de saúde à época não lhe proporcionavam grandes períodos de doença, havendo assim uma selecção natural, evitando um desgaste familiar na prestação de cuidados. Com melhores acessos à saúde e a melhoria dos cuidados surge o aumento da esperança de vida havendo um aumento substancial de idosos mas em simultâneo a sociedade sofreu transformações nomeadamente mudanças da estrutura familiar como por exemplo a ocupação das mulheres fora de casa. A organização mundial de saúde (OMS) define idoso como qualquer indivíduo com idade igual ou superior a 65 anos, independentemente do sexo ou estado de saúde. De forma abrangente podemos encarar o envelhecimento como o preocesso contínuo até à morte.
A população com idade superior a 65 anos tem vindo a aumentar em detrimento de uma diminuição do número de jovens. Particularizando para Portugal, nos últimos 16 anos o crescimento do grupo etário com 65 e mais anos foi de 34.6%. Projecções do INE prevêm que em 2040 a população com mais de 65 anos seja de 28.8% do total de residentes. Na mesma data o INE prevê que o indíce de independência de idosos, de 26 por cada 100 indvíduos em idade activa, aumente para 49. Muitas vezes, as famílias não estão preparadas ( física e psicologicamente) para conviver com um idoso, assumindo por isso, um sentimento de separação e isolamento perante o mesmo, acompanhado de percepção de incapacidade. É preciso ser cuidadoso quando a maioria diz que a família abandona os seus velhos, o facto é que na génesis a própria sociedade incentiva porque incute princípios agressivos de produtividade e não cria alternativas exequíveis para manter o idoso no seu meio. Apesar da família como instituição fundamental se ter transformado proporciona cerca de 80 a 90% da assistência a idosos.
Esta situação cria uma forte tensão, na maioria das famílias que prestam cuidados e que para os quais não estão a maioria das vezes preparados e apoiados, pois prestar cuidados a idosos envolve dispêndio significativo de tempo, dinheiro e energia física por longos períodos, podendo envolver tarefas desagradáveis e desconfortáveis e raramente o desempenho deste papel corresponde a uma escolha assumida. Tornou-se mais simples criar locais de acolhimento que actualmente vão sendo cada vez mais solicitados quer para períodos de convalescença após doença aguda quer para internamentos definitivos. Provavelmente com esta "marginalização" dos idosos do seu meio e da família estamos a contribuir para o afastamento geracional, alterar o sentido social e solidário da própria família que permitiu ser um factor de inclusão e inter ajuda durante a civilzação do Homem.
Pode-se dizer que a sociedade tudo faz para preservar a vida e prolongá-la mas sente-se incomodada com os velhos que criou por serem população não produtiva. A organização Mundial de saúde estabelece como objectivos pra os cuidados de idosos, tais como: Prevenir a perda de aptidões funcionais, manter a qualidade de vida, manter o idosos no seu meio, dar suporte à família do idosos, assistência de qualidade, e uma morte tranquila. Na sua maioria todos os países estão longe destes objectivos e parece que cada vez se afastam mais, é preciso não esquecer que um país é tanto mais civilizado e próspero quanto melhor souber tratar os seus idosos. Cuidar dos idosos é uma responsabilidade social e deve ser transversal desde os cuidados, assistenciais, saúde mas também de inclusão. Apesar das forças falharem e as potencialidades deixarem de ser as que eram, a vida na velhice pode, até bastante tarde, ano após ano e até ao fim, ainda ser capaz de aumentar e multiplicar a interminável rede das suas relações e interdependências e como, desde que a memória se mantenha desperta, nada daquilo que é transitório e já se passou se perde, e este é um desafio para as sociedades modernas conseguirem com os idosos. Há concerteza a necessidade de repensar a inclusão dos idosos na sociedade criando laços/convívio conjuntos com a infância e adolescência para que se não perca um espólio de experÊncias, saberes e sentimentos que enobrecerão gerações vindouras, porque afinal os idosos são sempre quem escreveu as últimas páginas da nossa História.

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António Veiga

Contradições dos tempos

The world looks to Haiti as a country adrift with no future
Haití, nos guste o no, su existencia se reduce a una sucesión de momentos de sufrimiento atrapada entre "todo" lo que quedó atrás y "nada" que tenem por delante
Le monde regarde pour l' Haïti comme un pays à la dérive et sans avenir, et on nous fait croire que la faute n'est que des Haïtiens.
Haiti è sempre stata un paese di sofferenza, questo terremoto è stato il culmine
Cada vez mais se pensa que com o mal dos outros vem sempre o benefício de alguém. Este pressuposto egoísta ilustra bem a sociedade mercantilista que temos e desprovida do verdadeiro sentido de solidariedade. O Homem perde toda a sua capacidade de altruísta e torna-se num verdadeiro mercenário. Invoca ou defende-se em Deuses pregando doutrinas que na maioria das vezes não aplica, fazendo crer que pequenos gestos seus visando interesses são personificações divinas. Muitas vezes em fundamentalismos adultera possíveis objectivos reais das religiões sendo as mesmas movidas por intertesses e estratégias. O homem actual fica no ponto de vista metafísico perdido. Mas, logo que o homem descobre que este mundo não é senão construído sobre as suas próprias necessidades psicológicas e que ele não é de nenhum modo obrigado a acreditar nele, vemos aparecer a última forma do niilismo, que implica a negação do mundo metafísico e que a si mesma se proíbe de crer num mundo verdadeiro. Alcançado este estado, reconhecemos que a realidade do devir é a única realidade e abstemo-nos de todos os caminhos afastados que conduziriam à crença em outros mundos e em falsos deuses - mas não suportamos este mundo que não temos já a vontade de negar. O futuro é aceite num destino incerto e passivamente apenas se materializa o dia a dia.


O caso do Haiti é por si uma ilustração do quão arredado andam os Deuses dos pobres e simultaneamente a hipocrisia no apoio do mundo desenvolvido. A ilha tem formato semelhante à cabeça de um caimão (pequeno crocodilo abundante na região), cuja "boca" aberta parece pronta a devorar a pequena ilha de Gonâve, mas o facto é que os tempos e a História têm eles mesmo devorado a população desta ilha. A própria História do Haiti é uma permanente luta e remonta muito antes da nossa era. Provavelmente, os primeiros Homens chegaram ao Haiti há cerca de 10 000 anos sendo na altura uma ilha povoada na sua totalidade por indígenas que após a descoberta da ilha na viagem de Colombo foram tornados escravos e mais tarde com o declínio do império espanhol passa a ter ocupação Francesa principalmente dos piratas tendo a população indigena praticamente sido extinta. Mas, o Haiti e também o primeiro país latino americano a ter movimentos independentista tendo adquirido a independência da França a 1 janeiro de 1804., Anos depois dá-se a separação dos Dominicanos que se anexam a Espanha tendo a sua independência ocorrido em 1865.
Os crescentes conflitos na zona, economia caótica e a instabilidade institucional levaram os EUA a intervir no país a fim de cobrar a dívida externa. Em 1905, passaram a controlar as alfândegas e, em 1915, invadiram militarmente a ilha e assumiram o governo. A intervenção reorganizou as finanças e impulsionou o desenvolvimento da nação. Os americanos impuseram uma nova constituição e se comprometeram a respeitar a soberania do país. Seguiram-se sucessivos governos da elite mulata. A presença das tropas americanas impediam a anarquia e a guerra civil, porém não puderam conter a fragilidade dos governos nem a constante oposição dos nacionalistas, que não desejavam a continuidade das tropas estrangeiras. Em 1934, os EUA retiraram suas tropas e, em 1941, abdicaram do controle alfandegário. O período mais sombrio na história do Haiti iniciou-se em 1957 com a ditadura de François Duvalier, mas este país tem estado sempre em permanentes conflitos tendo culminado na actualidade com o forte sismo, que a faz vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso.
Faz-se História com a permissão de Cuba aos EUA da utilização do seu espaço aéreo para o corredor humanitário. Mas, facto é que o país se enche de jornalistas e a ajuda humanitária tarda. Faz-se crer que o mesmo se deve aos Haitianos pela sua falta de organização, pois se fosse um ataque militar metade dos requisitos não eram exigidos. Porque, os interesses concertexa eram outros. É óbvio que é mais fácil movimentos destruidores que movimentos humanos, e uma vez mais a hipocrisia dos interesses vem ao de cima, deixando os Haitianos entregues ao seu destino aos quais chega primeiro outro terramoto que a ajuda humanitária. Fiacando uma vez mais milhares de seres Humanos a acreditar num vazio e sem nada e com fome e sede no limiar da existência  perde-se todo o sentido e o caos instala-se, e uma vez mais querem-nos fazer crer que a culpa é dos haitianos..
Mesmo os países que se envolveram na sua colonização como a Espanha, a França e de certa forma os EUA, olham para o Haiti como um país sem rumo sem futuro, daí que ao estenderem a mão para ajudar rapidamente virarão as costas a não ser que interesses maiores se avistem, pois ao que parece por aquelas bandas não há petróleo e o negócio de armas sempre interessou, e até o Deus temerá dar uma ajuda aterrorizado pelos ritos do vodu. O Haiti, quer queiramos quer não, a sua existência resume-se a uma sucessão de instantes de sofrimento aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que têm pela frente Talvez todo o azar que os bafeja seja a sorte de outros que vão tirar partido da sua reconstrução e provavelmente o povo Haitiano vai continuar a ser o menos beneficiado.

Pensem nisso

António Veiga

Sindrome Tunel Cárpico


As mãos são a parte do corpo que mais evidenciam a evolução humana assim como são um autêntico cartão de visita. Através dos gestos das mãos podemos compreender a atitude e personalidade dos que nos rodeiam, porque sem dúvida elas falam. Elas são também uma autêntica ponte com os outros e não é por mero acaso que muitos dos cumprimentos sociais assim como acordos são firmados com um aperto de mão. As mãos foram ao longo da história o símbolo do trabalho e é com a oponibilidade conjuntamente com a proximidade da visão sobre as mesmas que os nossos antepassados pré Históricos conseguiram evoluir. Com as mãos nasceram todas as grandes obras de arte que conhecemos podemos assim dizer que as mãos são na sua maioria executantes do cérebro. É nas mãos que muitos querem ler o destino, através das linhas que na mesma se imprimem, sendo as impressões digitais algo muito pessoal e que nos identifica quase tanto quanto o nosso DNA.
No entanto é com as mãos que também revelamos grande parte da nossa capacidade beligerante e destruidora. Elas são muito mais que a parte final de cada extremidade superior (ou braço), principalmente nos mamíferos bípedes. Sem dúvida que a mão é de extrema importância na maioria dos desempenhos pessoais, económicos e de lazer, e as estatísticas mostram que o trauma é a maior causa de incapacidade funcional. De acordo com a anatomia humana, a mão é identificada como um componente essencial pois sua função é incapaz de ser reproduzida com a mesma perfeição por outra estrutura do corpo. As actividades comuns da vida diária como vestir, lavar e comer dependem da habilidade manual que vai desde movimentos grosseiros como preensão de objectos grandes até movimentos finos e complexos, como tocar instrumentos
Os movimentos da mão humana são realizados por dois conjuntos de músculos, os intrínsecos, ou seja, que se encontram na própria mão, e os extrínsecos - os flexores e extensores longos, que se encontram no antebraço. Os músculos intrínsecos são os tenares e hipotenares, respectivamente ligados ao 1º e 5º dedos, os músculos interósseos. Estes músculos têm origem no flexor profundo - e são especiais por não terem origem em ossos. A mobilidade da mão pode ser condicionada pelas actividades profissionais daí que determinadas patologias tenham vindo a aumentar com o aumento das actividades laborais no manejo de teclados de computador, sendo a principal a síndrome do túnel cárpico, devendo ser esta considerada como uma doença profissional. Quando essa doença foi relatada pela primeira vez, por volta de 1700, ficou conhecida como a Doença dos Escribas. Depois, em 1920, como a Doença dos Tecelões e mais tarde, em 1965, como a Doença das Lavadeiras.
Constitui, de longe, a mais frequente das síndromes de compressão nervosa periférica, sendo de observação muito comum. Resulta da compressão do nervo mediano na sua travessia do canal constituído pelo ligamento anterior do carpo e os ossos do punho. Surge em muitas situações que determinam espessamento ou edema dos tecidos locais, incluindo artrite, utilização intensiva (domésticas, operadores de teclado), diabetes mellitus, gravidez, hipotiroidismo, exposição a vibrações, entre outras, não há uma causa única e determinada para o aparecimento da doença. A síndrome do canal cárpico é devida a uma compressão do nervo mediano que passa pelo pulso e enerva a face palmar da mão. Esta compressão produz sensações estranhas (disestesias) entorpecimento, formigueiro (parestesias) e dor  nos três primeiros dedos da face palmar da mão. Por vezes, causa também dor e parestesias (uma sensação de formigueiro ou de ardor) no braço e no ombro. Frequentemente, a dor piora durante a noite devido ao posicionamento da mão ao dormir.
Os sintomas nocturnos podem ser originados por uma redistribuição do líquido extracelular devido ao decúbito. Com o tempo, os músculos da face palmar da mão podem debilitar-se e atrofiar-se e haver uma perda da sensibilidade. É uma doença de ocorrência muito comum entre mulheres na faixa de 35 a 60 anos, ocorrendo raramente em homens ou em mulheres mais jovens.
O melhor tratamento para esta síndroma é a interrupção de todas as tarefas que impliquem uma flexão forçada do pulso ou que exerçam pressão sobre o nervo mediano. As talas no pulso e outras medidas, como ajustar a inclinação do teclado, podem ser úteis, mas pouco eficazes a longo prazo. Os anti-inflamatórios não esteróides têm uma boa acção no alívio da sintomatologia, mas com o agravamento e a evolução da doença vão-se tornando menos eficazes.
As injecções de glucocorticoides no nervo por vezes costumam produzir um alívio temporário, com o destaque dos riscos do uso repetido destas hormonas. Um plano de exercícios pode também ajudar a colmatar e a retardar a evolução da doença. A cirurgia é a melhor solução para aliviar a compressão do nervo quando a dor é intensa ou no caso de atrofia ou debilidade muscular. O cirurgião separa as faixas de tecido fibroso, com o objectivo de conseguir uma descompressão do nervo mediano. Antes da intervenção cirúrgica, deve-se fazer um exame à velocidade de condução nervosa para ter a certeza absoluta de que o problema é a síndrome do canal cárpico.
Na reabilitação pode e deve-se usar os exercícios de fortalecimento, por exemplo, são iniciados paulatinamente dando preferência inicial aos exercícios isométricos, seguidos pelos isotónicos de resistência progressiva: molas de diferentes resistências e exercitadores de dedos para o ganho de amplitude de movimento e força.
Após a cirúrgia são destacados um conjunto de informações a reter tais como:
Logo após a cirurgia deverá mexer-se os dedos, abrir e fechar a mão, para evitar o “inchaço” e consequentemente dor. Estes exercícios favorecem a recuperação mais rápida.
Dever-se-á manter o penso sempre limpo e seco.
Se acidentalmente se molhar o penso dever-se-á retirá-lo de imediato e colocar uma compressa esterilizada sobre a cicatriz fixando-a com adesivo e dirigir-se logo que possível ao local onde habitualmente realiza o penso.
Nos primeiros dias pode colocar-se gelo sobre a cicatriz por períodos curtos, tendo sempre o cuidado de não molhar o penso.
A dormir colocar uma almofada de forma a não deixar a mão pendente.
Os pontos são normalmente retirados 12 dias após a cirurgia (contudo não é regra rígida).
Deve manter-se a mão acima do nível do cotovelo utilizando um lenço ou ligadura.
Enquanto a cicatriz não estiver cicatrizada dever-se-á ter cuidado com as actividades onde se tenha que exercer força com a mão.
Depois de se retirar os pontos poder-se-á gradualmente realizar as actividades normais.
Nessas tarefas destaca-se um plano de mobilizações:
• Passivas
Consiste da aplicação de uma força externa para promover uma amplitude de movimento articular e alongar os tecidos moles encurtados, sem utilizar a contracção muscular activa.
• Isométrico sem resistência
É utilizado quando o movimento articular não é possível ou quando não é permitido.
• Isométrico resistido
É realizado da mesma forma que o exercício isométrico sem resistência, com acréscimo de uma resistência externa que pode ser aplicada pelo terapeuta ou contra uma resistência que bloqueia o movimento articular.
• Isotónico activo assistido
O indivíduo move activamente a articulação, de acordo com suas possibilidades.
• Isotónico activo
É uma forma de exercício que requer contracção muscular sem resistência ou auxílio externo.
• Isotónico resistido
É realizado quando o indivíduo consegue mover a articulação em seu arco de movimento completo contra a resistência da gravidade. Pode ser feito de forma excêntrica ou concêntrica: molas, bandas elásticas, massas de silicone.
Fica assim o meu contributo para os utilizadores exaustivos de teclados com risco potencial para esta doença ou os que já sejam portadores, mas o verdadeiro tratamento começa na prevenção.

Pensem nisso

António Veiga



Querer nem sempre é poder

Sabes o que eu queria?!



Era ir ao bar da esquina,

pedir um copo de felicidade,

uma sanduíche de Amor,

um guardanapo de amizade.



E depois...



Sentar-me numa cadeira de carinho,

a saborear um delicioso petisco,

numa esplanada de sossego e paz,

a olhar calmamente o firmamento

que as estrelas e a lua ornamentam.



Mas...



Nada disso eu posso!

Pois, a felicidade não se bebe,

o Amor não se come,

agora

é dia... o céu está enevoado!

E à esquina...

Nem sequer existe um bar!



Talvez porque nada daquilo que eu quero exista!
 
 
António Veiga
in Poemas Completos

Acordar os Jovens

The conflict of generations promotes the dynamism of ideas
La indisciplina de los jóvenes es una garantía de evolución de las ideas
I giovani d'oggi sono persi in un mondo di abbondanza, ma allo stesso tempo pieno di niente
L'irrévérence de la jeunesse est remplacée par une angoisse permanente, un afflux constant

É voz corrente dos mais maduros que a geração jovem é uma geração inapta e estagnada, chegando-se ao mesmo ao excesso de lhe chamar "rasca". Se fizermos uma incursão nos tempos este desfasamento geracional tem estado na origem de algumas evoluções de pensamento, basta para isso lembrarmos Maio de 1968. Actualmente não temos uma geração rasca mas uma geração que à partida lhe foram facilitadas e prometidas um conjunto de regalias e direitos que sentem estar a perder.
Perspectivavam-se tempos de abundância, incutindo a noção que nada se precisava para os alcançar e relegou-se os deveres para segundo plano, este “facilitismo” tornou-se transversal a todas as camadas sociais e repercute-se a nível educacional, e com a falta de apetência familiar para o colmatar, antes pelo contrário fomenta-o. É, assim, incutido que tudo são direitos adquiridos e que não há necessidade de lutar ou se envolver neles, sendo mais grave quando a nível cívico os jovens se distanciam dos centros de decisão. Esse afastamento deve-se ao comodismo com que a sociedade e os educadores também eles têm desses organismos, assim como a falta de credibilidade nos políticos e nas diferentes políticas.
Não é um problema exclusivo de Portugal mas dos temps que decorrem nos países mais desenvolvidos. Sabendo que nos homens, apenas há de bom os seus jovens sentimentos e os seus velhos pensamentos, impera dinamizar a juventude como a verdadeira riqueza latente e o verdadeiro pilar do futuro. Pouco importa criar gabinetes para a juventude quando a maioria do tempo se limitam a ténues eventos e a periódicas reuniões. Porque aos jovens, tudo o que imaginam parece-lhes realidades, há que não pintar cenários de futuro cor de rosa nem tão pouco depressivos, porque isso vai condicioná-los na sua forma de encarar a sociedade e consequentemente o futuro.
A falta de ideais baseados em objectivos concretos, a falta de ideologias de vida para além do consumismo que cada vez mais se vai fazendo acreditar aos jovens de hoje pode limitar e condicionar a sua incursão e a dinamização da sociedade, urge a rebeldia juvenil para promover a viragem de pensamento, pois a vida vista pelos jovens, é um futuro infinitamente longo; contrapondo-se aos maduros, que a entendem como um passado muito breve. Esta dicotomia de pensamentos permitiu ao longo da História inovações a vários níveis, tudo dependendo do empenho e luta que os jovens espoletaram e da resistência que as sociedades lhe impuseram e que aos poucos foram ultrapassando. Associada a toda a abundância, as crianças e jovens de hoje têm sido despojados dos tradicionais tempos familiares sendo muitas vezes abandonados a si próprios ou em múltiplas tarefas que os obrigam a crescer em solidão embora rodeados de gente e tarefas e cujas consequências sociais futuras podem revelar fragilidades.
O tempo em família é actualmente resumido às horas de pernoita ou a alguns dias de férias conjuntas em que as gracinhas da criança ou os caprichos do jovem acabam por incomodar os pais ou tornam-se eles vítimas dessas chantagens existenciais e os momentos que passam juntos são momentos de silêncios e ausências. Por vezes ausências tão próximas como a permissão de ficaram enclausurados no quarto o dia (ou mesmo a noite) inteiro frente a um computador, a uma TV ou a Vídeojogos. Corremos o risco da juventude ter intuição de saber que o mundo está cheio de forças e potencialidades; mas não chegam a entender nas suas diversas formas. Duma forma tecnicista Daniel Sampaio já o descreve no seu livro "Inventem-se novos pais", acaba assim por ser um assunto que ultrapassa a esfera familiar e ultrapassa para a social com repercussões que o futuro ditará.
A irreverência dos jovens está a ser substituída por uma angústia permanente, uma correria constante que cedo se inicia com as idas madrugadoras para as creches e os regressos vespertinos. Uma sociedade dinamiza-se com a irreverência juvenil, senão corre o risco de estagnar. Os jovens adoram desobedecer. Mas, actualmente, não há ninguém para lhes dar ordens. Toda esta permissividade que se vive, puro sentir-se livres, isentas de entraves, acabam por sentir-se vazios. Confunde-se irreverências com chantagens ou amuos de quem quer chamar a atenção, ao mesmo tempo que a sociedade lhes é pintada muito cor de rosa mas que na realidade se torna hostil pela seu egoísmo de competitividade num mundo que importa mais parecer que saber ou ser. Os jovens sempre tiveram um problema: como é que é possível rebelarem-se e enquadrarem-se ao mesmo tempo? Agora parece que o resolveram: desafiando os pais e copiando-se uns aos outros, com a agravante de pensarmos lhe estar a ceder tudo mas, o jovem não precisa que lhe dêm razões para viver; pois ele só precisa é de pretextos. E, que pretextos lhe dá uma sociedade constantemente prenha de vazios?
Não será Vizela um exemplo disso? Criou-se o Conselho Municipal da Juventude, quais foram as medidas práticas no terreno? Há mais focos dinamizadores da criatividade dos jovens? Quando a cidade perde pontos de tertúlia, foram criados outros que sirvam como áreas de convívio socio-cultural? Houve intercedências por parte da vereação da cultura para activar a vinda para Vizela de "Centros Ciência-Viva", ou outros projectos que dinamizem novos saberes nos jovens? Terão os programas culturais propostos pela câmara sido do agrado da maioria dos jovens Vizelenses? Que incentivos para a investigação e novas tecnologias no ensino secundário de Vizela foram criados? Não seria cativante o incentivo de famílias de acolhimento para permutas de jovens com outros países no sentido de dar a conhecer internacionalmente o concelho novas experiências, aprendizagem de línguas? Terão sido criados e dinamizados Incentivos de grupos de artistas de Vizela para exposições, concertos nas diferentes freguesias?
Muitas outras sugestões se poderiam enunciar, pois não basta de dispormos das melhores discotecas, bares do país no concelho para se pensar que cativamos a juventude ou a fazemos sentir ocupada, isso é apenas um regozijo a que se deveriam acrescentar muitas outras atitudes dinamizadoras, que os políticos e responsáveis mostram pouca sensibilidade para os mesmos, pois não basta fazer eventos limitados, que mais parecem à porta fechada, impera a capacidade de incutir vontade de participar. E com essa vontade talvez tenhamos uma juventude mais dinâmica e imbuída no concelho e nos seus desígnios, e esse é um projecto na continuidade que importa investir, pois saibamos conquistar a irreverência juvenil para reinventarmos este concelho jovem.
Pensem nisso

António Veiga

Circular é viver

Le nuove rotte sono limitati a gestire la domanda, che sta disperatamente tentando di rispondere alla instabilità del crescente numero di veicoli, ma non può mai!
The purpose of the roads is to unite people and villages, many roads had precisely the opposite effect.
La stratégie de développement durable est aussi de plus en plus d'optimiser le système de transport public
Circular es vivir, sino la vida de una población es más fluida, con una movilidad segura, independientemente del medio de transporte elegido.
Com o Novo ano é comum traçar-se novos rumos, novos caminhos, isso é uma regra comum a esta data do calendário gregoriano. Vizela, concerteza terá algumas dificuldades porque os seus caminhos foram deveras fustigados pelo mau tempo e as suas estradas inacabadas não preconizam a melhor mobilidade para os seus utentes. Curvas perigosas, descidas acentuadas, falta de rails de protecção, sinais ausentes ou mal colocados, ruas apertadas de localidade a dar saída a auto-estradas e buracos no pavimento, em nada são compatíveis com a boa mobilidade. Em, relação à mobilidade foi um erro estratégico a mesma assentar essencialmente nas obras de responsabilidade da REFER, algumas delas inacabadas como a paralela à N106, e que pouco fluíram o trânsito na cidade. Outro erro, foi não ter havido capacidade negocial e pressão política para que a auto-estrada tivesse uma saída nas imediações de S. Paio que permitiria fazer uma circular a todo o concelho com transversais que facultariam melhor permeabilidade de tráfego e o desenvolvimento das freguesias, praticamente todas as cidades vizinhas o fizeram como Fafe e Santo Tirso (Guimarães tem uma meia circular). O PDM em discussão hipoteca a possibilidade de nos tempos mais próximos se corrigir esse erro. As soluções apresentadas são limitativas e provavelmente lacunares no resultado final.


No último mês o mau estado das estradas que servem o concelho, a má sinalética e deficiente demarcação (VIM), associado ao mau tempo causaram vítimas a lamentar. Os pontos negros não podem continuar a ser corrigidos só depois de alguém morrer, a falta de manutenção e mesmo traçados mal projectados, urgentemente devem ser repensados, estudados e corrigidos. O objectivo das estradas é unir povoações e pessoas, muitas estradas tiveram o efeito precisamente oposto, fragmentando núcleos urbanos antes ligados de uma forma natural e contínua. Esta visão “pesada” do território e do desenvolvimento da sociedade, uma filosofia que preconiza a resolução dos problemas com a adição sistemática novas soluções destinadas a corrigir as falhas ou as consequências das anteriores. Na prática não se tratam de verdadeiras soluções, mas antes de uma fuga para a frente ou de uma incapacidade de descobrir as verdadeiras raízes dos problemas. As novas vias limitam-se a gerir a procura, ou seja, tentam desesperadamente responder à instabilidade do aumento do número de veículos em circulação, mas nunca o conseguem!

Também é preciso ter em conta que o número de viaturas, principalmente nas ruas de Vizela, continua a aumentar, causando mais ruído, mais poluição atmosférica, mais stress, e outros factores que reduzem a qualidade de vida. A estratégia para um desenvolvimento sustentável passa também, cada vez mais, pela optimização do sistema de transportes públicos, e em Vizela tem-se descurado, pois há muito que não se criam carreiras urbanas ou se adequam itinerários e horários às necessidades reais da população. É óbvio que nos últimos anos o “status” social que é atribuído à posse de um carro, tem levado ao seu aumento mas a ineficácia dos transportes públicos tem potenciado esse fenómeno, e que acaba por si só ser mais dispendioso para o edil, para lá do aumento de gazes poluentes na atmosfera. A poluição do ar e os problemas relacionados com a mobilidade urbana são, hoje, uma das grandes preocupações de todos os estados europeus e Vizela não pode ser alheia a isso. Economizar recursos, promover o contacto social e respeitar o ambiente requer o potenciamento dos meios de transporte colectivos, para lá dos factores económico ambientais terá sempre repercussões positivas no ordenamento do território, e é interessante pensar que o novo PDM não prevê uma área de interface coberta ou estação de autocarros.

O concelho e a cidade tem de estar perfeitamente adaptada às realidades de mobilidade para interligar espaços e pessoas, contribuindo para a formação de um território uno, isso não é só possível com novas estradas, mas na preservação e correcção das existentes, a melhoria dos transportes públicos e criar condições para o meio de locomoção por excelência que é andar a pé. Para que volte a ser possível caminhar com tranquilidade e segurança – como, de resto, nunca devia ter deixado de acontecer, e a criação de espaços pedonais, eliminação de barreiras arquitectónicas para deficientes e passeios nas principais vias do concelho impera pela saúde do concelho e das pessoas. Pois circular é viver mas, a vida dum concelho é mais fluida com mobilidade em segurança independentemente do meio de locomoção optado.

Pensem nisso

António Veiga


Liberdade


Quando quiseres murmurar
O grito que te arrancam,
e se quiseres abafar
dor que sentes
Vive apenas esse momento
na revolta de ser
aquilo que queres
e não te deixam.
Sê apenas tu:
Na força do pensamento,
em busca da liberdade!


António Veiga

Sociedade Justa

How will a" just society "?
Ci fu mai un modello di società giusta?
Una sociedad justa es un modelo aplicable a la sociedad humana?
Une société c'est juste au moment où ils apportent la prospérité, la civilité et à la liberté et cela devrait être une tâche pour tous les politiciens.


A formação é cada vez mais prolongada e a entrada no mundo do trabalho mais tardia, assim como a constituição de família diminuindo a idade da população activa, é exigida à sociedade mudanças nem sempre pacíficas para uma sociedade mais justa. A vida das pessoas é diferente do que costumavam ser nos velhos tempos das carreiras à moda antiga, quando havia a expectativa de pleno emprego. A segurança não está incorporada ao mundo do trabalho, ou da educação, por sinal. As pessoas terão que tê-la consigo e dentro de si, o que significa que as suas qualificações terão que ser transportáveis. Facto que por si só não garantem estabilidade para a constituição de família e cada vez se destacando mais dum modelo social duma sociedade ideal. Muitas vezes deparamo-nos em pensamentos individuais ou tertúlias de amigos com a pergunta "Como será uma “sociedade justa”? Como será possível? O que é necessário mudar nos tempos que correm? Estaremos nós aptos e conscientes para uma sociedade justa? Será esse o tipo de sociedade natural dos Homens? Alguma vez houve esse tipo de sociedade?
Entenda-se que uma “sociedade justa” ou “boa sociedade” é aquela que reúne prosperidade (no aspecto económico), civilidade (presença de instituições protectoras que asseguram a distribuição razoavelmente equilibrada dos recursos e, portanto, o bem-estar aos indivíduos) e liberdade (garantias contra o autoritarismo e a interferência ilegítima do Estado sobre a vida das pessoas). Onde, nos dias actuais, poderíamos encontrar esses três elementos reunidos? Em lugar nenhum, talvez. É possível encontrar dois, mas não os três itens juntos. Uma sociedade assim forçosamente teria de ser desenhada em quase toda a sua estrutura.
Os Estados Unidos são o exemplo de um país que apresenta prosperidade e liberdade sem civilidade. A falta de civilidade é evidente nas taxas muito altas de pobreza e encarceramento (neste último aspecto são os maiores do mundo, com cerca de 1% de sua população atrás das grades), o próprio sonho americano é uma contradição de justiça. A liberdade foi seriamente agredida no período Bush. Espera-se que o novo governo reverta consistentemente essa situação, mas o tempo vai passando e o actual presidente começa apenas a indiciar que muitas das suas promessas foram retóricas eleitorais, apesar do tempo correr contra ele, importa que nos tempos próximos as cumpra.
Os países europeus desenvolvidos privilegiaram, por algumas décadas, a liberdade e a civilidade. Mas têm sido obrigados a cortar garantias e direitos, o que compromete o bem-estar social. A busca pela prosperidade parece minar a civilidade. Haveria uma lógica inescapável: numa economia internacionalizada, os produtos não competem apenas no mercado nacional. A competição é global. Os países que cobram muitos impostos, como é o caso de Portugal, e que, por meio deles, mantêm o “welfare state”, acabam onerando o preço dos seus produtos, que perdem mercado para aqueles fabricados nos lugares em que a mão-de-obra é barata, os impostos são baixos e as garantias legais do trabalhador são mínimas. Durante algum tempo, houve a crença de que a competitividade europeia se sustentaria pela maior qualidade dos produtos. Mas a China mostrou que no mundo globalizado o que mais importa é o preço. Os Estados europeus acabaram por descobrir que a única coisa que podem fazer para recuperar sua competitividade é taxar menos e, consequentemente, gastar menos. Menores gastos estatais conduzem ao aumento do número de pessoas carenciadas e indefesas diante das variações da economia.
Por último alguns países da Ásia juntam prosperidade com civilidade com fortes restrições à liberdade. Do ponto de vista estritamente económico, tem dado certo. Esses países reforçam-se economicamente. Mas os governos são ditatoriais e a liberdade individual é quase inexistente.
A recente crise revela até que ponto as sociedades puramente liberais e neoliberais tendem a evoluir para um capitalismo puro que com a queda do modelo comunista não têm rival, nem se lhes depara um modelo antagónico. Daí talvez interessar voltar-se a falar em modelos mais marxistas para a sociedade de hoje que permitiram aos trabalhadores actuais a maioria dos direitos que possuem e que aos poucos lhe querem ser tirados. Por seu lado no terceiro mundo os partidos comunistas puderam ser úteis durante a luta pela independência e na fase da construção do Estado nacional, mas quando se revelaram dispensáveis as burguesias e tecnocracias nacionais não hesitaram em os desmantelar e em matar ou prender os seus membros. Havendo situações em que modelos se mudaram face à capacidade oportunista e de camaleão que alguns dos políticos adquiriram .
Aqueles que continuam hoje a confundir a luta contra a opressão externa de que é vítima um dado povo com o apoio aos dirigentes políticos reaccionários que procuram controlar internamente esse povo transportam, uma vez mais, a luta de classe para o plano nacional. Fazem-no igualmente quando apoiam qualquer regime que se oponha ao governo dos Estados Unidos, que se tornaram não só no “modelo a copiar” como no “polícia do mundo”, mesmo que esses regimes pratiquem a repressão contra os trabalhadores e tenham chacinado os comunistas locais. É certo que há os desatentos, os iludidos e os mal informados. Mas é necessária muita distracção para esquecer tão sistematicamente as lições da história. Mas a força do capital dá força a uma neo-burguesia cada vez mais desprovidas de escrúpulos sociais e longe duma soiedade justa.
A vida económica deve ser compreendida como uma realidade de múltiplas dimensões: em todas elas, embora em medida diferente e com modalidades específicas, deva ter respeito à reciprocidade de oportunidades, condições e meios, quando ela assenta puramente em leis mercado ou economicistas, mais cedo ou mais tarde transformam-se em Estados ditatoriais essencialmente na vertente económica e eventualmente na política, tornando-se menos igualitários. Impera compreender que só  se consegue uma sociedade justa quando se alinhar prosperidade, civilidade e liberdade e esse deve ser uma tarefa de todos os políticos, senão podemos estar a caminhar para um vazio social e cada vez menos justo apesar da velocidade que oportunidades, condições e meios vão surgindo.

Pensem nisso


António Veiga


Talvez... em Vizela o 2010 seja Novo

No ano Novo são redobrados votos de confiança.
Talvez assim por momentos nos deixemos inebriar e acreditar que findas as festas haja retoma económica e o concelho seja prolífero em investimentos promovendo emprego.
Talvez por momentos possamos sonhar que as vias de comunicação do concelho esquecidas nas eleições ou tão mal acabadas tenhamos um desfecho digno para quem circule nelas.
Talvez as novas presidências abertas aproximem a população dos poder instituído e haja uma resposta cabal.
Talvez os políticos eleitos lutem por uma causa comum que é o bem estar e o desenvolvimento de Vizela.
Talvez haja da oposição e poder vontade de proliferar e não demagogias, eternas promessas ou politiquices.
Talvez as Termas reabram e voltem a ser o ex-líbris da cidade
Talvez o novo PDM regulamente uma disposição mais humana, harmoniosa e sustentável com o meio ambiente das estruturas existentes e das que se venham a construir.
Talvez o rio Vizela seja despoluído e em torno de si o concelho se desenvolva.
Talvez o Futebol Club de Vizela ganhe o campeonato assim como as outras equipas do nosso concelho adquiram bons resultados.
Talvez Vizela perceba que o culto da cultura é uma forma de desenvolvimento.
Talvez quando houver novas obras em ruas da cidade se respeite mais os comerciantes.
Talvez veja o intercidades a parar para embarcar os Vizelenses.
Talvez haja um maior e mais eficaz cobertura de transportes públicos.
Talvez tantas outras coisas que podem existirem no nosso imaginário e sonhos. Porém, só agindo é que os sonhos se tornam realidade e os talvez passam a certezas até lá a as incertezas dum novo ano aglomeram-se em dúvidas e vontades que são transversais a todos.
Talvez... em Vizela o 2010 seja Ano Novo e Ano Bom

António Veiga

Sem Lágrimas

Hoje sem lágrimas chorei,
Esvaziando nas entranhas,
Mas pleno das vicissitudes”
Da incompreensão
Do abandono!....
Lavei a minha existência
Nas dores da vida….
Emergindo ao desespero.

Hoje sem lágrimas chorei
Por ter tanto a dizer
E nem uma palavra fluir.
Absorto em nadas
Esgueira-se o tempo
Que em cada segundo
Me desacredita!....

Hoje sem lágrimas chorei
Por não ter lágrimas
Para poder chorar!


António Veiga
 
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